8 de abril de 2008

Big Bang

A teoria mais aceita sobre a origem do Universo, o Big Bang, foi desenvolvida em 1948 pelo cientista russo naturalizado norte-americano Guiorgui Gamov. Segundo ele, o Universo teria nascido de uma concentração de matéria e energia extremamente densa e quente, entre 10 e 20 bilhões de anos atrás. Essa idade é hoje avaliada com um pouco mais de precisão, ficando entre 13 bilhões e 15 bilhões de anos. Como desde 1929 se observa que as galáxias estão todas se afastando umas das outras, Gamov chegou à conclusão de que houve um instante no passado distante em que elas estavam bem próximas. No limite, no momento de seu nascimento toda a matéria contida no Universo estaria espremida num único ponto e de tal modo concentrada que sua temperatura seria infinita. Esse ponto teria sido o começo dos tempos, pelo qual tem início a expansão das galáxias, descrita como uma explosão, ou seja, o Big Bang.

– Desde sua formação, o Universo vem se expandindo e resfriando. No primeiro milionésimo de segundo, ele contém somente uma mistura de partículas subatômicas, como os quarks e os elétrons, que são as formas de matéria mais fundamentais conhecidas. Essa primeira etapa da história da matéria é muito breve, pois os quarks, que se movem inicialmente a velocidades próximas à da luz, logo se desaceleram em razão da redução da temperatura e, por isso, deixam de existir como partículas livres. Eles se associam uns aos outros para formar os prótons e os nêutrons. Assim, entre 1 e 10 minutos de idade do Cosmo ocorre a chamada nucleossíntese primordial: os quarks deixam de existir e surgem os prótons, que servem de núcleo atômico para o átomo de hidrogênio, o mais simples que há. Aparece também o hélio, o segundo átomo mais simples, feito de dois prótons e dois nêutrons. Toda a massa do Universo passa a ser constituída desses dois núcleos na proporção de 75% de hidrogênio e 25% de hélio. Ainda hoje, mais de 90% de tudo o que existe no Cosmo é composto desses dois elementos.

A terceira fase da história começa cerca de 300 mil anos depois, com a união dos elétrons aos núcleos atômicos para formar os primeiros átomos completos. Com isso, ocorre outro fato importante, que é separação entre a luz e a matéria. A luz, que até então estava presa entre elétrons e núcleos e, por isso, era obrigada a acompanhar a expansão cósmica no mesmo ritmo que eles, passa a caminhar livremente. O Universo torna-se transparente e os fótons, que são partículas de luz, já quase não interagem com os átomos. Muitos deles vagueiam pelo espaço e podem, atualmente, ser capturados pelos telescópios. São o brilho "fóssil" do Big Bang. Por fim, o quarto período acontece aproximadamente 1 bilhão de anos depois do instante zero, com os átomos agregando-se para formar as primeiras galáxias.

– Baseado em sua Teoria da Relatividade Geral (1916), o físico Albert Einstein desenvolveu as Equações Cosmológicas, que descrevem a evolução do Universo. Em 1922, o físico e matemático russo Alexander Friedmann, professor de Gamov, encontra uma solução para as Equações Cosmológicas correspondentes a um Universo em expansão. Em 1929, a descoberta da expansão das galáxias, pelos astrônomos Edwin Hubble (1889-1953) e Milton Humason (1891-1972), permite estabelecer a Lei de Hubble. Segundo ela, as outras galáxias se afastam da nossa galáxia, a Via Láctea, numa velocidade proporcional a sua distância da Terra.

Uma evidência do Big Bang, descoberta em 1965 por Arno Penzias (1933-) e Robert Wilson (1936-), é seu brilho "fóssil", resultado da separação entre os átomos e a luz há cerca de 13 bilhões de anos. Essa radiação permanece no espaço e, embora já não tenha a forma de luz visível, pode ser captada como um ruído de microondas. Seu nome é radiação de fundo cósmica.

Pela sua descoberta, Penzias e Wilson ganham o Prêmio Nobel de Física em 1978. Em 1990, o satélite Cosmic Background Explorer (Cobe), lançado pela Nasa, faz um mapeamento das regiões onde existe essa energia.

Veja vídeo no link a seguir:
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MATHEUS

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