4 de junho de 2008

Minas Gerais

O maior estado do Sudeste e o principal produtor de café e leite do país, Minas Gerais torna-se,
nos últimos anos, mais industrializado que o Rio de Janeiro, ficando atrás apenas de São Paulo.
Quase todo o território do estado se localiza em planaltos, com uma paisagem marcada por
montanhas, vales e grutas. Sua principal atração turística é o patrimônio de arquitetura e arte
colonial conservado em cidades históricas, como Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, Sabará, São
João del Rey e Diamantina, que prosperaram em virtude da extração de ouro no século XVIII. Em 1999, Diamantina é a segunda cidade mineira tombada pela Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como patrimônio histórico da humanidade. A
primeira, Ouro Preto, foi tombada em 1980 e mantém em suas ladeiras íngremes o calçamento
original de 300 anos atrás. Nessa cidade mineira fica o mais completo e bem conservado
conjunto de obras do Aleijadinho.
A culinária de Minas é uma cozinha de viajantes, baseada na carne de porco e servida com
feijão, couve, quiabo, milho ou mandioca. O principal ingrediente é a própria banha do porco.

Economia – Entre 1990 e 1998, cerca de 500 indústrias instalam-se em território mineiro. Os
produtos mais vendidos pelo estado são minério de ferro, aço, café, pedras preciosas, veículos,
autopeças e celulose.
A presença de diversas montadoras de automóvel em Minas Gerais atrai muitas empresas de
autopeças, tornando a indústria responsável por 41,4% do Produto Interno Bruto (PIB) mineiro,
que por sua vez representa 9,6% do PIB nacional. Além da Fiat, em operação em Betim desde
1976, e da Mercedes-Benz, do grupo Daimler-Chrysler, em Juiz de Fora desde 1999, a Iveco
chega ao Brasil em 1997, instala-se em Sete Lagoas e, em 2000, começa a fabricar furgões e
pequenos caminhões.
Minas é o maior produtor brasileiro de minério de ferro: extraiu 163 milhões de toneladas em
2000. Outros minerais explorados são o ouro e o zinco. O estado importa minerais não-ferrosos,
veículos e peças, carvão, fertilizantes e petroquímicos.
Minas Gerais mantém a liderança nacional na agropecuária, atividade que ocupa quase 70% da
área e se concentra sobretudo no sul, no sudeste e no Triângulo Mineiro. O estado possui o
segundo rebanho bovino mais numeroso do Brasil, depois de Mato Grosso do Sul. E produz a
metade da safra brasileira de café, além de ser o segundo maior produtor de feijão, atrás do
Paraná, e o terceiro de milho.

Índices sociais – Minas Gerais ainda não conseguiu resolver o desequilíbrio social e econômico entre suas regiões. O sul concentra as indústrias e grande parte da atividade agrícola e apresenta indicadores sociais próximos aos do estado de São Paulo. Castigado pela seca, o norte é uma
das áreas mais pobres do país, com precária rede de esgoto, alta taxa de mortalidade infantil e
de analfabetos e baixa produtividade econômica.
A renda per capita média do estado é de 5.239 reais, mas na região da seca esse valor despenca
para cerca de 3 mil reais .
Minas também sofre com a concentração de terras e as disputas fundiárias. Segundo o
Ministério do Desenvolvimento Agrário, o número de ocupações de terra em 2001 foi o segundo
maior no país, atrás apenas de Mato Grosso do Sul.

Capital – Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, composta de 34 municípios, o
desemprego aumenta na década de 1990 e chega a 18,31% em 2000, segundo pesquisa da
Fundação Seade. Um setor que se vem desenvolvendo é o de biotecnologia: 40 empresas na
região faturam cerca de 160 milhões de reais por ano.

História
As Minas Gerais começam a integrar-se à vida colonial no fim do século XVII, quando os
bandeirantes paulistas descobrem as primeiras jazidas. Em pouco tempo, a região atrai grande
número de colonos portugueses que, com seus escravos africanos, buscam lavras de ouro e
diamante. À medida que cresce a produção, aumenta a fiscalização por parte da Coroa.
Despontam conflitos pelo direito de exploração das minas, como a Guerra dos Emboabas, em
que mineradores paulistas se opõem a comerciantes portugueses e brasileiros, e a Revolta de
Vila Rica, cuja origem é a mesma da Inconfidência Mineira: uma reação à política fiscal de
Portugal. Em meados do século XVIII, a mineração está no auge da capacidade produtiva, e a
sociedade mineira vive o esplendor do barroco. Logo depois começa o declínio, provocado pelo
esgotamento dos veios e pela pesada tributação. Em 1789, a capitania deve à Coroa perto de 400 arrobas de ouro, ou aproximadamente 6 toneladas, em quintos atrasados. A cobrança excessiva
de impostos alimenta movimentos favoráveis à independência, como a Inconfidência Mineira, na
qual se destaca especialmente a figura de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
Após a independência, Minas começa a recuperar-se graças à expansão cafeeira, sobretudo no
sudoeste e em áreas vizinhas ao Vale do Paraíba.
A província participa ativamente da vida política do Império. Junto com Rio de Janeiro e São
Paulo, forma o núcleo do poder e a base de apoio do governo imperial contra as revoltas
provinciais durante a Regência. Na República, a força e o prestígio político mineiros estão
presentes na política do café-com-leite, uma aliança em que as oligarquias desses estados se
revezam na Presidência. Quando São Paulo rompe o acordo, pressionado pela crise do café,
Minas reage e, junto com o Rio Grande do Sul e estados do Nordeste, promove a Revolução de
1930, que põe fim à República Velha.

Participação política – Sempre dividido entre dois partidos tradicionais – Liberal e Conservador, no Império, e Partido Social Democrático (PSD) e União Democrática Nacional (UDN), na República –, o estado continua a intervir fortemente na vida política do Brasil. Há o Manifesto dos Mineiros, de 1943, contra o Estado Novo, a eleição de Juscelino Kubitschek para a Presidência da República, em 1955, e o apoio ao golpe militar de 1964. Até a década de 1960, porém, Minas Gerais permanece num plano secundário em relação ao desenvolvimento industrial do país, como grande fornecedor de insumos (minério de ferro, energia elétrica, aço e produtos agropecuários) a outros centros de maior consumo e produção industrial.
A partir dos anos 1970, com os incentivos fiscais dos governos federal e estadual, Minas amplia
e diversifica sua base industrial, sobretudo nos setores têxtil, químico, siderúrgico,
mecânico-metalúrgico e agroindustrial. É criado também um pólo automobilístico na Região
Metropolitana de Belo Horizonte. Minas tem a terceira maior participação no PIB nacional, com
9,6%, enquanto no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ocupa uma posição intermediária
entre os estados brasileiros.

DADOS GERAIS

GEOGRAFIA – Área: 586.552,4 km2. Relevo: planaltos com escarpas e depressão no centro.
Ponto mais elevado: pico da Bandeira, na serra do Caparaó (2.889,80 m). Rios principais: São Francisco, Jequitinhonha, Doce, Grande, Paranaíba, Mucuri, Pardo. Vegetação: floresta tropical, a maior parte com faixa de cerrado a nordeste. Clima: tropical. Municípios mais populosos: Belo Horizonte (2.238.526), Contagem (538.017), Uberlândia (501.214), Juiz de Fora (456.796), Montes Claros (306.947), Betim (306.675), Uberaba (252.051), Governador Valadares (247.131), Ribeirão das Neves (246.846), Ipatinga (212.496) (2000). Habitante: mineiro.

POPULAÇÃO – 17.891.494 (2000). Densidade: 30,5 hab./km2 (2000). Cresc. dem.: 1,4% ao ano (1991-2000). Pop. urb.: 82% (2000). Domicílios: 4.765.258 (2000); carência habitacional: 632.057 (est. 2000). Acesso à água: 83%; acesso à rede de esgoto: 70,7% (2000). IDH: 0,823 (1996).

SAÚDE – Mort. infantil: 25,7‰ (2000). Médicos: 15,5 por 10 mil hab. (set./2002). Leitos hosp.: 2,8 por mil hab. (jul./2002).

EDUCAÇÃO – Educ. infantil: 501.114 matrículas (74,5% na rede pública). Ensino
fundamental:
3.525.872 matrículas (93,8% na rede pública). Ensino médio: 915.555 matrículas (89% na rede pública) (prelim. 2002). Ensino superior: 239.456 matrículas (35,6% na rede pública) (2000). Analfabetismo: 10,9%; analfabetismo funcional: 30,8% (2000).

GOVERNO – Governador: Aécio Neves (PSDB). Senadores: 3. Dep. federais: 53. Dep.
estaduais:
77. Eleitores: 12.680.584 (11% do eleitorado brasileiro) (maio/2002). Sede do
governo:
Palácio da Liberdade. Praça da Liberdade, s/nº, Funcionários, Belo Horizonte. Tel. (31) 3250-6011.

ECONOMIA – Participação no PIB nacional: 9,6% (2000). Composição do PIB: agropec.: 9,4%; ind.: 41,4%; serv.: 49,2% (1999). PIB per capita: R$5.925 (2000). Agricultura: cana-de-açúcar (18.150.934 t), milho (4.603.570 t), soja (1.934.005 t), café (1.055.000 t), batata (921.397 t), mandioca (869.706 t), laranja (611.681 t), tomate (607.922 t), banana (578.864 t), abacaxi (370.287.000 frutos) (prelim. maio/2002). Extrat.: lenha (2.902.699 m3), carvão vegetal (413.319 t), pequi (1.314 t), mangaba (498 t), urucum (233 t) (2000). Pecuária: aves (87.349.806), bovinos (19.975.271), suínos (3.142.220), eqüinos (928.166) (2000). Mineração: areia e cascalho (15.516.222 m3), pedra britada (12.221.719 m3), ferro (163.124.092 t), calcário (22.139.084 t), rocha fosfática (2.605.583 t), níquel (20.344 t), ouro (18.197.968 gr), água mineral (307.952.597 l) (2000). Indústria: alimentícia, metalúrgica, siderúrgica, mecânica, extrativa mineral, automobilística e agroindústria (2000). Export. (US$ 6 bilhões): minério de ferro (26%), produtos siderúrgicos (22%), café em grão (14%), veículos e peças (8%), celulose (5%). Import. (US$ 3 bilhões): veículos e peças (18%), carvão (10%), máquinas e motores (6%), minerais não-ferrosos (6%), fertilizantes (5%), petroquímicos (4%) (2001).

ENERGIA ELÉTRICA – Geração: 31.934 GWh; consumo: 35.732 GWh (2001).

TELECOMUNICAÇÕES – Telefonia fixa: 4,4 milhões de linhas; celulares: 3,6 milhões (est. 2002).

CAPITAL – Belo Horizonte. Habitante: belo-horizontino. Pop.: 2.238.526 (2000). Malha
pavimentada:
97% (1999). Vias urbanas iluminadas: 94% (1999). Automóveis: 498.895 (2000). Jornais diários: 6 (2001). Cultura e lazer: bibliotecas públicas (9), museus (8), teatros e casas de espetáculo (22), cinemas (21) (1999). Prefeito: Fernando Pimentel(PT). Nº de vereadores: 37 (2000). Data de fundação: 12/12/1897.


Matheus

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