17 de setembro de 2008

Para saber um pouco mais sobre a exposição
“Corpo Humano: Real e Fascinante”


Numa concepção diferenciada e inédita, a mostra recorre a 16 corpos e 225 órgãos verdadeiros para revelar - em todos os seus aspectos - o funcionamento do corpo humano e seus sistemas. Para tanto, faz uso de uma técnica chamada polimerização, em corpos adultos de homens e mulheres, para obter resultados que evidenciam com absoluta precisão as variações e diferenças apresentadas por nossa espécie.

Desenvolvida em caráter prioritariamente educativo, sob direção médica do norte-americano Dr. Roy Glover, professor emérito de Anatomia e Biologia Celular da Universidade de Michigan, além de diretor-chefe do Laboratório de Preservação Polímera da Escola Médica da mesma universidade e educador médico há mais de 30 anos.
Ao longo da história da Humanidade, grandes personalidades estudaram e escreveram sobre o corpo humano: Aristóteles, Platão, Hipócrates, Vesalius e Descartes. Além deles, artistas como Leonardo da Vinci, Michelangelo, Raphael e Rembrandt contribuíram com significativos legados no que se refere à imagem do corpo a partir da combinação do talento e da observação detalhada.

Com base nas raízes deste conhecimento e propondo um tratamento inovador e igualmente respeitoso ao tema, "Corpo Humano: Real e Fascinante" utiliza corpos e órgãos dissecados para revelar a função de um sistema anatômico completo e seu papel no corpo como um todo. Além disso, para possibilitar uma melhor compreensão de como maus hábitos ou doenças podem interferir em seu funcionamento, órgãos saudáveis e não-saudáveis são colocados lado a lado.
Todos os corpos e órgãos exibidos são de indivíduos acometidos de morte natural, que optaram por participar de um programa de doação de seus próprios corpos em benefício da ciência e da educação, realizado pela República Popular da China. A iniciativa fornece material anatômico para comunidades médicas e científicas, para fins educacionais e de pesquisa, não só em solo chinês - onde estão os maiores especialistas na dissecação de corpos - como também no exterior.
Vale ressaltar que o estudo da anatomia e a dissecação humana se tornaram ao longo da História, de valor inestimável para o entendimento do corpo humano, seus sistemas e funções, alem de permitir avanços no tratamento, cura e prevenção de doenças. Praticamente todos os avanços obtidos nos últimos 25 anos devem crédito ao estudo anatômico: desde a remoção de um apêndice até a reposição de válvulas do coração, passando por cirurgias no cérebro e transplantes de rim.

A polimerização - Todos os corpos e órgãos exibidos foram submetidos à polimerização. Num primeiro momento, os corpos são embalsamados e recebem um agente de preservação que evita a decomposição normal dos tecidos.
A seqüência do processo prevê a desidratação, realizada com imersão em acetona, que substitui os líquidos corporais e é facilmente eliminada em forma de vapor na etapa seguinte - a câmara de vácuo. Submetido a um gradual aumento de pressão, o corpo libera a acetona em forma de gás e a substitui por uma solução aplicada de polímeros em silicone líquido - inclusive em nível celular.

Para complementar a transformação do corpo, um agente catalisador é aplicado em sua superfície e reage com um composto chamado crosslinker, que enrijece a consistência do silicone, permitindo inclusive uma colorização seletiva para torná-lo mais adequado à exibição pública. O resultado é uma espécie absolutamente seca, inodora e resistente à decomposição, além de um conjunto de corpos humanos permanentemente preservados para exposição. Para se ter uma idéia da longevidade do processo, os corpos mais antigos foram preparados no fim da década de 70 e ainda continuam sendo usados em universidades de medicina pelo mundo.
Conforme relata o Dr. Roy Glover, "durante muitos anos foram idealizados modelos para representar o corpo. Porém, eles não permitem nenhuma variação estrutural - o que consideramos fundamental para a percepção das diferenças na formação corporal de cada indivíduo". Em sua análise, Dr. Glover lembra que, até hoje, apenas estudantes de medicina e médicos tiveram a oportunidade de observar o funcionamento interno dos corpos - o que torna "Corpo Humano: Real e Fascinante" uma oportunidade única para o público em geral explorar os mistérios de sua própria existência

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