30 de junho de 2008

ENERGIA

Turminha, saudações!
Um dos próximos assuntos a serem estudados por vocês, em Ciências, será ENERGIA. Portanto, para já irem preparando-se para esse encontro "energizante", assistam a este vídeo. Parece meio infantil, mas é muito instrutivo e, sério.



Beijos,
Pollyana.

Ranking das melhores universidades do mundo

Olá, turminha!

Conforme prometido, segue a tabela com as 100 melhores universidades do mundo.
Na verdade, incluí duas listas diferentes.
Esta primeira, foi organizada pelo "Higher Education Evaluation & Accreditation Council of Taiwan" (dados são de novembro de 2007).
Nesta lista, as universidades são classificadas por seus desempenhos de pesquisa acadêmica, pelo número de publicações em revistas especializadas, como Science e Nature, e pelas premiações de alunos e equipes científicas.


(clique na imagem para ampliá-la)

Observe que neste ranking, a USP - Universidade de São Paulo - encontra-se entre as 100 melhores. Entretanto, nesta outra lista organizada pelo "The Times Higher Education Supplement", a classificação é diferente. Nela, aparecem a USP e a UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) em 175.º e 177.º lugares, respectivamente.
Também os critérios observados nesta pesquisa são diferentes. Ela é baseada em um levantamento que inclui a opinião de acadêmicos, de companhias que empregam recém-formados e de estudantes de outros países e pesquisas realizadas pela universidade.


As dez melhores universidades

1. Universidade de Harvard (EUA)
2. Universidade de Cambridge (Grã-Bretanha)
3. Universidade de Oxford (Grã-Bretanha)
4. Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA) e Universidade de Yale (EUA)
6. Universidade de Stanford (EUA)
7. Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA)
8. Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA)
9. Imperial College de Londres (Grã-Bretanha)
10. Universidade Princeton (EUA)
11. Universidade de Chicago (EUA)
12. Universidade Columbia (EUA)
13. Universidade Duke (EUA)
14. Universidade de Pequim (China)
15. Universidade Cornell (EUA)
16. Universidade Nacional da Austrália (Austrália)
17. London School of Economics (Grã-Bretanha)
18. Ecole Normale Superieure (França)
19. Universidade Nacional de Singapura (Singapura)
20. Universidade de Tóquio (Japão)
21. Universidade McGill (Canadá)
22. Universidade de Melbourne (Austrália)
23. Universidade Johns Hopkins (EUA)
24. Instituto de Tecnologia Federal da Suíça (Suíça)
25. Universidade College London (Grã-Bretanha)

Com base no ranking do “The Times Higher Education Supplement“.
Boa noite!
Pollyana.

POLLY ! ?????????

POLLY
MINHA MALETA DE TINTA ESTÁ NA SALA. PRECISO DELA PARA PINTAR O MEU TRABALHO DE GEOGRAFIA DO GLOBO. POSSO TRAZER O MEU TRABALHO QUASE PRONTO, E NA SALA EU POSSO PINTAR, POIS NÃO TERÁ OUTRO JEITO PARA EU FAZER!

OBS:ME DESCULPE,POIS DURANTE O FINAL DE SEMANA EU NÃO TIVE TEMPO . QUER QUE EU CONTE O POR QUE? MELHOR NÃO PORQUE É MUITO GRANDE.

ABRAÇOS ,
THALLES

28 de junho de 2008

Para Casa - Matemática





Atenção!
Não é um Para Casa obrigatório, certo?

Atenção... de novo!
Mas é lógico que eu adoraria que todos fizessem, de livre e espontânea vontade, né?
Beijos carinhosos,
Pollyana.

27 de junho de 2008

História do Brasil

Coloquei um vídeo sobre a história do Brasil, mas não coloquei a parte 2, porque achei muito avançado. Se quiser que eu coloque, é só avisar Polly.



Daniel

Potenciação

Vídeo sobre potenciação. Tem partes complicadas, ignorem-nas. Mas tem partes muito boas...



Daniel

24 de junho de 2008

Zumbi dos Palmares

Líder escravo alagoano. Símbolo da resistência negra contra a escravidão, é o último chefe do
Quilombo dos Palmares. Zumbi (1655-20/11/1695) nasce na comunidade de Macaco, na Serra da Barriga, capital de Palmares. Ainda criança é capturado por soldados e entregue ao padre Antônio Melo, que o batiza com o nome Francisco e o torna coroinha. Aos 15 anos foge para Palmares e adota o nome Zumbi (guerreiro). Ascende ao comando militar do quilombo, então governado pelo tio, o rei Ganga Zumba. Após uma investida dos portugueses, Ganga Zumba é obrigado a aceitar a paz sob condições desfavoráveis. Em 1678, Zumbi renega o acordo e provoca uma guerra civil no quilombo. Ganga Zumba sai de Palmares e Zumbi assume seu lugar. Pouco tempo depois, Ganga Zumba morre envenenado. Acredita-se que um partidário de Zumbi tenha sido responsável pelo ato. Este lidera a resistência contra os portugueses, que dura 14 anos. Em 1692 derrota a expedição comandada por Domingos Jorge Velho. Dois anos mais tarde sucumbe aos ataques e foge, mas continua a resistência contra os brancos. Traído, tem o esconderijo descoberto e acaba morrendo numa emboscada.

Matheus

Desigualdade Social no Brasil

Uma charge...
Uma crítica...
Uma cruel realidade...

ZUMBI DOS PALMARES


Zumbi foi o grande líder do quilombo Palmares, considerado herói da resistência anti-escravagista. Estudos indicam que nasceu em 1655 no quilombo, sendo descendente de guerreiros angolanos.

Com poucos dias de vida, foi aprisionado pela expedição de Brás da Rocha Cardoso, sendo entregue depois a um padre, conhecido como Antônio Melo que o batizou com o nome de Francisco.

Aos 15 anos, ele foge da casa do padre e retorna a Palmares, onde muda o nome para Zumbi. Ficaria conhecido em 1673, quando a expedição de Jácome Bezerra foi desbaratada. Um ano antes de sua morte, caiu em um desfiladeiro após ser baleado num combate contra as tropas de Domingo Jorge Velho, que seria mais tarde acusado de matá-lo. Dado como morto, Zumbi reaparece em 1695, ano de sua morte.

Aos 40 anos, ele morre após lutar contra milícias organizadas por donos de terras durante dezessete anos. Durante mais uma incursão comandada por Domingos, Zumbi foi abatido no seu esconderijo descoberto depois da traição de um seus principais comandantes, Antônio Soares, que revelou onde o líder se encontrava.


Dia da Consciência Negra - 20 de novembro

Os negros foram trazidos da África por volta de 1530. Durante mais de 350 anos, a maior parte do trabalho no Brasil foi realizada por essa mão-de-obra escrava. Além de sustentar a economia, eles ajudaram a enriquecer a nossa cultura. Hoje os afro-brasileiros representam quase metade da população e sua influência está presente na música, na dança, na língua, na culinária, no folclore...


Com tantas contribuições para a cultura do país, os negros passaram a valorizar mais a sua identidade. Para preservar essa história tão importante, há cerca de 30 anos se comemora no dia 20 de novembro, o Dia Nacional da Consciência Negra. Nessa data, em 1695, ocorreu a morte de Zumbi, o maior líder dos quilombos de Palmares, que representou a mais forte comunidade de escravos fugidos nas Américas, com uma população de mais 30 mil pessoas. Nessas povoações, eles resistiam ao escravismo e lutavam pela liberdade. Palmares durou cerca de 140 anos.

Você Sabia...

1. Os escravos negros pertenciam a diferentes nações africanas, mas todos chegavam ao Brasil como negros da Guiné. Recebiam esse nome porque os traficantes de escravos chamavam de Guiné a costa ocidental da África, de onde saíam os navios negreiros.

2. Os navios negreiros transportavam entre 100 e 600 escravos por viagem. Homens, mulheres e crianças eram amontoados nos porões das embarcações. Assustados e com muita saudade de casa, muitos morriam durante a viagem.

3. Entre os séculos 16 e 17, nos engenhos de açúcar, os negros trabalhavam de sol a sol, comiam mal, eram castigados e morriam muito cedo, sendo logo substituídos por outros escravos. Aqueles que sobreviviam já eram considerados velhos por volta dos 35anos.

4. Até a Abolição da Escravatura, em 1888, os escravos também trabalharam nas fazendas de café do Rio de Janeiro e de São Paulo e foram a principal mão-de-obra nas fazendas de gado. Além disso, eles faziam todos os trabalhos domésticos, eram sapateiros, ferreiros ou vendedores ambulantes.

5. Durante a escravidão, os africanos reuniam-se em roda para cantar e dançar depois do trabalho. Batiam palmas e tocavam instrumentos de percussão. Aos poucos, a sociedade brasileira assimilou o ritmo dos negros. Por isso se diz que a música popular brasileira nasceu na África.

6. A influência africana também aparece em nossos cultos religiosos. O candomblé, por exemplo, cultua os orixás, que representam diversas forças da natureza e podem simbolizar os ventos (Iansã) ou a água doce (Oxum), por exemplo.

7. Como na época da escravatura, os negros não podiam manifestar sua religião, eles passaram a louvar santos católicos. Assim, Santa Bárbara representava Iansã. Essa união de cultos chama-se sincretismo religioso.

8. A feijoada, originalmente, era uma comida dos escravos negros. Outras delícias trazidas do continente africano são o acarajé, a o caruru e o vatapá, pratos bem comuns na Bahia.

9. A capoeira é uma mistura de várias tradições, principalmente de antigas danças dos povos de Angola. Ela foi usada como uma forma de luta por escravos libertos e chegou até a ser proibida, mas depois acabou virando um jogo com coreografia.

Dica Cultural

MUSEU AFRO BRASIL

As obras que fazem parte deste museu mostram a importância da população negra na nossa sociedade. O acervo é composto de: pinturas; esculturas; fotografias; máscaras usadas por vários povos da África em momentos especiais; peças de ferro utilizadas, por exemplo, como ferramentas de trabalho; instrumentos de castigo contra os negros; peças de cerâmica pintada etc.

Parque Ibirapuera - portão 10 - Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega
Tel.: (11) 5579-8542
Horário: de terça-feira a domingo, das 10 h às 18 h - fecha às segundas-feiras
www.museuafrobrasil.com.br

Disponível em: http://recreionline.abril.com.br/fique_dentro/conhecimento/datas/conteudo_105641.shtml? - (Com adaptações)


Pollyana

Sobre a ONU

Turminha, como sempre estamos citando a ONU em nossas aulas, achei que seria interessante conhecermos um pouco mais sobre essa organização - apesar de eu já ter colocado um texto sobre ela na nossa parede-mural.
Matheus, em sua homenagem, no final, segue uma foto do atual Secretário-Geral, Ban Ki-Moon.

ONU
A Organização das Nações Unidas, também conhecida pela sigla ONU, é uma organização internacional formada por países que se reuniram voluntariamente para trabalhar pela paz e o desenvolvimento mundiais.

O preâmbulo da Carta das Nações Unidas – documento de fundação da Organização - expressa os ideais e os propósitos dos povos cujos governos se uniram para constituir as Nações Unidas:

“Nós, os povos das Nações Unidas, resolvidos a preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra, que, por duas vezes no espaço da nossa vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade, e a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do ser humano, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, assim como das nações grandes e pequenas, e a estabelecer condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes de direito internacional possam ser mantidos, e a promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla.”

“E para tais fins praticar a tolerância e viver em paz uns com os outros, como bons vizinhos, unir nossas forças para manter a paz e a segurança internacionais, garantir, pela aceitação de princípios e a instituição de métodos, que a força armada não será usada a não ser no interesse comum, e empregar um mecanismo internacional para promover o progresso econômico e social de todos os povos.”

“Resolvemos conjugar nossos esforços para a consecução desses objetivos. Em vista disso, nossos respectivos governos, por intermédio de representantes reunidos na cidade de São Francisco, depois de exibirem seus plenos poderes, que foram achados em boa e devida forma, concordaram com a presente Carta das Nações Unidas e estabelecem, por meio dela, uma organização internacional que será conhecida pelo nome de 'Organização das Nações Unidas.”

História da ONU

Depois da II Guerra Mundial, que devastou dezenas de países e tomou a vida de milhares de seres humanos, existia na comunidade internacional um sentimento generalizado de que era necessário encontrar uma forma de manter a paz entre os países. Porém a idéia de criar a ONU não surgiu de uma hora para outra. Foram necessários anos de planejamento e dezenas de horas de discussões antes do surgimento da Organização.

O nome Nações Unidas, foi concebido pelo Presidente Norte-Americano Franklin Roosevelt e utilizado pela primeira vez na Declaração das Nações Unidas de 12 de Janeiro de 1942, quando os representantes de 26 países assumiram o compromisso de que seus governos continuariam a lutar contra as potências do Eixo.

A Carta das Nações Unidas foi elaborada pelos representantes de 50 países presentes à Conferência sobre Organização Internacional, que se reuniu em São Francisco de 25 de abril a 26 de junho de 1945.

As Nações Unidas, entretanto, começaram a existir oficialmente em 24 de outubro de 1945, após a ratificação da Carta pela China, Estados Unidos, França, Reino Unido e a ex-União Soviética, bem como pela maioria dos signatários. 0 24 de outubro é comemorado em todo o mundo como o "Dia das Nações Unidas".

Durante a primeira reunião da Assembléia Geral que aconteceu na capital do Reino Unido, Londres, em 1946, ficou decidido que a sede permanente da Organização seria nos Estados Unidos. Em dezembro de 1946, John D. Rockefeller Jr. ofereceu cerca de oito milhões de dólares para a compra de parte dos terrenos na margem do East River, na ilha de Manhattan em Nova York (EUA). A cidade de NY ofereceu o resto dos terrenos para possibilitar a construção da sede da Organização.

Hoje em dia, a ONU possui, além da sede central em Nova York, sedes em Genebra (Suíça), Viena (Áustria), Nairóbi (Quênia) e escritórios espalhados em grande parte dos países do planeta.

Organizações internacionais que precederam a ONU

No final do século XIX países começaram a criar organismos internacionais para cooperar em assuntos específicos. Por exemplo, já em 1865 foi fundada a União Telegráfica Internacional, conhecida hoje como União Internacional de Telecomunicações (ITU) e em 1874 surgiu a União Postal Universal (UPU). Hoje ambas são agências do Sistema das Nações Unidas.

Em 1899 aconteceu a primeira Conferência Internacional para a Paz, em Haia (Holanda) que visava elaborar instrumentos para a resolução de conflitos de maneira pacífica, prevenir as guerras e codificar as regras de guerra.

A Organização que podemos chamar de predecessora da ONU é a Liga das Nações, uma instituição criada em circunstâncias similares durante a I Guerra Mundial em 1919 sob o Tratado de Versailles. A Liga das Nações deixou de existir devido à impossibilidade de evitar a II Guerra Mundial.

Secretário-Geral da ONU

Ban Ki-moon (República da Coréia) – 2007

O atual Secretário-Geral das Nações Unidas é o sul-coreano Ban Ki-moon, que assumiu suas funções no dia 1º de janeiro de 2007.

Ban Ki-moon, nasceu em 1944, na República da Coréia, e é o oitavo Secretário-Geral das Nações Unidas. Ele traz para o cargo 37 anos de experiência adquirida ao longo de uma extensa carreira no governo de seu país e na cena mundial. É formado em Relações Internacionais pela Universidade Nacional de Seul, e em 1985, obteve o Mestrado em Administração Pública da Kennedy School of Government da Universidade de Harvard (EUA).

No momento de sua eleição como Secretário-Geral, Ban era Ministro das Relações Exteriores e do Comércio da República da Coréia, onde ocupou diversos cargos – Assessor Principal do Presidente em assuntos de política externa, Vice-Ministro do Planejamento de Políticas e Diretor-Geral de Assuntos Norte-americanos. Ao longo de sua carreira, norteou-o sempre a visão de uma península coreana pacífica, capaz de desempenhar um papel cada vez mais importante em prol da paz e da prosperidade na região e no mundo.

Suas relações com a Organização das Nações Unidas remontam a 1975, quando foi funcionário da Divisão das Nações Unidas do Ministério das Relações Exteriores de seu país. Seu trabalho foi ganhando maior dimensão ao longo dos anos, tendo desempenhado os cargos de Primeiro-Secretário da Missão Permanente da República da Coréia junto à ONU em Nova York (EUA), Diretor da Divisão das Nações Unidas no Ministério em Seoul (Coréia do Sul) e Embaixador em Viena (Áustria), em 1999, quando desempenhou as funções de Presidente da Comissão Preparatória da Organização do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares.

Em 2001-2002, como Chefe de Gabinete do Presidente da Assembléia Geral, facilitou a rápida adoção da primeira resolução da sessão, que condenou os atentados terroristas de 11 de setembro, e tomou algumas iniciativas que visavam melhorar o funcionamento da Assembléia. Contribuiu, assim, para que uma sessão que começou em um ambiente de crise acabasse por ser marcada pela adoção de algumas reformas importantes.

21 de junho de 2008

Olha aê



Contribuição: Daniel

Vídeo sobre escravidão e racismo no Brasil



Contribição de: Daniel

20 de junho de 2008

Ímãs naturais e artificiais

A magnetita é o ímã que se encontra na natureza: é o ímã natural. Mas, podemos fazer com que os corpos que normalmente não são ímãs se tornem ímãs. Os ímãs obtidos desse modo são chamados ímãs artificiais. Chamamos corpo neutro àquele que não tem propriedade magnética: corpo imantado àquele que se tornou ímã. Chamamos imantação ao processo pelo qual um corpo neutro se torna imantado. Os corpos que se imantam com mais facilidade são o ferro e certas ligas de ferro usadas na fabricação de ímãs permanentes. Uma dessa ligas é o ALNICO, composta de ferro, alumínio, níquel, cobre e cobalto.

Os principais processos de imantação são:

a. Por indução magnética
É o fenômeno pelo qual uma barra de ferro se imanta quando fica próxima de um ímã.

b. Por atrito
Quando uma barra de ferro neutra é atritada com um ímã, ela se imanta. É necessário que sejam atritados sempre no mesmo sentido, porque o atrito num sentido desfaz a ímantação obtida no outro.

c. Por corrente elétrica
Suponhamos que um condutor seja enrolado em uma barra de ferro e percorrido por uma corrente elétrica; a barra de ferro se torna um ímã. Como a imantação foi obtida por meio de uma corrente elétrica, esse ímã é chamado eletroímã (fig. 223). Os eletroímãs são bastante comodos por dois motivos: 1o) conseguimos obter eletroímãs muito mais possantes do que os ímãs naturais; 2o) podemos fazer um verdadeiro controle do eletroímã, controlando a corrente que passa por ele; assim, aumentando a intensidade da corrente, o eletroímã se torna mais possante; suprimindo-se a corrente, ele deixa de funcionar, etc..

19 de junho de 2008

Escravidão

No Brasil, a escravatura nasce com a colonização, sobrevive a ela e é oficialmente extinta apenas em 1888, no final do Império. A economia colonial precisa ter baixo custo interno para garantir bons preços e boa rentabilidade no mercado externo. Por isso, os colonos procuram baratear sua produção por meio do extrativismo predatório, da agricultura extensiva e da mão-de-obra escrava. Os primeiros a ser escravizados no Brasil são os indígenas, cujo trabalho compulsório é usado em diferentes regiões até o século XVIII. Seu aprisionamento é uma atividade interna, e o ganho obtido com sua venda permanece na colônia, sem lucro para Portugal. Os índios cativos são mais eficientes na extração do pau-brasil que nas atividades agrícolas, às quais não estão social e culturalmente adaptados. Para o serviço nas plantações e nos engenhos de açúcar, a solução encontrada são os escravos africanos. Trazidos para o Brasil
a partir de 1530, eles são vendidos em escala crescente por mercadores portugueses. Esse comércio se torna um negócio lucrativo para os traficantes e vantajoso para os proprietários. O alto preço do escravo africano é amortizado pelo tempo de cinco a dez anos de trabalho forçado. Por isso, do século XVII ao XIX, os negros cativos formam a grande massa trabalhadora da agricultura, da mineração e de outras atividades econômicas. A partir de meados do século XVIII, com o crescimento da população e da economia urbana, os escravos passam a ser utilizados em outras funções nas cidades, empregados ou alugados por seus senhores para produzir, vender ou prestar serviços a terceiros. São os escravos de ganho, transformados em pedreiros, sapateiros, alfaiates, carpinteiros, marceneiros, barqueiros, barbeiros, quitandeiras, vendedores ambulantes, ajudantes de lojas e armazéns, cozinheiras, damas de companhia, amas-de-leite, carregadores e cavalariços.

Tráfico de escravos –
O comércio de escravos negros entre a África e o Brasil é dominado por portugueses, espanhóis, ingleses e holandeses e cresce continuamente durante o período colonial e nas três décadas seguintes à Independência. Estima-se que, entre 1550 e 1850, chegam ao Brasil 4 milhões de cativos trazidos do continente africano, especialmente de Guiné, Costa do Marfim, Mali, Congo, Angola, Moçambique e Benin.
A expansão da cultura cafeeira, a partir de 1830, aumenta a necessidade da mão-de-obra escrava. Ao mesmo tempo, crescem as pressões contra o tráfico negreiro, principalmente da Inglaterra. São motivadas menos por razões humanitárias e mais pela preocupação com a concorrência, já que nas colônias inglesas da Guiana e do Caribe o comércio de escravos fora proibido. Em 1831, cumprindo acordos firmados com a Inglaterra, o governo regencial declara o tráfico ilegal no território brasileiro. Mas a entrada de negros africanos no país continua a acontecer em grande escala. Diante disso, o Parlamento britânico aprova, em 1845, a Bill Aberdeen, lei que dá à Marinha de Guerra inglesa o direito de perseguir e aprisionar tumbeiros – os navios negreiros – em qualquer ponto do Atlântico. Assim, o tráfico torna-se muito mais arriscado e menos lucrativo.
Muitos políticos do Império, liberais e conservadores, declaram-se contra o tráfico. De modo geral, porém, aceitam a continuidade do regime escravista, que consideram necessário ao funcionamento da economia. Em 1850, o governo de dom Pedro II extingue definitivamente o comércio de escravos, com a lei do ministro da Justiça Eusébio de Queirós. É um grande passo para a abolição da escravatura, que acontece quase quatro décadas depois.

Sociedade e religião – A inserção e integração social da população negra se dá pelo trabalho, base da organização econômica e da convivência familiar, social e cultural. A miscigenação avança, com um número cada vez maior de mulatos. Nasce uma religiosidade popular em torno das irmandades católicas e dos terreiros de umbanda e candomblé. Em 1800, cerca de dois terços da população do país – 3 milhões de habitantes – são formados por negros e mulatos, cativos ou libertos.
Os escravos, no entanto, mantêm-se em condição social e jurídica inferior, como é atestado pela Constituição de 1824, que nega o direito de voto aos ex-escravos, os libertos. A escravidão, perpétua e hereditária, permanece regulada pela lei da alforria – concessão da liberdade pelo proprietário mediante indenização. A servidão desqualifica o trabalho – sobretudo o manual –,considerado pelas elites como "coisa de negros". Os cativos resistem a essa condição de inferioridade e de exploração fugindo das fazendas para os quilombos nos sertões e rebelando-se nas cidades.Na segunda metade do século XIX, intensifica-se o movimento abolicionista no país. Por pressão dos abolicionistas – políticos, intelectuais, jornalistas, advogados e religiosos, além dos próprios negros escravos e libertos – a escravidão é finalmente extinta em 1888, mas sua herança permanece na sociedade brasileira, na forma de discriminação racial, social e econômica de negros, mulatos e pobres em geral.


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Escravidão indígena e africana



Enquanto os portugueses se limitam a explorar o pau-brasil, conseguem alguma cooperação dos índios, acostumados à derrubada de árvores nas matas. A dificuldade de conseguir mão-de-obra, no entanto, aumenta quando surgem as primeiras plantações. Os colonizadores buscam resolver o problema escravizando os indígenas, sem maiores resultados, já que eles não se adaptam e resistem ao trabalho na lavoura, considerado pela sociedade nativa uma ocupação feminina. Também não estão acostumados a rotinas intensivas, e seu conhecimento da terra facilita as fugas. Como são muito suscetíveis às doenças trazidas pelos europeus, para as quais não têm resistência, morrem em grande número nas constantes epidemias. Assim, no decorrer do século XVI, os escravos africanos, vendidos em escala crescente por traficantes portugueses, vão se tornar a massa trabalhadora mais significativa na economia colonial, especialmente nas ricas regiões produtoras de açúcar do Nordeste.

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Os navios tumbeiros

E pensar que são seres humanos, como nós...






Para pensar...

Escravidão no Brasil - em pleno século XXI

Olá, garotas e garotos!

O que é trabalho escravo? Há, ainda hoje no Brasil, trabalho escravo? Por quê?

Assistam a estes dois vídeos e pensem um pouco a respeito dessas questões.



Vídeo - Navio Negreiro Negreiro

Turminha, vejam que linda essa interpretação do poema do Castro Alves - aquele que temos em nosso livro - na voz de Caetano Veloso. Se possível, acompanhem o vídeo com o poema em mãos.

Vídeo - Escravidão no Brasil

Olá, turminha!
Segue o vídeo de que lhes falei. Assistam-no com atenção. Vale a pena.

18 de junho de 2008

Sobre o gigantesco texto BRASIL

Pollyana e interressados fiquem sabendo que eu, CLARA ,queria copiar e colar um pequeno pedaço do texto para por no nosso BLOOG, mas sem qurer peguei tudooooooooo
que tava na página.

Desculpaaaaaaaaaaaaaaa!!!

Obviamente quem escreveu isso foi a Clara.

17 de junho de 2008

Pontos Cardeais - A orientação pelo Sol

1) Utilizando a posição do Sol nascente


Figura 01

Conhecer os Pontos Cardeais é muito importante para quem está começando a estudar as belezas do Universo, porque eles podem nos ajudar a encontrar os astros. Do mesmo modo, as pessoas que já conhecem os astros podem utilizá-los para encontrar os Pontos Cardeais. Aqui você vai aprender o que fazer para se orientar com a ajuda do Sol e achar essas direções especiais conhecidas como Norte, Sul, Leste e Oeste, geralmente definidas por pontos sobre a linha do horizonte ou por setas que partem horizontalmente de onde você estiver (sua rosa-dos-ventos).

A primeira coisa que você deve saber é que o Sol NÃO NASCE todos os dias no mesmo lugar do horizonte. Apesar disso, alguns livros escolares ainda insistem em dizer o contrário. Se seu livro for um desses que ensinam errado, pegue um lápis, sublinhe a frase incorreta e faça uma anotação na margem para que outras pessoas que o leiam não sejam enganadas. Mostre para sua professora e, quando você tiver um tempinho, escreva uma carta aos autores e editores do livro, para que eles fiquem sabendo sobre o erro e possam fazer a correção na próxima edição.

A maneira mais gostosa de você aprender alguma coisa é participando de uma atividade prática, de preferência com um grupo de amigos, mesmo que ela demore um pouco para ser completada, como neste caso. Para acreditar que o Sol não faz o que está escrito em alguns livros, é bom que você veja isso acontecer. Depois que a Natureza tiver lhe dado uma aula maravilhosa, nenhuma pessoa nem nenhum livro do mundo irão fazer você acreditar que o Sol nasce sempre no mesmo lugar. Então, prepare-se para realizar seis meses de observações, no mínimo. Prepare-se ainda mais, porque você pode ter sérios problemas em sua escola, principalmente quando for fazer provas sobre este assunto. Oops!

Você deve começar pela escolha de um lugar especial, de onde possa ver bem o horizonte para o lado onde o Sol nasce, onde fica o Leste. Se sua casa ou apartamento tiver uma janela que dê uma boa visão do nascente, é sempre a partir dela que você deverá fazer suas observações. Se não tiver outro jeito, use um local fora de casa (como uma praça bem aberta) e escolha um ponto fixo nele. Nunca mude de lugar quando for olhar o dia raiar, porque isso vai atrapalhar seu teste. A razão é simples: quando nos deslocamos, nós "carregamos" o Sol conosco e fazemos com que a posição dele sobre o horizonte mude (você já viu isso acontecer quando estava passeando de carro?). Então, para ter a certeza de que é mesmo o Sol que está nascendo em um lugar diferente, você vai ter de olhar sempre do mesmo lugar, que nós vamos chamar de Posto Fixo de Observação, ou simplesmente PFO.

Na figura 1 está o que você deve ver durante o teste. Ela mostra uma grande faixa onde o Sol pode nascer. Ele nunca nasce fora dessa região que nós vamos chamar aqui de Faixa Leste. Note que algumas datas são especiais, porque nelas o Sol passa por uma extremidade ou pelo centro exato da faixa. Dizemos que ocorre um solstício quando o Sol nasce numa das extremidades daquela faixa e um equinócio quando o Sol nasce no centro dela. Essas posições do Sol têm tudo a ver com as estações do ano, porque os solstícios acontecem quando o Sol está passando sobre um trópico (Câncer ou Capricórnio) e os equinócios quando ele está passando sobre a Linha do Equador. A tabela abaixo reúne todas essas informações e muito mais em um só lugar:
Relação da posição do Sol nascente e poente com as estações do ano




Veja como interpretar cada linha da tabela:

1) Por volta do dia 20 de março temos um equinócio, o Sol nasce no centro da Faixa Leste e se põe no centro da Faixa Oeste. No Hemisfério Norte começa a primavera, no Hemisfério Sul começa o outono e o Sol está sobre a Linha do Equador.

2) Por volta do dia 21 de junho temos um solstício, o Sol nasce na extremidade esquerda da Faixa Leste e se põe na extremidade direita da Faixa Oeste. No Hemisfério Norte começa o verão, no Hemisfério Sul começa o inverno e o Sol está sobre o Trópico de Câncer.

3) Por volta do dia 22 de setembro temos um equinócio, o Sol nasce no centro da Faixa Leste e se põe no centro da Faixa Oeste. No Hemisfério Norte começa a outono, no Hemisfério Sul começa a primavera e o Sol está sobre a Linha do Equador.

4) Por volta do dia 21 de dezembro temos um solstício, o Sol nasce na extremidade direita da Faixa Leste e se põe na extremidade esquerda da Faixa Oeste. No Hemisfério Norte começa o inverno, no Hemisfério Sul começa o verão e o Sol está sobre o Trópico de Capricórnio.

Você pode começar a olhar o nascer do Sol em qualquer data, mas é melhor fazer isso quando o Sol estiver em uma daquelas extremidades, o que acontece sempre no início do inverno ou no início do verão. Se escolher uma dessas datas, você vai perceber que em apenas seis meses o Sol nascente consegue percorrer toda a faixa. Você vai notar que o ponto do horizonte onde o Sol nasce vai andar para um lado e depois para o outro, como se fosse um pêndulo balançando. Somente quando atinge uma extremidade é que ele inverte o sentido de seu movimento. Depois de 1 ano inteiro, ele retorna para a mesma extremidade do início de seu teste e terá passado duas vezes por cada ponto intermediário da faixa, uma na ida e outra na volta. Alguns povos antigos, sabendo disso, contruíram calendários que eram desenhos do horizonte nos quais eles marcavam os lugares onde o Sol nascia em datas importantes para suas vidas. Outros construíram monumentos de pedra que indicavam muito bem os Pontos Cardeais, os solstícios e os equinócios por meio da sombra causada pelas diferentes posições do Sol nascente e poente. Humm!

Para realizar esse teste, você não precisa olhar todos os dias. Se fizer observações uma vez por mês já vai dar para perceber uma grande diferença na posição do Sol nascente. Como os equinócios e solstícios ocorrem por volta do dia 21, você pode, por exemplo, observar o Sol nascente no dia 21 de cada mês, para que os equinócios e solstícios façam parte de seu teste. Se começar em um solstício, todo o trabalho estará concluído depois de seis meses e de somente sete visitas matutinas a seu PFO. Se o céu estiver nublado em algumas delas, tente novamente em dias próximos ou na mesma data em outro ano. Você pode bater uma foto do horizonte visto de seu PFO e marcar as posições do Sol nascente sobre ela, não esquecendo de anotar as datas correspondentes. Melhor seria usar uma câmera digital e trabalhar sobre uma cópia colorida, impressa em tamanho grande, ou editar a imagem diretamente, usando algum programa de computador.

Tudo isso que você viu aqui até agora foi escrito para você aprender que o Sol muda muito de lugar ao nascer, para você se acostumar com esse movimento, encontrar a faixa do Sol nascente e perceber a relação que ela tem com as estações do ano. Para achar o Leste, a dica é muito simples: basta olhar para o Sol quando ele estiver no centro da faixa, no início do outono ou no início da primavera. Somente nesses dois dias do ano o Sol nasce no Leste e se põe no Oeste. Quanto mais longe dessas datas você olhar, mais afastado do Leste o Sol vai nascer. As piores datas ocorrem quando o Sol passa pelas extremidades da faixa, porque o erro se torna máximo (23,5 graus na Linha do Equador e muito mais se você estiver longe dela). Então, não custava nada os livros didáticos nos informarem que o método tradicional apresentado para orientação pelo Sol nascente é aproximado, que só funciona bem nos equinócios e que o Sol muda de lugar ao nascer.

Depois de encontrar o ponto do horizonte que corresponde à direção Leste, os outros Pontos Cardeais ficam automaticamente definidos. Para isso, fique de pé, abra os braços, gire seu corpo e pare quando seu braço direito apontar para o Leste. Na posição em que você parar, o Norte estará à sua frente, o Sul às suas costas e o Oeste à sua esquerda. Mas não se esqueça de que você não pode sair de seu PFO, porque os Pontos Cardeais que você achou só servem para ele. Se você mudar de lugar, vai ter de fazer uma nova rosa-dos-ventos, começando tudo do início, para achar o novo Leste e depois as outras três direções.

Você pode fazer um teste semelhante para encontrar a Faixa Oeste, usando o mesmo PFO ou outro mais adequado. Os livros não costumam apresentar a orientação pelo Sol poente, que é mais fácil porque ninguém precisa acordar cedo. Mesmo sem a explicação detalhada, tenho certeza de que você vai improvisar muito bem se estudar a tabela e pensar um pouquinho. Em caso de dúvida, pode perguntar.

2) Utilizando a sombra de uma haste vertical



Já pensou o que aconteceria se uma pessoa perdida precisasse esperar pela data do próximo equinócio para poder desenhar sua rosa-dos-ventos e encontrar o caminho de volta para casa? Os métodos da posição do Sol nascente e poente até que poderiam ser úteis, mas, dependendo da época do ano, talvez não tivessem a precisão desejada. Por causa disso, você vai aprender agora um outro método para encontrar os Pontos Cardeais, que pode ser feito em qualquer época do ano, com melhor precisão nos solstícios.

Observando o Sol fazer seu movimento aparente de um lado para outro no céu, você vai notar que ele começa no horizonte Leste e vai até o horizonte Oeste. Por volta do meio-dia (pelo relógio), ele atinge a posição mais alta, que em geral não coincide com o ponto do céu que fica exatamente sobre sua cabeça, chamado Zênite. Prestando atenção na sombra de uma haste vertical durante o dia todo, percebe-se que ela fica enorme quando o Sol está perto do horizonte e com tamanho mínimo quando o Sol está mais no alto do céu. A dica que aproveitaremos é que, quando o Sol está alto, aquela sombra mínima da haste indica a Linha Meridiana, que liga o Norte ao Sul e passa pela base da haste. Com ela é possível traçar a rosa-dos-ventos completa.

À primeira vista, bastaria esperar o meio-dia chegar para olharmos a direção da sombra da haste vertical. Porém, temos algumas complicações:
1) poucas vezes o meio-dia do relógio vai coincidir com o instante da posição mais alta do Sol;
2) às vezes, a posição mais alta do Sol pode ser o Zênite (ou um ponto perto dele) e fazer a sombra da haste desaparecer (ou ficar pequena demais).

Para resolver esse problema, vamos pensar em uma solução que evite a observação direta da sombra da haste naquele instante do Sol mais alto, que não sabemos exatamente quando ocorre, porque nossos relógios não nos ajudam nisso.

Imagine que, em um certo dia, o Sol mais alto e a sombra menor aconteçam exatamente ao meio-dia do relógio. Neste caso, é bem fácil acreditar, por exemplo, que o tamanho da sombra às 11 horas vai ser igual ao tamanho dela às 13 horas, não é verdade? O tamanho da sombra das 9 horas não vai ser igual ao da sombra das 15 horas? Entendeu esses exemplos? Eles querem dizer que, neste caso, em horários igualmente espaçados para um lado e para o outro do meio-dia, as sombras vão ser do mesmo tamanho, embora apontem para lugares diferentes. Então, precisamos apenas marcar no chão duas sombras de mesmo tamanho, uma pela manhã e outra à tarde, para depois marcar uma terceira linha, que fique exatamente no meio das duas primeiras. Esta última vai ser a Linha Meridiana que estamos procurando e que faz parte da rosa-dos-ventos. Como as duas sombras de tamanhos iguais formam um ângulo, a linha que fica no meio delas é a bissetriz desse ângulo.

Não importa que o instante da menor sombra aconteça um pouco fora do meio-dia, porque nós não vamos utilizar relógios. Na prática, o que vamos fazer é escolher um instante qualquer da parte da manhã para medir a sombra. Depois, à tarde, vamos esperar que a sombra da haste fique com esse mesmo comprimento. Mas, a fim de evitar de ficar medindo a sombra da tarde a todo instante, para ver quando ela fica igual à sombra da manhã, é melhor desenhar uma circunferência no chão, com centro no pé da haste, e escolher duas sombras que sejam raios dessa circunferência.

A figura 2 mostra a sombra da manhã e a sombra da tarde ao mesmo tempo. A circunferência, em vermelho, nos garante que os comprimentos das sombras são iguais. A Linha Meridiana, desenhada em azul, é a bissetriz do ângulo entre as sombras. Ela aponta para o Norte de um lado e para o Sul do outro. Quem chegar até aí, basta marcar os outros Pontos Cardeais e terminar a rosa-dos-ventos, que vai ficar centrada no pé da haste.

Leia o resumo para conhecer mais detalhes sobre a orientação pelo Sol:

1) O Sol não nasce todos os dias no mesmo lugar do horizonte. Por isso, o método de orientação pelo Sol nascente é impreciso na maior parte do ano, somente funcionando razoavelmente bem nos equinócios, ou seja, no início do outono e no início da primavera.

2) Nos dias em que o Sol nasce de fato no Leste (equinócios), fica fácil encontrar a rosa-dos-ventos. Basta ficar de pé com os braços abertos e apontar o braço direito para o Leste encontrado. O Norte estará à sua frente, o Sul às suas costas e o Oeste à sua esquerda, exatamente como os livros didáticos nos ensinam.

3) Quando o Sol nasce no Leste, ele também se põe no Oeste. Do mesmo modo como se consegue a orientação apontando o braço direito para o Sol nascente, pode-se obter a orientação apontando o braço esquerdo para o Sol poente. Seu corpo ficará na mesma posição do método do Sol nascente, com o Norte também à sua frente.

4) Quem observar o Sol nascente ou poente por seis meses, a partir de um solstício, vai se surpreender com o enorme arco percorrido pelo Sol no horizonte. Foram os povos antigos que descobriram a relação existente entre esse movimento de balanço do Sol e as estações do ano. A partir disso, descobriram a duração do ano e criaram nossos calendários. A palavra solstício significa Sol parado, em uma citação evidente ao fato de o Sol estar numa extremidade da faixa e ter de parar para poder voltar em sentido contrário. Então, milhares de anos depois, por que nos ensinam que o Sol nasce todos os dias no mesmo lugar? Eka!!!

5) O Sol pode nascer em qualquer ponto de uma larga faixa do horizonte, mas sempre no lado onde fica o Leste. Do mesmo modo, o Sol pode se pôr em qualquer ponto de uma larga faixa do horizonte, mas sempre no lado onde fica o Oeste. Cada uma dessas faixas corresponde a um arco (ou ângulo) de horizonte no mínimo igual a 47 graus (para quem estiver no Equador), que aumenta com a latitude do observador. O Sol nunca nasce nem se põe fora de sua faixa correspondente.

6) Nos dias em que o Sol nasce e se põe nos centros das faixas ocorre o fenômeno do equinócio. Nos dias em que ele nasce e se põe nas extremidades das faixas ocorre o fenômeno do solstício. Nos equinócios temos um início de outono ou de primavera. Nos solstícios temos um início de inverno ou de verão. Quando ocorre um equinócio, o Sol está sobre a Linha do Equador. Quando ocorre um solstício, o Sol está sobre um dos trópicos.

7) As estações do ano são opostas em hemisférios opostos da Terra. Por isso, se alguém citar o equinócio de primavera, por exemplo, deve dizer a qual hemisfério se refere. Por isso foram adotados neste texto os termos equinócio de março, solstício de junho, equinócio de setembro e solstício de dezembro, que não deixam dúvidas e valem para os dois hemisférios.

8) A ordem das estações para o Hemisfério Norte é: primavera, verão, outono e inverno. Se entendermos que essa escolha foi feita porque a entrada da primavera é a primeira mudança de estação que ocorre em cada ano (em março), então, no Hemisfério Sul, deveríamos dizer que a ordem das estações é outono, inverno, primavera e verão, porque a entrada do outono é a primeira mudança de estação que ocorre em cada ano (em março). Por que somente imitar sem pensar? Vamos mudar!

9) O horizonte de um local de observação costuma ser irregular, com relevos ou depressões que podem interferir na determinação do ponto onde o Sol nasce. Alguns lugares podem até mesmo estar entre grandes montanhas que vão impedir a visualização do horizonte real e a utilização dos métodos de orientação que usam o Sol no horizonte.

10) A atmosfera da Terra desvia os raios de luz do Sol, principalmente perto do horizonte. Assim, mesmo que o horizonte seja perfeito, o Sol não vai ser visto no lugar em que de fato está. É sabido que, quando o Sol se mostra por inteiro, parecendo estar apoiado sobre o horizonte, ele na verdade ainda está um pouco abaixo do horizonte, sem tocá-lo. Esse fenômeno costuma mascarar a verdadeira posição onde o Sol nasce ou se põe, causando um erro que aumenta muito com a latitude do observador.

11) Um método muito eficaz para a determinação dos Pontos Cardeais é o da utilização de uma haste vertical fixada em um solo plano e horizontal. Basta que se encontrem duas sombras da haste que tenham o mesmo comprimento, uma pela manhã e outra à tarde. A bissetriz do ângulo formado pelas duas sombras de mesmo tamanho vai coincidir com a Linha Meridiana, que liga os Pontos Cardeais Norte e Sul. A partir daí, fica fácil desenhar toda a rosa-dos-ventos.

12) A sombra de uma haste vertical começa muito grande no início da manhã, diminui até por volta do meio-dia e depois aumenta novamente para terminar muito grande no final da tarde. A sombra mínima coincide com a Linha Meridiana, mas não ocorre sempre ao meio-dia de nossos relógios. Ela pode ficar reduzida a um ponto na base da haste nos dias em que o Sol passar exatamente pelo Zênite do observador, se isto for possível na região da Terra onde ele se encontra.

13) O melhor modo de usar o método da haste é o seguinte:
1) observe a sombra da manhã em qualquer instante conveniente;
2) marque-a sobre o solo;
3) desenhe uma circunferência com centro na base da haste e raio igual à marca da sombra da manhã;
4) aguarde até que a ponta da sombra da tarde toque na circunferência;
5) marque também esta sombra sobre o solo;
6) encontre a bissetriz do ângulo formado entre as duas marcas de sombras;
7) use essa bissetriz como a linha Norte-Sul da rosa-dos-ventos;
8) trace uma linha perpendicular a ela, passando pela base da haste;
9) use esta outra como a linha Leste-Oeste da rosa-dos-ventos;
10) complete o desenho da rosa-dos-ventos.

14) Quem tiver condições de calcular o instante de ocorrência da sombra mínima, pode encontrar a Linha Meridiana diretamente, pela simples observação da sombra da haste naquele instante. Os simuladores do céu são programas de computador de uso simples. Com eles é possível mover o "Sol" (virtual) para o Plano Meridiano e verificar a hora (do relógio) em que isto acontece naquela data. O único cuidado é para não escolher uma data em que o Sol esteja muito alto por volta do meio-dia. O ideal é fazer no inverno, quando os raios solares estão atingindo o solo de modo mais inclinado, causando sombras maiores. Na prática, pendura-se um fio de prumo e, na hora exata, marca.


Disponível em:
http://www.silvestre.eng.br/astronomia/criancas/orientasol/
Maria Luiza

16 de junho de 2008

Rosa dos ventos





Laura Novaes

15 de junho de 2008

Construa sua própria bússola

Que tal construir você mesmo sua própria bússola?

Esse instrumento já era usado há cinco séculos pelos navegadores para se localizar nos oceanos! Pois você pode construir uma bússola com materiais simples e baratos. A agulha de uma bússola nada mais é do que um pequeno ímã que gira sobre um eixo. Assim, para construir uma, você precisa, em primeiro lugar, produzir esse pequeno ímã.Depois, é só montá-lo sobre um apoio, de forma que possa girar livremente. Do que você precisa: - um ímã em barra (desses usados para fechar portas de armário, por exemplo, facilmente encontrado em lojas de ferragens ou de materiais para construção); - grampo metálico daqueles usados para fechar pastas (veja as figuras); - martelo; - um prego; - uma rolha; - uma agulha.


Como fazer:






1) Abra o grampo e dobre suas hastes.

2) Usando o prego e o martelo, faça uma pequena saliência na parte central da cabeça do grampo. O ponteiro da bússola está quase pronto. Agora, só falta imantá-lo.

3) Quando esfregamos um arame ou uma barrinha de aço ou de ferro sobre um ímã, obtemos novos ímãs. Portanto, pegue o ímã que você adquiriu e esfregue o grampo contra a lateral dele, tomando muito cuidado para não fazer movimentos de ida e volta durante o processo: esfregue o grampo somente em um sentido. Repita algumas vezes esse movimento e, pronto, o grampo estará imantado e, seu ponteiro, pronto.
4) Para fazer a base da bússola, enfie a agulha na rolha, deixando a ponta para cima. Equilibre o grampo sobre a ponta da agulha.

5) Pode acontecer de o grampo não ficar perfeitamente equilibrado. Para resolver esse problema, você pode enfiar pedacinhos de canudos de refresco nas pontas do grampo, até que o equilíbrio seja atingido.

6) Falta testar a bússola: aproxime o ímã de uma das extremidades do ponteiro. Se tudo estiver certo, ela deve ser atraída por um dos pólos do imã e repelida pelo outro. Se isso ocorrer, sua montagem está em ordem. Agora, afaste da bússola tanto o ímã como outros objetos metálicos: ela deverá funcionar como qualquer outra, ou seja, indicando a direção Norte-Sul.






Para saber mais sobre bússolas e eletromagnetismo, não deixe de conhecer o volume 12 da coleção Ciência Hoje na Escola, sobre Eletricidade.


Norberto Cardoso Ferreira Instituto de Física, Universidade de São Paulo

Carolina

Camada de Ozônio


Uma faixa de um gás azulado, envolve a Terra há 400 milhões de anos. Em um planeta ainda em formação, as microscópias algas azuis geraram oxigênio suficiente para formar uma camada de 15 a 50 quilômetros na estatofera, composta por um gás especial, capaz de absorver os raios ultravioleta. Essa capacidade de proteção foi vital para que a vida orgânica pudesse se desenvolver na Terra, algo impossível de acontecer se os raios solares não fossem filtrados. O ozônio é um tipo de oxigênio, com uma estrutura molecular diversa.

Um buraco do tamanho da Europa

Descoberto por acaso por um pesquisador inglês na Antártida em 1982, o buraco na camada de ozônio tinha sido registrado anteriormente pelo satélide metereológico Nimbus 7 e interpretado pelo computador de bordo como "erro" de leitura. Hoje, o buraco atmoférico que cobre o Pólo Sul tem o tamanho aproximadamente da Europa.

Clara

14 de junho de 2008

SUPER DICAS

As minhas dicas são dos livros do Monteiro Lobato. Os livros que li e mais gostei foram Aritimética da Emília e Emília no País da Gramática.
Esses livros, na minha opinião, são muito legais e ensinam a matemática e a língua portuguesa de uma forma super divertida.

VALE A PENA LÊ-LOS !!!

Nome da Obra: Aritmética da Emília
Autor: Monteiro Lobato
Sinopse: O Visconde de Sabugosa estava pensativo. Ele queria inventar uma viagem que fosse mais bonita que a anterior, aquele célebre passeio ao País da Gramática. Pensou, pensou, pensou por uma semana e... "Heureca!" O nosso sábio se lembrou do País dos números.

Nome da Obra: Emília no País da Gramática Autor: Monteiro Lobato
Sinopse: Uma das obras-primas de Monteiro Lobato, e provavelmente o livro mais original que se escreveu sobre o assunto. A língua é figurada como um país, o País da Gramática, povoado por sílabas, pronomes, numerais... Quindim, o rinoceronte, leva todo o pessoal do sítio pra lá, e é ele quem tudo mostra e explica.

Se quiserem o download dos livros:
http://livrosparatodos.net/downloads/emilia-no-pais-da-gramatica.html
http://livrosparatodos.net/downloads/aritmetica-da-emilia.html

Carolina

O que é magnetita?


Há 600 anos a.C., uma pedra mais conhecida como rocha foi descoberta pelos gregos no país da Ásia menor na Magnésia e muitos deram o nome de magnetita por causa do lugar que era da Magnésia e outros dizem que era pelo nome do descobridor Magnês.
Esta pedra tem suas seguintes vantagens:
A. Ela era usada como vantagem para os que à possuíam por ser considerada uma rocha mágica.
B. Atrai pequenos pedaços de ferro e de outros materiais como níquel, cobalto, ligas metálicas, bauxita e outros.
C. É um imã natural portanto não é feita por outros materiais que podem ser magnetizados.

Mas ela também apresenta desvantagem:
- pode se desmagnetizar de acordo com a força da pancada sofrida que a magnetita levar ou de acordo com as temperaturas.

Aqui está a temperatura que cada material precisa para desmagnetizar a magnetita na hora da atração:

Ferro:700º
Níquel:330º
Cobalto:1100º

fonte:http://www6.ufrgs.br/leadcap/amora/amadis_amora_projetos/paginas/projeto_53/a%20magnetita.html

Carolina

Sol

Estrela luminosa e brilhante em redor da qual giram os nove planetas do Sistema Solar. Calcula--se que o Sol se tenha formado há cerca de 5 bilhões de anos. Sua massa é 333 mil vezes superior à da Terra e seu diâmetro – 1,4 milhão de quilômetros – 109 vezes maior. A uma distância aproximada de 150 milhões de quilômetros, sua luz leva 8,5 minutos para atingir a
superfície terrestre. Ele vem se deslocando na direção da Constelação de Lira, e nesse
movimento arrasta consigo o Sistema Solar.

Internamente, o Sol possui regiões distintas: o núcleo, onde ocorre a fusão dos átomos de hidrogênio e a geração de energia (com temperatura aproximada de 16 milhões de graus Celsius); a fotosfera, região vista como a superfície brilhante do Sol, que dá origem à maior parte
de luz e calor; a cromosfera, camada de gases acima da fotosfera; e a coroa, halo de luz que envolve o globo solar.

No final de 2000, o Sol chega ao ponto máximo de atividade de seu ciclo de 11 anos. O número
de manchas escuras na sua superfície cresce e junto delas se erguem, vez por outra, gigantescas massas de gases superaquecidos e eletrificados. Parte dessas explosões de energia alcança a Terra e provoca as tempestades solares. É a passagem desse vendaval carregado de eletricidade que cria as auroras austral e boreal: sua energia faz o ar brilhar em diversas cores nas regiões próximas dos pólos, onde se concentra o campo magnético da Terra. As tormentas mais fortes podem derrubar linhas de alta tensão, interromper as comunicações por satélites e, com isso, tirar os telefones ou a internet do ar e prejudicar a navegação de navios e aviões. Em maio de 2000, um turbilhão solar tirou da rota o satélite japonês Asca, que funciona como um telescópio de raios X. Os gases aqueceram a atmosfera, que se expandiu até obstruir a rota do satélite; o atrito com o ar reduziu sua velocidade e o desviou de sua trajetória. Apesar do grande impacto que podem provocar na Terra, essas tempestades são causadas por minúsculas variações na atividade do Sol, que vem produzindo a mesma quantidade de energia há pelo menos 4 bilhões de anos. Ele também se mantém praticamente inalterado do ponto de vista da composição química, contendo cerca de 73% de hidrogênio, 25% de hélio e 2% de outros elementos.

Das naves e satélites que estudam o Sol, têm importância especial as que vigiam os desequilíbrios solares, como a ACE, da Nasa, e a Soho, feita em cooperação com Nasa e a Agência Espacial Européia. Elas detectam as explosões ainda a tempo de enviar um alerta à Terra. Isso pode evitar blecautes nas cidades relativamente próximas aos pólos. A sonda Ulysses pesquisa o pólo norte solar. Em outubro de 2002, a nave UARS (Atmosphere Research Satellite), da Nasa, é a primeira a monitorar a energia solar e a camada de ozônio da Terra durante um ciclo solar completo. O estudo de 11 anos vai ajudar os cientistas a entender melhor o comportamento do Sol e a determinar como as variações na atividade solar afetam o clima e a atmosfera da Terra.
Matheus Fonte:CD Almanaque Abril 2003

Os imãs

Os imãs são normalmente pedaços de ferro magnético ou rochas magnéticas como a magnetita.
Cada imã tem dois pólos um pólo sul e um pólo norte e para fazer que os dois se atraem eles precisam estar de pólos contrários, mas se você quer aproximá-los de pólos iguais, eles se repelem.

Existem 2 tipos de imãs que são:

Imã natural: É o imã que é produzido com os materiais da magnetita.
Imã artificial: Esse é produzido por ligas-metálicas.

Carolina

12 de junho de 2008

Brasil

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BRASIL


O país em resumo
Nome oficial: República Federativa do Brasil.
Capital: Brasília.
Localização: leste da América do Sul.
Nacionalidade: brasileira.
Área: 8.514.204,9 km2.
População: 169,6 milhões (2000).
Densidade: 19,92 hab./km2.
Língua oficial: português.
Composição étnica: brancos, 54%; pardos, 39%; negros, 6,10%; amarelos, 0,5%; indígenas, 0,4%.
Governo
Sistema de governo: república presidencialista.
Presidente: Luís Inácio Lula da Silva (eleito em 2002).
Legislativo: bicameral. Senado, com 81 membros, e Câmara dos Deputados, com 513 membros. Eleitos por voto direto.
Principais partidos: Partido da Frente Liberal (PFL), Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Partido Democrático Trabalhista (PDT), Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), Partido Liberal (PL), Partido Progressista Brasileiro (PPB) e Partido dos Trabalhadores (PT).
Economia
PIB: 595 bilhões de dólares (2000).
Indústria: automóveis, cimento, aço, produtos químicos, móveis, papel, borracha, têxteis e pneus.
Mineração: ferro, manganês, ouro e diamantes industriais.
Produtos de extração vegetal: castanhas, cera de carnaúba, madeiras e látex.
Agropecuária: café, arroz, cana-de-açúcar, feijão, milho, soja, trigo, mandioca, algodão, laranja, banana, abacaxi, tabaco e gado bovino.
Exportação: ferro e derivados, automóveis, soja e derivados, aviões, calçados (2000).
Moeda: real.

Mapa





Maior país em extensão territorial do hemisfério Sul e quinto do mundo em área e em população, o Brasil ocupa quase metade da América do Sul.

Colonizado por Portugal, o Brasil compartilha com esse país aspectos importantes de sua história, cultura e tradições, a começar pela língua. Essa herança foi enriquecida com a chegada de imigrantes da Europa, Ásia e América Latina, que vieram fortalecer o processo de miscigenação iniciado por portugueses, índios e negros.

As grandes extensões de solo fértil e os abundantes recursos hídricos e minerais, aliados à farta mão-de-obra disponível, fizeram do Brasil a oitava economia do planeta. O país é um dos maiores produtores e exportadores mundiais de alimentos e minérios e começa a conquistar mercados para seus produtos manufaturados.

Seu vasto território reúne paisagens diversas e contrastantes, como a Floresta Amazônica, os Pampas gaúchos, o Pantanal Matogrossense e a Caatinga nordestina. Essas e outras belezas naturais têm atraído milhões de turistas estrangeiros a cada ano.

Na última década, o Brasil também passou a ser reconhecido por sua estabilidade política e pelo fortalecimento de suas instituições democráticas.

Sistema político

O Brasil é uma república federativa. Seu sistema de governo é composto de três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Cada um deles tem atribuições específicas definidas pela Constituição de 1988.

Os três Poderes repetem-se tanto na esfera federal quanto nas esferas estadual e municipal. O chefe do Poder Executivo federal é o presidente da República. A ele compete a administração direta da União. Os governadores, por sua vez, são responsáveis pelo Poder Executivo estadual, e os prefeitos, pelo municipal.




Congresso Nacional, em Brasília. À direita, a Câmara dos Deputados; à esquerda, o Senado.


Poder Executivo

Governo Federal. Ele é exercido pelo presidente da República com a ajuda dos ministros de Estado, que ocupam suas respectivas Pastas. No atual governo, existem 21 ministérios e quatro secretarias de Estado, além da Secretaria Geral da Presidência da República.

Entre as atribuições do chefe do Executivo estão: representar o Brasil no exterior, conduzir a política econômica do país, firmar tratados com nações estrangeiras, comandar as Forças Armadas, declarar guerra (mediante autorização do Congresso), Estado de defesa ou de sítio, nomear ou exonerar ministros de Estado.

O presidente da República é eleito para um mandato de quatro anos, com direito a mais uma reeleição, dentre brasileiros natos, maiores de 35 anos e no exercício de seus direitos políticos. A eleição se dá por voto direto e em dois turnos, caso nenhum dos candidatos obtenha 50% dos votos válidos mais um. Com o presidente da República, elege-se também um vice-presidente, que ocupa o cargo toda vez que o chefe do Executivo estiver impedido de fazê-lo. Os ministros, por sua vez, são escolhidos pelo presidente dentre brasileiros maiores de 25 anos, no exercício de seus direitos políticos. Ao chefe do governo federal cabe ainda indicar os ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, o presidente e os diretores do Banco Central, o advogado-geral e o procurador-geral da República.

Governo Estadual. O Poder Executivo em cada uma das 26 unidades da federação e no Distrito Federal é exercido por um governador. Ele é eleito pelo voto direto para um mandato de quatro anos e tem direito a concorrer a nova eleição. Integram o Executivo o vice-governador e os secretários estaduais, que atuam à frente de suas respectivas Pastas.

Governo Municipal. Os estados brasileiros dividem-se em municípios. Quem chefia o Poder Executivo no âmbito municipal é o prefeito. Ele é eleito por voto direto para um mandato de quatro anos e tem direito a concorrer a novo pleito.






Urna eleitoral eletrônica. No Brasil, os governantes são escolhidos pelo voto direto.
Poder Legislativo

A Constituição de 1988 confere ao Poder Legislativo a atribuição de elaborar as leis que regem o país. A exemplo do Poder Executivo, essa instância de poder repete-se nos níveis federal, estadual e municipal.

O Poder Legislativo Federal é exercido no Congresso Nacional, que é composto por duas Casas: a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Cabe ao Poder Legislativo elaborar as leis de interesse nacional, como as que disciplinam o sistema tributário, fiscalizar e aprovar os gastos e as decisões do Executivo – o presidente e o vice-presidente da República, os ministros de Estado e os comandantes das Forças Armadas.

A Câmara dos Deputados representa a população e reúne 513 deputados federais, eleitos para um mandato de quatro anos, escolhidos pelo voto direto e secreto. Cada estado tem no mínimo oito representantes nessa Casa e, no máximo, 70. Ao cargo podem concorrer todos os cidadãos brasileiros maiores de 21 anos e no exercício de seus direitos políticos.

O Senado Federal é composto por três representantes de cada estado, eleitos por oito anos entre cidadãos maiores de 35 anos. O Distrito Federal também elege três parlamentares. Os senadores podem concorrer à reeleição quantas vezes quiserem e a representação do Senado é renovada, alternadamente, a cada quatro anos, em um terço do total e em dois terços do total.

O Poder Legislativo Estadual é exercido pelos deputados estaduais nas suas respectivas Assembléias Legislativas. Eleitos para um mandato de quatro anos e com direito a reeleição, eles têm como incumbência definir e votar as leis de abrangência estadual, bem como a Constituição estadual.

O Poder Legislativo municipal é centrado nas Câmaras Municipais e exercido pelos vereadores. Eles são eleitos para um mandato de quatro anos, podem concorrer à reeleição quantas vezes quiserem e têm como incumbência apreciar as questões de interesse municipal, entre elas a Lei Orgânica, que disciplina a vida da cidade, e a fiscalização do Executivo municipal.

Poder Judiciário

Tem como função garantir o estado de direito e os princípios da Constituição federal, por meio de processos judiciais instalados nas esferas federal ou estadual.

O Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça e os Tribunais Regionais Federais (TRF) são algumas das cortes onde se apreciam casos que envolvam a União e a legislação federal. Entre os vários órgãos onde se exerce o Poder Judiciário estão os Tribunais do Trabalho, os Tribunais Eleitorais e os Tribunais Militares.

Forças Armadas. Subordinadas ao presidente da República e formadas pelo Exército, pela Marinha e pela Aeronáutica, as três armas têm como principal função garantir a manutenção da lei e da ordem e defender a soberania nacional. O serviço militar é obrigatório para todos os brasileiros do sexo masculino. Ao completar 18 anos, o jovem pode ser convocado para prestar serviço militar pelo prazo de 12 a 18 meses. As Forças Armadas permitem a participação de mulheres voluntárias em quadros auxiliares.




Anavilhanas, no rio Negro (Amazonas), é o maior arquipélago fluvial do mundo, com 400 ilhas.


GEOGRAFIA

Localização. O Brasil está situado na porção centro-oriental da América do Sul e ocupa quase metade da superfície do continente (47,3%). Os pontos extremos do país, no continente, estão, ao norte, nas nascentes dos rios Ailã e Caburaí, junto ao Monte Roraima, fronteira com a Guiana; ao sul, na curva sul do Arroio Chuí, na fronteira com o Uruguai; a leste, na Ponta do Seixas, no Cabo Branco, estado da Paraíba; e, a oeste, nas nascentes do rio Moa, na fronteira entre o estado do Acre e o Peru. O ponto extremo leste insular é a ilha de Martim Vaz, no oceano Atlântico.

A linha do Equador corta o Norte do Brasil, na altura de Macapá, deixando menos de 8% do seu território no hemisfério Norte. O trópico de Capricórnio passa pela latitude da cidade de São Paulo. Assim, apenas os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, boa parte do Paraná e as extremidades meridionais de São Paulo e Mato Grosso do Sul situam-se na zona temperada do hemisfério Sul. A maior parte do país fica na zona intertropical. Em conseqüência, o Brasil é a maior nação tropical e também a maior em extensão territorial do hemisfério Sul.

O país faz fronteira, ao norte, com a Guiana Francesa, o Suriname, a Guiana e a Venezuela; a noroeste, com a Colômbia; a oeste, com a Bolívia e o Peru; a sudoeste, com a Argentina e o Paraguai; e ao sul, com o Uruguai. A sudeste, leste, nordeste e ao norte, o país é banhado pelo oceano Atlântico.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divide o país em cinco regiões – Norte, Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul – de acordo com as semelhanças econômicas e geográficas – ver NORTE, região; CENTRO-OESTE, região; NORDESTE, região; SUDESTE, Região; e SUL, região.

Regiões Naturais. O território brasileiro pode ser dividido em cinco regiões naturais. Estas apresentam diferentes coberturas vegetais e correspondem, aproximadamente, à divisão em regiões climáticas. Há ainda uma sexta divisão, composta de tipos mistos de vegetação.






Amazônica -Grandes árvores e rios e diversidade de animais.
A Hiléia ou Floresta Amazônica, que corresponde ao clima equatorial quente e úmido, é a maior área contínua do mundo em florestas equatoriais. Estende-se dos Andes ao oceano Atlântico e ao Planalto Central. Compreende três subtipos principais: a floresta de terra firme, a floresta de várzea e a floresta dos igapós. A floresta de terra firme é a mais importante pela extensão que ocupa. Localiza-se em solos sedimentares mais antigos, que não são atingidos pelas cheias periódicas dos rios. Contém uma grande variedade de espécies vegetais, incluindo árvores que podem alcançar 60 m de altura. A floresta de várzea pode ser periodicamente inundada. Situa-se em terrenos sedimentares mais recentes. Sua flora é muito rica, mas apresenta árvores menos altas que a floresta de terra firme. A floresta dos igapós é alagada anualmente pelas cheias. Tem a vegetação mais densa e variada da Amazônia, embora as árvores sejam de menor porte que nas áreas anteriores.






Mata Atlântica - Restam 8% da vegetação original.
A Mata Atlântica ocupa, de forma praticamente contínua, a faixa litorânea que vai do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Prolonga-se irregular e progressivamente para o interior, alcançando maior amplitude em São Paulo e no Paraná. Ela corresponde ao clima tropical quente e úmido. As chuvas e o relevo são os dois principais fatores que condicionam seu aparecimento. São os responsáveis pela modificação da densidade e da composição das matas nas áreas limítrofes com os climas secos, nas quais predominam o cerrado e a caatinga.

A mata tropical é menos densa que a hiléia e suas árvores atingem de 15 a 20 m de altura. A presença de extensos palmeirais lhes confere um aspecto típico dos trópicos. A localização próxima ao litoral, a facilidade de penetração e o valor comercial das madeiras permitiram seu aproveitamento econômico desde os tempos coloniais. Essa exploração, no entanto, feita geralmente de forma desorganizada, tem levado à devastação irreparável das matas. Restam, atualmente, pouco mais de 8% da vegetação original, principalmente nas íngremes e pouco acessíveis encostas da Serra do Mar.






Cerrado -Árvores espaçadas e de pequeno porte.
O Cerrado, que corresponde ao clima tropical quente e semi-úmido, é a cobertura vegetal típica de regiões com estações bem diferenciadas, uma seca e outra chuvosa. É característico da Região Centro-Oeste, mas se estende pelos estados vizinhos de Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Piauí. Aparece na forma de manchas isoladas em São Paulo, no Paraná, em alguns estados nordestinos e na Amazônia, sobretudo às margens do rio Amazonas e em Roraima. Suas árvores, que se desenvolvem em solos arenosos, são de pequeno porte (de 3 a 5 m de altura), com troncos e galhos retorcidos e caules com cascas espessas. O cerrado apresenta-se sob duas formas: o cerradão, mais denso, composto de espécies arbóreas, e o cerrado propriamente dito, mais ralo, formado por arbustos e por uma cobertura de gramíneas. A intensa atividade agropecuária nas regiões onde predomina tem provocado uma grande devastação, tornando-o o ecossistema mais ameaçado do país.






Caatinga -Xerófitas: vegetação resistente à falta d’água.
A Caatinga cobre as áreas do sertão semi-árido do Nordeste. Estende-se pelas regiões vizinhas e, ao longo do vale do rio São Francisco, incide na Bahia e no vale do rio Jequitinhonha, em Minas Gerais. Ocorre em clima tropical quente e seco. Nas áreas onde as condições de chuvas e retenção de água no solo são mais favoráveis, a caatinga é de tipo arbóreo; nas outras áreas, é de tipo xerófilo, isto é, perfeitamente adaptada aos solos arenosos e à pouca umidade. As árvores podem alcançar 12 m de altura e têm raízes profundas e folhas pequenas e cerosas, a fim de evitar a perda de água por evaporação. Durante a longa estação seca, quase todas as espécies vegetais ficam sem folhas.






Araucárias -Mata de pinheiros-do-paraná, típica da Região Sul.
A Floresta Subtropical e as Matas de Araucária, correspondentes ao clima subtropical mesotérmico e úmido, são dois tipos de formação vegetal que aparecem nos estados da Região Sul e em algumas áreas elevadas do Sudeste, como as Serras da Bocaina e da Mantiqueira. A Mata de Araucária, dominante nas áreas do planalto, deve sua denominação à abundância do pinheiro-do-paraná, cujo nome científico em latim é Araucaria angustifolia. Devido à devastação, esta vegetação só é encontrada em faixas isoladas e descontínuas.






Pantanal -Inundação periódica e vegetação variada.
A Vegetação Mista inclui os campos do sul, o Pantanal e os babaçuais. Os campos do sul, que revestem os pampas gaúchos em terrenos de relevo suave, apresentam cobertura herbácea contínua de diferentes espécies de gramíneas, além de arbustos isolados. O Pantanal, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, possui diferentes tipos de vegetação hidrófila, isto é, que se adapta às áreas periodicamente inundadas durante as cheias dos rios. A vegetação de babaçu, aproveitado principalmente para a produção de cera, ocupa uma longa faixa entre a hiléia e o cerrado, formando a paisagem vegetal dominante no Maranhão.






Pico da Neblina, ponto mais alto do Brasil, localizado na Serra do Imeri, Amazonas.
Relevo. O Brasil é um país de poucos desníveis. Cerca de 40% do território nacional encontra-se abaixo de 200 m de altitude, 45% entre 200 e 600 m, e 12%, entre 600 e 900 m. Apenas 3% constituem área montanhosa, ultrapassando os 900 m de altitude.

Os Planaltos ocupam aproximadamente 5.000.000 km2 e distribuem-se basicamente em duas grandes áreas, separadas entre si por planícies e platôs: o Planalto das Guianas e o Planalto Brasileiro.

O Planalto das Guianas está situado no norte da Região Amazônica, prolongando-se para as Guianas, o Suriname, a Venezuela e a Colômbia. Suas altitudes aumentam no sentido sul–norte, alcançando a média de 600 m na fronteira do Brasil com aqueles países. Na parte ocidental, mais elevada, acham-se as serras Parima, Paracaima e Imeri, destacando-se o Pico da Neblina (3.014 m), o Pico 31 de Março (2.992 m) e o Monte Roraima (2.875 m), respectivamente o primeiro, o segundo e o quarto ponto mais alto do país. Na parte oriental, mais baixa, encontram-se as Serras Acaraí e Tumucumaque.






Planaltos -Ocupam aproximadamente 5.000.000 de km2, dividindo-se em duas grandes áreas separadas entre si por planícies e planos: o Planalto das Guianas e o Planalto Brasileiro.
A Chapada dos Veadeiros (foto), em Alto Paraíso, no estado de Goiás, é um exemplo de planalto na região de Brasília.
O Planalto Brasileiro corresponde ao conjunto de serras e planaltos localizados ao sul do rio Amazonas. Ocupa mais da metade do território nacional. Suas maiores altitudes encontram-se a leste, nas proximidades do oceano Atlântico, decrescendo suavemente a norte e a oeste. Subdivide-se em cinco planaltos menores: Central, do Meio-Norte, da Borborema, Atlântico e Meridional.

O Planalto Central abrange o sul do Pará, praticamente todo o estado de Mato Grosso e Rondônia, grande parte do Acre, o centro-sul de Goiás, atingindo o vale superior do rio São Francisco. Constitui o divisor de águas entre a bacia amazônica e as dos rios Paraguai e São Francisco. Suas maiores elevações situam-se na Serra Dourada e na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, com altitudes superiores a 1.500 m.

O Planalto do Meio-Norte estende-se desde o nordeste do Pará até o noroeste do Ceará, englobando o norte de Goiás, todo o Maranhão e grande parte do Piauí. É caracterizado por uma sucessão de chapadas, que diminuem progressivamente de altitude para oeste e noroeste. Destacam-se as chapadas de Ibiapaba (de 700 a 900 m) e das Mangabeiras (700 m), e as Serras dos Cariris Novos (700 m) e Vermelha (600 m).

O Planalto da Borborema é a mais importante elevação do Nordeste brasileiro. Situado entre o litoral e o sertão, estende-se por aproximadamente 350 km, do norte de Alagoas ao sul do Rio Grande do Norte. Sua altitude média oscila entre 500 e 600 m e perde altura no sentido norte–sul. No maciço de Garanhuns, em Pernambuco, e no sul da Paraíba (Pico do Jabre), no entanto, são registradas altitudes em torno de 1.000 m.

O Planalto Atlântico compreende todo o conjunto de terras altas que se prolonga da Bahia até Santa Catarina, acompanhando a linha do litoral. Nas bordas do planalto encontram-se duas serras: a do Mar, que corre paralelamente à costa desde o norte do Rio de Janeiro, na altura de Campos, até o sul de Santa Catarina; e a da Mantiqueira e seus prolongamentos, mais para o interior, onde se localizam os pontos mais altos do Planalto Brasileiro: os picos da Bandeira (2.890 m), do Cruzeiro (2.861 m), do Cristal (2.798 m) e das Agulhas Negras (2.787 m).

O Planalto Meridional ocupa praticamente toda a região Sul do país, à exceção do litoral, prosseguindo por São Paulo, sudoeste de Minas Gerais, sul de Goiás e Mato Grosso do Sul. Fora das fronteiras brasileiras, estende-se também pelo Paraguai, Argentina e Uruguai. Sua altitude média é de 600 m, mas certos trechos da Serra Geral, que se prolonga do norte do Rio Grande do Sul ao interior de Santa Catarina e Paraná, apresentam altitudes superiores a 1.200 m.






Planícies -Cobrem aproximadamente 3.000.000 de km2, possuindo três grandes áreas: a planície Amazônica, a planície litorânea e o Pantanal Matogrossense.
O vale do rio Amazonas (foto ) e alguns de seus afluentes formam uma estreita faixa de planície cercada por planaltos e depressões.
As Planícies cobrem mais de 3.000.000 de km2 do território brasileiro. Dividem-se em três grandes áreas: a planície amazônica, a planície litorânea e o Pantanal Matogrossense.

A planície amazônica é uma das maiores extensões de terras baixas de todo o planeta, com cerca de 1.600.000 km2. Está situada entre os planaltos das Guianas e Brasileiro, estendendo-se dos Andes ao oceano Atlântico. Apresenta dois tipos de terrenos: as terras de várzeas, próximas às margens dos rios e sujeitas a inundações periódicas; e as terras firmes, que em geral não ultrapassam 100 m de altura, sendo raramente atingidas pelas enchentes.

A planície litorânea estende-se ao longo da costa brasileira a partir do Amapá, formando uma faixa descontínua e de largura irregular. Em certos trechos é bem larga, como no litoral do Maranhão, desaparecendo quase totalmente em outros, como no litoral sul, onde em determinados pontos a Serra do Mar alcança o oceano. Observam-se aí planícies isoladas, como as da Baixada Fluminense, da Ribeira do Iguape, de Paranaguá, de Itajaí e a faixa litorânea do Rio Grande do Sul.

O Pantanal está localizado na baixada do rio Paraguai, abrangendo áreas dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e prolongando-se pelo Paraguai e Bolívia. Sua altitude média não ultrapassa 200 m, embora apresente algumas elevações isoladas, como maciço de Urucum.




Rio São Francisco, em Petrolina (PE), uma das principais fontes de irrigação do Nordeste.


Rios e Lagos. O Brasil possui um grande número de rios, correndo para o oceano Atlântico. A barreira representada pelos Andes impede que qualquer curso d’água siga em direção ao oceano Pacífico. Esses rios constituem oito grandes bacias hidrográficas, formando em seu conjunto uma das maiores e mais importantes redes fluviais do mundo.






Bacia do rio amazonas - Amazonas, com 6.500 km de extensão.
A maior bacia hidrográfica do país é a do Amazonas. Tem no território brasileiro 4.718.067 km2, alcançando mais de 6.900.000 km2 em sua área total. Cobre integralmente Rondônia, Roraima, Amapá, Acre e Amazonas e quase totalmente o Pará, além de grande parte de Mato Grosso.

O Amazonas, o maior rio brasileiro, é também o maior do mundo. Conta com mais de mil afluentes, destacando-se pela margem direita o Javari, o Juruá, o Purus, o Madeira, o Tapajós e o Xingu, e pela margem esquerda o Içá, o Japurá, o Negro, o Jamundá, o Trombetas, o Maicuru, o Paru e o Jari.






Paraná/Paraguai -Iguaçu, no Paraná, com 1.060 km de extensão.
A segunda bacia em extensão é a do Paraná, com 877.000 km2. Compreende parte dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Goiás e do Distrito Federal. Destaca-se entre as demais bacias pelo seu enorme potencial hídrico. Depois de correr em território brasileiro, marcando as divisas entre Minas Gerais e Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul, e Mato Grosso do Sul e Paraná, o rio Paraná desce para a planície, invadindo a Argentina. Seus principais afluentes são, pela margem esquerda, o Grande, o Tietê, o Paranapanema, o Ivaí e o Iguaçu. Pela margem direita estão o Corrente, o Verde, o Pardo e o Amambaí.






Norte/Nordeste -Araguari, no Amapá, com 564 km de extensão.
O conjunto de bacias do Nordeste soma 953.000 km2. Engloba, entre outras, as bacias secundárias do Parnaíba, do Jaguaribe, do Açu ou Piranhas, e do Capibaribe e Beberibe. Os rios dessa bacia têm, em sua maior parte, um regime muito instável, devido à irregularidade das chuvas, traço marcante do clima da região.






São Francisco - São Francisco, com 2.800 km de extensão.
A bacia do São Francisco tem 634.000 km2. Estende-se pelos estados da Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, incluindo pequena área de Goiás e do Distrito Federal. A Cachoeira de Paulo Afonso é a principal queda-d’água do seu curso, e a usina hidrelétrica nela instalada é a responsável pelo abastecimento de energia da extensa área da região Nordeste. Seus principais afluentes pela margem direita são: o Pará, o Paraopeba, o das Velhas, o das Rãs e o Salitre. O Abaeté, o Paracatu, o Carinhanha, o Corrente, o Grande e o Ipanema são os principais pela margem esquerda.






Leste -Jequitinhonha, em Minas Gerais e na Bahia, com 879 km de extensão.
A quinta bacia em extensão é a do Leste, abrangendo parte dos estados da Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Sergipe, e a totalidade do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. Tem 569.310 km2 e inclui as bacias secundárias dos rios Paraíba do Sul, Doce, Jequitinhonha, Contas, Paraguaçu e Vaza-Barris, entre outras.

As três bacias restantes são a do Paraguai (345.701 km2), que ocupa terras dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e na qual se encontra a bacia secundária do rio Cuiabá; a do Sudeste (223.688 km2), que compreende partes dos territórios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Paraná, e que agrupa as bacias secundárias da Ribeira do Iguape, Itajaí e Jacuí; e finalmente a do Uruguai (178.235 km2), que cobre cerca da metade dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

O potencial hídrico das oito grandes bacias brasileiras está avaliado em 1.130.000 Gigawatts/h, dos quais pouco mais de 40% correspondem à bacia do rio Amazonas. A extensão navegável dos rios brasileiros é estimada em 43.955 km, dos quais cerca de 25 mil km pertencem à bacia do Amazonas.

As bacias brasileiras têm pouca importância se comparadas com a vasta rede fluvial do país. Podem ser classificadas em três tipos: as de barragem, de erosão e as fluviais.

Na sua maioria, as lagoas e os lagos brasileiros são de barragem, isto é, resultantes da sedimentação marinha ou fluvial, como é o caso das Lagoas dos Patos, Mirim e Mangueira, no Rio Grande do Sul; Feia, Araruama, Saquarema e Maricá, no Rio de Janeiro; e Mundaú e Manguaba, em Alagoas, todas próximas ao litoral.

As lagoas ou lagos de erosão são pouco comuns no Brasil. Os destaques ficam por conta da Lagoa Santa, em Minas Gerais, e a Lagoa de Juparanã, no Espírito Santo. As lagoas ou lagos fluviais são muito numerosos na bacia amazônica, sendo ligados aos rios por canais denominados furos. São formados pelo armazenamento das águas das enchentes nas depressões. Destacam-se também as Lagoas de Amanã, Tefé, Badajoz, Manacapuru, Coari e Manacá, no Amazonas, e Erepecu, Grande e Grande de Curuaí, no Pará. Nas margens do rio Paraguai, as lagoas fluviais são conhecidas pelo nome de baías, desempenhando função reguladora nas cheias. Destacam-se as de Uberaba, Guaíba e Mandioré, em Mato Grosso do Sul.

Quanto à navegação, as lagoas e os lagos brasileiros são pouco utilizados, à exceção da Lagoa dos Patos, que estabelece comunicação entre Porto Alegre e o oceano Atlântico, e da Lagoa Mirim, no Rio Grande do Sul.

Clima. Cerca de 90% do território brasileiro está situado entre a linha do Equador, que passa na altura da cidade de Macapá, e o trópico de Capricórnio, que corta o país na altura da cidade de São Paulo. Essa situação geográfica, aliada a um relevo dominado por baixas altitudes, faz do Brasil um país essencialmente tropical, com predomínio de temperaturas médias anuais acima de 22ºC em cerca de 93% de sua superfície. Somente certas áreas montanhosas do Sudeste, como as Serras da Mantiqueira e do Mar, e a zona subtropical (a Região Sul), localizada abaixo do trópico de Capricórnio, apresentam temperaturas médias anuais inferiores a 20ºC.

À exceção dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, onde o verão, o outono, o inverno e a primavera são diferenciados, há no Brasil apenas duas estações: uma mais quente e mais chuvosa, que corresponde ao verão, e outra menos quente e geralmente com um menor índice de chuvas, relativa ao inverno.

Os diferentes climas brasileiros podem ser classificados em cinco tipos principais: equatorial quente e úmido; tropical quente e úmido; tropical quente e semi-úmido; tropical quente e seco (semi-árido); e subtropical mesotérmico (temperado) e úmido.

Equatorial Quente e Úmido. É o clima característico da região amazônica. As chuvas são abundantes, com médias anuais variando entre 1.500 mm e 1.700 mm, mas podendo ultrapassar 3.000 mm na foz do rio Amazonas e no litoral do Amapá. O período menos chuvoso é muito curto, geralmente de três meses, sendo praticamente inexistente na parte ocidental da região.






São Joaquim, na Serra Catarinense, coberta por neve. Uma exceção no clima brasileiro.
As temperaturas médias anuais são sempre elevadas, oscilando entre 24ºC e 26ºC em 80% do território. No verão, o período mais chuvoso, as temperaturas podem chegar a 40ºC. A amplitude térmica anual – diferença entre as médias das temperaturas máximas e mínimas – é pequena, situando-se em torno de 3ºC. A amplitude térmica diária, entretanto, é relativamente alta, alcançando até 10ºC, o que indica a ocorrência de dias quentes e noites frescas.

No inverno, o sudoeste da Amazônia (Mato Grosso, Rondônia e Acre) está sujeito ocasionalmente ao fenômeno da friagem, invasão de massas frias provenientes do sul do continente que fazem a temperatura cair a 12ºC ou, em Rondônia, até a 4ºC.






Tropical Atlântico -Temperatura média de 18oC a 22oC, chuvas abundantes o ano inteiro, como na Serra do Mar.
Tropical Quente e Úmido. É o clima observado ao longo do litoral brasileiro. Estende-se desde o norte da Paraíba até São Paulo, de onde atravessa o interior, atingindo o sul de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e o noroeste do Paraná. O índice médio de chuvas varia de 1.000 a 1.780 mm anuais. Por causa da grande extensão latitudinal dessa zona climática e da importância que o relevo adquire em algumas áreas, contudo, o regime de chuvas não é uniforme. No vale do Rio Doce (Minas Gerais e Espírito Santo) e no litoral de Cabo Frio (Rio de Janeiro), por exemplo, a média anual de chuvas é inferior a 1.000 mm, ao passo que no litoral sul da Bahia chega a 2.000 mm, alcançando 4.000 mm na encosta litorânea da Serra do Mar, em São Paulo. Refletindo essa variedade de índices de precipitação, a duração da estação seca também oscila, podendo estender-se de um a quatro meses.

As temperaturas médias anuais chegam a 24ºC ou 26ºC em vários pontos do litoral, baixando para menos de 18ºC nos trechos mais elevados, como em Poços de Caldas, Minas Gerais, onde o clima é chamado de tropical de altitude por apresentar verões suaves e invernos relativamente frios. O mês mais quente do ano é janeiro e o mais frio é julho, quando as médias caem para 21ºC no Rio Grande do Norte, ou mesmo para 6ºC em São Paulo. Nos anos de inverno mais rigoroso, podem ocorrer alguns dias de geada nas áreas mais elevadas dos planaltos Paulista e Mineiro.






Tropical -Temperatura média de 25oC, verões chuvosos
e invernos secos, como no Pantanal.
Tropical Quente e Semi-Úmido. É o clima dominante do litoral do Maranhão à Região Centro-Oeste, estendendo-se ao oeste da Bahia e ao norte de Minas Gerais. A precipitação média anual varia de 1.500 mm a 2.000 mm e o regime de chuvas é tipicamente tropical: verão muito chuvoso e inverno com seca bastante rigorosa. Os três meses mais quentes recebem de 45% a 55% das chuvas que caem durante todo o ano, enquanto nas áreas vizinhas ao Nordeste o inverno pode durar de quatro a seis meses.

As temperaturas médias anuais decrescem de norte a sul, atingindo 26ºC no Maranhão e 18ºC na Serra do Espinhaço, em Minas Gerais. Os meses mais quentes correspondem geralmente à primavera, registrando-se temperaturas máximas de 36ºC no litoral maranhense, e 40ºC a 42ºC em Mato Grosso e Goiás. No inverno, a temperatura é mais amena. Nas áreas mais elevadas, como a Serra do Espinhaço, os termômetros chegam a marcar temperaturas negativas, podendo ocorrer geadas.






Semi-árido -Temperatura média de 26oC, chuvas irregulares
e escassas, como na caatinga do Nordeste.
Tropical Quente e Seco (Semi-Árido). É o tipo climático do Sertão da região Nordeste, onde predomina a vegetação de caatinga. O índice médio de precipitação é bastante baixo, situando-se em torno de 750 mm anuais. Em algumas áreas pode atingir totais ainda menores, como no Raso da Catarina, na Bahia, e em Patos, na Paraíba. Em outros trechos, o relevo favorece a concentração de umidade, determinando maior precipitação média. Na Serra da Borborema, na Chapada do Ibiapaba e na Serra de Baturité, as chuvas alcançam 1.000 mm anuais. O maior problema do clima semi-árido, porém, é a concentração de chuvas em dois ou três meses de verão (regionalmente denominado inverno), quando cai 70% do total anual de chuvas. A estação seca (regionalmente denominada verão) pode prolongar-se por vários meses. Em média dura de cinco a seis meses, mas pode estender-se por sete a nove no Raso da Catarina, ou mesmo por 9 a 11 meses em Patos. Há períodos em que a estação seca tem uma duração de mais de um ano.

Quanto às temperaturas, as médias anuais oscilam em torno de 26ºC e no verão podem ultrapassar 28ºC. A amplitude térmica anual é, em geral, pequena, variando de 2ºC a 5ºC, mas a amplitude térmica diária é maior, ocasionando noites frescas após dias






Subtropical -Temperatura média de 13oC a 25oC, com chuvas bem distribuídas, como nos pampas gaúchos.
Subtropical Mesotérmico (Temperado) e Úmido. Este tipo climático abrange os estados da Região Sul do Brasil. Caracteriza-se por uma distribuição de chuvas bastante uniforme, não se observando uma estação efetivamente seca, pois o mês de menor precipitação apresenta mais de 30 mm de chuvas. O índice médio de precipitação é de 1.500 mm anuais, podendo chegar a mais de 2.000 mm no oeste de Santa Catarina.

Do ponto de vista da temperatura, o clima é temperado, com médias anuais entre 16ºC e 18ºC nas áreas mais elevadas do planalto e de 20ºC no norte de Santa Catarina. No inverno, é comum a ocorrência de geadas e pelo menos durante um mês a temperatura média é inferior a 15ºC. Nos anos de inverno mais rigoroso, cai neve durante vários dias nos pontos mais altos do planalto, como São Francisco de Paula, no Rio Grande do Sul, São Joaquim, em Santa Catarina, e Palmas, no Paraná. Esse fenômeno não é observado em nenhuma outra zona climática do Brasil. Nas áreas mais baixas, os verões são muito quentes. No oeste do Rio Grande do Sul já foram registradas temperaturas superiores a 42ºC. As amplitudes térmicas médias anuais variam de 7ºC a 13ºC e aumentam de norte para sul.

RECURSOS NATURAIS

Solo. Em geral, os solos brasileiros não apresentam um alto índice de fertilidade, mas podem ser aproveitados com a aplicação de fertilizantes e técnicas adequadas. Apenas 20% do território do país é constituído por solos realmente férteis.

A planície amazônica, que conta com grandes extensões de florestas, possui os solos menos férteis do país. Após a utilização da terra, dependendo do estado do solo, são necessários quatro, cinco ou mesmo 15 anos para a vegetação reconstituir-se. A abundância de água, que por um lado estimula o surgimento da cobertura vegetal, é responsável, por outro lado, pela lavagem que retira os sais minerais do solo, tornando-o pobre. A retirada da exuberante floresta que a recobre diminui sensivelmente a sua fertilidade e a possibilidade de aproveitamento econômico.

Na Zona da Mata nordestina e no Recôncavo Baiano, o tipo de solo dominante é o massapê, terra escura e argilosa, excelente para o cultivo da cana-de-açúcar. É no Sudeste do país, porém, que aparecem as maiores concentrações de solos férteis. A decomposição de rochas de origem vulcânica originou terras roxas de elevada fertilidade, sobretudo em São Paulo e no Paraná.

Minerais. O Brasil é um país rico em minerais. No entanto, os recursos ainda não são totalmente conhecidos por falta de pesquisas, e a exploração é insatisfatória. No estágio atual de mapeamento das riquezas minerais do país, as reservas brasileiras podem ser classificadas da seguinte forma: reservas abundantes (ferro, manganês, cassiterita, níquel, bauxita, cristal de rocha, calcário e sal-gema), reservas suficientes (zinco, chumbo, fluorita e xistos) e reservas deficientes (ouro, prata, cobre, enxofre, petróleo, carvão e gás natural).

Rios. Os cursos d’água brasileiros formam uma das maiores e mais importantes redes fluviais do mundo e tornam o país um dos mais ricos em potencial hídrico. Efetivamente, os rios constituem a principal fonte de energia elétrica para o Brasil. Em várias regiões, eles têm também enorme valor como vias navegáveis. Em muitos, a pesca é atividade de grande importância econômica.

Plantas. A flora brasileira apresenta a maior biodiversidade do mundo. Em todas as regiões do país, são encontradas plantas de valor comercial. Na Floresta Amazônica, destacam-se a seringueira, o caucho, a castanheira, o mogno, o pau-marfim, o pau-roxo, o guaraná, o pau-rosa e o murumuru, além de numerosas outras espécies. O babaçu é encontrado sobretudo na transição entre as regiões Norte e Nordeste. Nesta, os principais são carnaubais, além da baraúna, da aroeira, do xique-xique, da macambira, do umbu e outras espécies. Na Mata Atlântica, sobressaem o jacarandá, o cedro e a peroba. No sul do país, dominam o pinheiro-do-paraná, a imbuia, o ipê e a erva-mate




Jaguatirica, animal ameaçado de extinção, antes encontrado em todas as regiões do Brasil.


Animais. A região amazônica tem a mais rica e diversificada fauna do Brasil. Entre os macacos destacam-se os saís, os macacos-de-cheiro, os barrigudos, os guaribas e os sagüis. Há também grande número de cachorros-do-mato, quatis, furões, jaguatiricas e preguiças. O peixe-boi, o boto-branco e o tucuxi são exclusivos dessa região. O jacamim, o pavãozinho-do-pará, a arara-vermelha e o pavão-do-mato são aves tipicamente amazônicas. Entre os ofídios destacam-se, pelo seu tamanho, as jibóias e as sucuris. Dentre os peixes amazônicos estão o pirarucu, as raias, o tucunaré, o poraquê e o baiacu. Vivem na região muitos jacarés e tartarugas.

Nas áreas do cerrado e da caatinga, a fauna é bem menos rica que na Floresta Amazônica. Os tatus são comuns, com destaque para os das espécies canastra e peba. Entre os lagartos, os mais encontrados são o senembi ou iguana. Os ofídios são numerosos, destacando-se a jararaca e a surucucu-pico-de-jaca.

A fauna da Mata Atlântica é bem representada pelos marsupiais, como os gambás e as cuícas, e pelos macacos, como o macaco-aranha (o maior da América do Sul) e o guariba. Outros animais comuns nessa área são a irara, o cangambá e o serelepe.

Na mata de araucária, as raposas-do-campo e os veados são muito abundantes. Nessa região, há cerca de 40 espécies de aves não encontradas no restante do país. São freqüentes o mergulhão e o albatroz e, esporadicamente, o pingüim chega até o Rio Grande do Sul. A crescente devastação da vegetação natural e a caça têm contribuído, porém, para ameaçar de extinção um número cada vez maior de espécies. Algumas delas, como o mico-leão-dourado, só sobrevivem em reservas biológicas ou em parques nacionais onde existem programas de preservação da espécie.




Manifestação no Centro de São Paulo. No Brasil, 81,2% da população vive nas áreas urbanas.


População

Com uma população estimada em 169.590.693 habitantes em 2000, segundo dados do IBGE, o Brasil atravessou a década de 1990 com uma taxa de crescimento cada vez menor: se antes dos anos de 1970 o país assistiu ao franco aumento de sua população, a partir dessa data registrou rápida desaceleração: de 2,28% em 1970 passou para 1,93% em 1980. Entre 1991 e 1996, a taxa de crescimento chegou a 1,38%.

Essa rápida mudança nas últimas décadas alterou a estrutura etária do país. Hoje, o maior contingente populacional encontra-se na faixa de 15 a 64 anos (64,6%), com uma sensível diminuição na participação das crianças de zero a 14 anos (29,6%) e um ligeiro aumento no grupo dos idosos (5,85%). A partir de agora, a tendência é a aceleração do envelhecimento da população por causa da queda da taxa de fecundidade (de 6,2 filhos por mulher em 1960, para 2,3 em 2000).

Os primeiros habitantes do Brasil foram os índios. Os principais grupos indígenas eram os guaranis, os aruaques e os caraíbas. Com o descobrimento, chegaram os portugueses e, mais tarde, negros escravos vindos da África, sobretudo do Congo, da Costa do Marfim, de Mali e de Benin. Nos séc. XIX e XX, o país recebeu grande número de imigrantes da Europa, do Oriente Médio, da Ásia e da América Latina.

Segundo os dados de 1999 do IBGE, cerca de 54% da população é de brancos; 39,9%, de pardos; 5,4%, de negros; 0,5%, de amarelos; e 0,2%, de índios (calcula-se que a população indígena brasileira seja de cerca de 300 mil indivíduos). é difícil, porém, definir as raças no Brasil e esse quadro pode não refletir a realidade. Muitas vezes, a resposta quanto à cor é alterada por conta do preconceito. Desse modo, podemos supor que o número de brancos é superestimado, englobando muitos mestiços de pele mais clara, que não tomaram consciência de sua genealogia.

A intensa mistura de raças revela a maior tolerância do povo brasileiro em relação às diferenças étnicas. Isto não impede, contudo, a existência de preconceito e discriminação. O surgimento de grupos de conscientização e defesa dos direitos das minorias étnicas e a elaboração de leis punindo a discriminação evidenciaram casos que passavam despercebidos pela maioria da população, apesar de não existirem conflitos étnicos ou raciais explícitos no país.

Distribuição da População. Segundo o Censo de 2000, a densidade demográfica é de apenas 19,9 hab./km2. Os EUA, por exemplo, país cerca de 10% maior que o Brasil, têm 30,5 hab./km2.

No entanto, a população brasileira não se distribui de maneira uniforme pelo território. No Rio de Janeiro, por exemplo, a densidade é de 328,6 hab./km2, enquanto no Amazonas é de 1,8 hab./km2. A densidade demográfica é maior no litoral e vai diminuindo em direção ao interior, com alguns sinais de adensamento próximo às capitais ou ao longo de rodovias e rios.

A desigualdade na distribuição da população brasileira também pode ser verificada pela porcentagem da população que se concentra em cada uma das cinco regiões do país, levando-se em consideração a extensão de cada uma. Na Região Sudeste, cuja área é de 10,86% do território nacional, concentram-se 42,63% dos brasileiros; na Região Sul, que ocupa 6,79%, estão 14,79%. Na Região Centro-Oeste, que representa 22,08% do território brasileiro, vivem 6,85% da população; e na Região Nordeste, com 18,20% da área do país, encontram-se 28,12% dos habitantes. Na Região Norte, que ocupa 42,07% do território nacional, vivem apenas 7,6% da população.

Segundo a contagem populacional de 2000, 18,8% dos brasileiros vivem no campo. Portanto, a população das áreas urbanas é de 81,2%, com um crescimento, mas com um ritmo bem menos acelerado do que no período 1950-1990. Este quadro atual é o resultado de intensa migração das áreas rurais para as áreas urbanas após a Segunda Guerra Mundial. De 1950 a 1970, as grandes metrópoles do Sudeste representaram o principal destino dos migrantes. Na década de 1980, verificou-se uma migração para as capitais regionais e as cidades médias.

As três maiores áreas metropolitanas do país são, segundo o censo de 2000 do IBGE, a de São Paulo (17,8 milhões de habitantes), a do Rio de Janeiro (10,8 milhões de habitantes) e a área metropolitana de Belo Horizonte (4,3 milhões de habitantes). São Paulo é a cidade mais populosa do país e está entre as maiores aglomerações urbanas do mundo.




Romeiros chegam à Basílica de N. S. Aparecida (Aparecida, SP), em 12 de outubro, dia da padroeira.


Religião. Os brasileiros têm liberdade religiosa. A Constituição de 1824 indicava o Catolicismo como religião oficial. No entanto, um decreto de 1890 separou a Igreja do Estado e proibiu a perseguição religiosa.

Segundo os dados preliminares referentes ao censo do IBGE de 2000, 74% dos brasileiros praticam, ou pelo menos declaram praticar, a religião católica. O restante abrange sobretudo os adeptos das diversas correntes cristãs que, em números relativos, foram as que mais cresceram no país. As religiões afro-brasileiras, como a Umbanda e o Candomblé, contam com expressivo número de adeptos.




Alunos assistem à aula. Rede pública atende mais de 85% da população do país.


Educação. A rede pública do país atende quase 88% das matrículas em todos os níveis e modalidades de ensino, ou seja, educação básica (educação infantil, ensino fundamental e médio), ensino superior (graduação, pós-graduação, extensão e seqüenciais), educação de jovens e adultos (antigo supletivo), profissional (nos níveis básico, técnico e tecnológico) e educação especial, (para os portadores de deficiência física e mental). A educação infantil dá acesso a 6 milhões de crianças (0-6 anos), aos bancos escolares, segundo o Censo escolar de 2001.

Em 1998, o Ministério da Educação (MEC) criou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que objetiva medir a capacidade do aluno em utilizar o que aprendeu na escola. Submetem-se ao Enem os alunos do último ano do ensino médio e os recém-formados. Em 2001, 1,7 milhão de estudantes se inscreveram para a prova.

O Exame Nacional de Cursos (Provão) avalia anualmente os formandos de instituições do ensino superior, com provas específicas para cada curso. É obrigatório para quem está se graduando, sob risco de o estudante não obter o diploma. O resultado, contudo, não reprova. Serve apenas de subsídio para se avaliarem os cursos, que podem ser suspensos caso mantenham baixo desempenho em três avaliações seguidas.

Economia

Até a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o Brasil era essencialmente agrícola e importava a maior parte dos produtos industrializados de que necessitava. As dificuldades de transporte durante o conflito mundial e a escassez desses produtos no pós-guerra, entre outros fatores, desencadearam um importante esforço de industrialização no país. Desde então, o Brasil passou por um processo de reestruturação em todos os setores produtivos, que o consagrou como a oitava economia do mundo, segundo o Banco Mundial. Atualmente, têm grande destaque as indústrias alimentar, têxtil, metalúrgica, química, petrolífera, de veículos automotores e autopeças e da construção civil.




Metalúrgicos na linha de montagem de indústria automobilística, em Betim, Minas Gerais.


Indústria. A indústria brasileira está concentrada na região Sudeste, onde se localizam grandes centros produtivos, como São Paulo e Rio de Janeiro, suas respectivas áreas metropolitanas, o vale do Paraíba e o centro de Minas Gerais. O estado de São Paulo tem o maior parque industrial do país e a região metropolitana da capital é o maior centro industrial da América Latina.

O nível de industrialização do Sudeste reflete a existência de importantes atividades econômicas na região, como a cultura do café – responsável pela injeção de recursos –, um sistema de transportes adequado e uma mão-de-obra farta, que também representa o maior mercado consumidor brasileiro.

A partir da década de 1980, as tentativas de descentralização começaram a dar os primeiros resultados significativos, com o crescimento relativo da produção industrial nas chamadas metrópoles regionais e nas cidades médias, principalmente em comparação às metrópoles nacionais, como Rio de janeiro e São Paulo. Outros centros industriais importantes do Brasil são Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Belém e a Zona Franca de Manaus, o maior centro produtor de eletroeletrônicos.

No setor da indústria metalúrgica, merece destaque a siderurgia. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), instalada em Volta Redonda (RJ), tem a maior usina siderúrgica da América Latina. Na Zona Metalúrgica de Minas Gerais, há também grande número de usinas médias, como a Belgo-Mineira, a Acesita e a Usiminas. Em São Paulo estão instaladas a Cosipa e a Aços Villares. No Rio de Janeiro fica a Cosigua. O governo privatizou todo o seu parque siderúrgico no início da década de 1990.

Embora seja um grande importador de petróleo, o país é auto-suficiente em refino do produto. As refinarias constituem fonte de divisas (pois o Brasil tem condições de exportar derivados de petróleo) e deram grande impulso às indústrias químicas, principalmente no setor de têxteis, com a fabricação de fios sintéticos, e no setor de plásticos.

Desde sua instalação, na década de 1950, a indústria automobilística brasileira deu um grande salto. Em 1969, o país já era o principal produtor de veículos na América Latina. Desde então, a produção tem crescido bastante, ampliando a oferta no mercado interno e permitindo que o país passasse à condição de exportador de automóveis, principalmente de veículos compactos equipados com motores de pequena cilindrada. Em 1997, entrou em vigor o chamado regime automotivo para incentivar a instalação de montadoras estrangeiras no país. Cerca de 20 empresas apresentaram projetos com essa finalidade.

Agropecuária. A agropecuária brasileira tem grande importância não só para a economia do país, mas também para a economia mundial. Isso pode ser constatado pela posição que ocupa em vários segmentos da atividade. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de café, mandioca, banana, cana-de-açúcar, laranja, milho, cacau, soja, fumo e amendoim e, também, um dos maiores criadores de eqüinos, suínos, muares e bovinos.

A Agricultura. A exportação de produtos agrícolas é uma importante fonte de divisas para o Brasil. Embora alguns produtos possam ser encontrados em todo o território nacional, a organização da rede de transportes e das estruturas de comercialização tem tornado possível uma especialização agrícola das regiões, de acordo com as condições de solo e de clima, entre outros. Desse modo, a região Sudeste destaca-se na produção de feijão, banana, algodão, amendoim, laranja e tomate; a região Sul é área produtora sobretudo de arroz, milho, trigo, cebola, batata-doce, batata-inglesa, soja e uva; e o Nordeste vem se sobressaindo como produtor de frutas tropicais, tais como banana, abacaxi e coco. As frutas estão substituindo as culturas tradicionais da região, como a mandioca, a cana-de-açúcar e o algodão. O Sudeste, pela presença de grandes metrópoles e portos, apresenta uma predominância de culturas de exportação e hortícolas. No Sul, localiza-se a grande área de produção dos alimentos de maior consumo no país. É onde se produzem também muitos artigos de exportação, como a soja. O Centro-Oeste também se destaca como área de expansão do cultivo de produtos para a exportação, como a soja.






Plantação de soja, em Morrinhos, Goiás. Brasil é um dos maiores produtores mundiais do grão.
Da década de 1970 em diante, sucessivos governos incentivaram a modernização do campo, com a introdução de tecnologia, maquinário e defensivos agrícolas. Essa iniciativa passou a exigir uma política de créditos agrícolas orientada para o financiamento destes itens. A modernização eliminou empregos, induzindo a migração rural para os centros urbanos.

A Pecuária brasileira desempenha importante papel na economia do país. Os rebanhos de bovinos, suínos, eqüinos e muares encontram-se entre os maiores do mundo.

Metade do rebanho bovino concentra-se numa região que inclui o oeste de Minas Gerais e São Paulo, o sul de Goiás, e Mato Grosso do Sul. Cria-se sobretudo gado de corte. No Sudeste, o rebanho, especialmente leiteiro, é criado na Zona da Mata e no sul de Minas Gerais; nas regiões da Mojiana e da Paulista, em São Paulo; e no médio Paraíba, em São Paulo e no Rio de Janeiro. No Rio Grande do Sul, encontra-se um oitavo do rebanho nacional, sendo a criação principalmente de gado de corte. O Nordeste tem gado magro, mas com boa qualidade de couros. No sul da Amazônia estão sendo abertas grandes fazendas de gado bovino, o que tem contribuído para o desmatamento da região para a formação de pastos.

A criação de suínos ocorre sobretudo em duas regiões: Minas Gerais, São Paulo e Goiás; e Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Minas Gerais e Rio Grande do Sul são os dois estados com maiores rebanhos eqüinos e muares do mundo. O rebanho de asininos concentra-se de modo especial nos estados do Nordeste, onde se encontra também a maior parte do rebanho brasileiro de caprinos, aproveitados sobretudo pela carne, embora a pele seja também vendida. A criação de ovinos, orientada especialmente para a produção de lã, concentra-se no oeste do Rio Grande do Sul.




Usina binacional de Itaipu, no rio Paraná, a maior hidrelétrica do mundo.


Mineração. O Brasil tem possibilidade de se tornar auto-suficiente em minerais necessários ao seu desenvolvimento. Apesar da exploração ainda ser insatisfatória, o extrativismo mineral vem aumentando sua importância por causa da atenção dada pelo governo à expansão dessa atividade, com vistas ao mercado externo.

O ferro é a principal riqueza mineral do país. As principais reservas localizavam-se em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e em Goiás. No entanto, com a descoberta das jazidas da Serra dos Carajás, no Pará, este estado passou ter as maiores reservas, que têm sido exploradas para exportação, por intermédio do porto de Itaqui, no Maranhão. Para abastecer o mercado interno, quase toda produção brasileira provém do estado de Minas Gerais, mais precisamente do chamado Quadrilátero ferrífero, localizado nas proximidades de Belo Horizonte.

O Brasil é também um grande produtor mundial de manganês. As jazidas de Minas Gerais e da Bahia abastecem o mercado interno e a exportação é garantida pelas minas da Serra do Navio, no Amapá, e de Urucum, no Mato Grosso do Sul. No Amapá, foi construído o cais de Santana, em Macapá, especializado no embarque do minério.

A cassiterita, único minério comercializável do estanho, concentra-se em Rondônia, responsável por mais de 80% da produção nacional. As reservas localizadas nessa região são estimadas entre as maiores do mundo. Já a bauxita, que é o principal minério do alumínio, é extraída nas proximidades do Rio Trombetas, no Pará, onde a existência de imensas jazidas motivou a instalação de um complexo regional de produção de alumínio, que incluiu a construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, no Rio Tocantins, e a instalação de várias fábricas na região, principalmente no Maranhão. Outras jazidas estão localizadas nas cidades de Poços de Caldas, Ouro Preto e Mariana, todas em Minas Gerais.

O níquel é explorado em Niquelândia (GO), onde se encontram as maiores reservas do país, e em Liberdade e Pratápolis (MG). A produção nacional de níquel ainda não satisfaz as necessidades internas. Cerca de 90% das reservas brasileiras de cobre localizam-se na Bahia e, embora o Rio Grande do Sul seja o maior produtor, a quantidade produzida é pequena demais para atender o consumo do país. O mesmo acontece com o zinco, cujas jazidas se concentram em Minas Gerais.

O Rio Grande do Norte produz mais de 60% do sal consumido no país.




Plataforma petrolífera na Bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro, maior área produtora do país.


O Brasil não tem grandes reservas de minerais combustíveis, isto é, aqueles que produzem energia. O carvão mineral não é de boa qualidade e sua produção é insuficiente para atender a demanda interna. As jazidas carboníferas ocorrem principalmente na bacia do Paraná, no sul do país. Santa Catarina é o maior produtor nacional e seu carvão é utilizado principalmente nas usinas siderúrgicas do Sudeste.

A produção de petróleo também está aquém das necessidades do país. Desde a década de 1980, a intensificação das pesquisas e o desenvolvimento de tecnologias de prospecção e de produção em águas profundas têm permitido ampliar a produção e diminuir a dependência da importação. A maior área produtora de petróleo fica no mar, na chamada Bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro.






Seringueiro extrai manualmente o látex na Floresta Amazônica, no estado do Acre.
Extrativismo Vegetal. Até a segunda década do séc. XX, a borracha, proveniente da exploração da seringa na região Norte, era o segundo produto de exportação. A produção caiu consideravelmente, mas ainda tem importância para a região, sendo o Acre o maior produtor. Outras árvores da região que fornecem látex são a sorva e o caucho. O Pará é o maior produtor brasileiro de castanha-do-pará, seguido do Amazonas.

No Nordeste, é importante a produção de amêndoas de babaçu, sendo que mais de 80% são provenientes dos babaçuais do Maranhão. O Ceará, o Rio Grande do Norte e o Piauí são os maiores fornecedores de cera de carnaúba. No litoral da Bahia, é explorada mais de 90% da produção brasileira de piaçava.

O principal produto do extrativismo vegetal brasileiro, no entanto, é a madeira. O Brasil é o terceiro produtor mundial de toras de madeira e o primeiro de madeiras de lei. Entre os produtos extrativos exportados, o primeiro lugar é ocupado pelas madeiras pinho, jacarandá, imbuia, peroba, cedro, mogno, louro, sucupira e andiroba, dentre outras. Cerca de 35% do território brasileiro é coberto por matas. Depois da Federação Russa, é o país que dispõe das maiores reservas florestais. O grande problema é que a derrubada da mata é feita praticamente sem controle. Por causa disso, o mogno está desaparecendo da parte sul da Floresta Amazônica e o pau-rosa está quase extinto nas matas do médio Amazonas.

Energia. Os rios brasileiros constituem a principal fonte de energia do país. Segundo dados de 1999, a produção total de energia elétrica do Brasil foi de 332 milhões de MWh, dos quais 86,5% de origem hídrica e apenas 13,5% de origem térmica.

O Sudeste é a região que produz mais energia, sendo 91% de sua produção de origem hídrica. Nessa região, localizam-se algumas das maiores usinas do país, com destaque para o complexo de Urubupungá, formado por Jupiá e Ilha Solteira, na divisa de São Paulo com Mato Grosso do Sul; o conjunto do Rio Grande, com Furnas e Estreito; e Três Marias. O segundo produtor de energia é a região Sul. Em meados dos anos de 1980, entrou em funcionamento a usina de Itaipu, a maior hidrelétrica do mundo. No Nordeste, destacam-se as usinas de Paulo Afonso, na divisa da Bahia com Alagoas, e de Boa Esperança, no Piauí. A região Norte, até início da década de 1970, produzia apenas energia térmica. Na década de 1980, foram construídas as usinas hidrelétricas de Tucuruí, no Pará, Samuel em Rondônia e Balbina no Amazonas, mas o total ainda é insuficiente para suprir as necessidades da região e persiste o problema da falta de uma rede de distribuição.

Excluídas as usinas termelétricas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, onde prevalece a queima de carvão mineral, nos demais estados predominam as usinas alimentadas por óleo diesel.

O país dispõe de duas usinas nucleares em funcionamento, ambas em Angra dos Reis (RJ). Angra I entrou em funcionamento em 1985. Angra II começou a funcionar em 1999. O início de operação de uma terceira usina, Angra III, está previsto para 2005.




Navios no porto de Santos (SP). Navegação responde por 9% do transporte de carga do país.


Comércio Exterior. Em 1991, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai criaram o Mercosul (Mercado Comum do Sul), com o propósito de fomentar políticas aduaneiras comuns, estabelecer zonas de livre comércio e fortalecer a posição dos países membros nas negociações comerciais com os Estados Unidos, a União Européia (UE) e a Ásia.

Outro grande acordo em estudo diz respeito à participação do Brasil na Associação de Livre Comércio das Américas (Alca). Os Estados Unidos são o principal integrante da Alca.

Transportes. As rodovias brasileiras totalizam cerca de 1.650.000 km. Deste total, apenas 150.000 km são pavimentados. A maior parte das rodovias encontra-se na Região Sudeste, mas, a partir da década de 1960, foram criados grandes eixos para estabelecer ligação entre as várias regiões do país. Esses eixos estão relacionados com a construção de Brasília. São eles: Belém–Brasília, Brasília–Acre, Transamazônica, Santarém–Cuiabá, Manaus–Porto Velho e Manaus–Caracaraí. Pelas rodovias brasileiras circula cerca de 75% do transporte de carga do país.

As Ferrovias brasileiras têm extensão muito menor que as rodovias, refletindo a opção pelo transporte rodoviário, originada na década de 1950, quando várias ferrovias foram desativadas e começou a construção das grandes rodovias. Em 1997, o Brasil tinha cerca de 30.000 km de ferrovias. Tal como no caso das rodovias, as ferrovias se concentram sobretudo na região Sudeste.

Em 1996, foi iniciada a privatização das ferrovias da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), com a venda da Malha Sul. Em julho de 1997, o último trecho da Malha Nordeste também passou para as mãos da iniciativa privada.

A Aviação comercial começou no Brasil em 1929, com a criação dos serviços de correio aéreo e do transporte de passageiros. Várias pequenas empresas aéreas brasileiras foram, aos poucos, sendo absorvidas pelas maiores. As três maiores empresas aéreas nacionais são: Varig, TAM e Vasp. Existem ainda companhias regionais que fazem a ligação entre capitais e pequenas cidades. Os principais aeroportos do país são o Interna-cional do Rio de Janeiro (RJ), o de Guarulhos (SP), o de Congonhas (SP), o de Viracopos, em Campinas (SP), e o de Brasília (DF).

A Navegação brasileira responde por somente 9% do volume de cargas transportado no país. As maiores frotas pertencem à Petrobras (petroleiros) e à Companhia Vale do Rio Doce (navios equipados para o transporte de minério de ferro a granel). O principal porto é o de Santos, seguido pelo do Rio de Janeiro. Outros portos importantes são os de Paranaguá, Salvador, Tubarão e Rio Grande. A navegação fluvial tem importância sobretudo nas bacias do Amazonas e do Paraná.

Comunicações. No Brasil existem mais de 350 jornais de circulação diária, sendo que oito deles superam a tiragem de 100 mil exemplares, como a Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo (RJ), O Dia (RJ), o Jornal do Brasil (RJ) e a Zero Hora, de Porto Alegre. Entre as revistas semanais e mensais, existem centenas de títulos que vão desde a informação geral até os temas específicos, como informática e futebol. Várias revistas ultrapassam a tiragem de 300 mil exemplares e uma delas, a Veja, superou a marca de um milhão de exemplares semanais.

Praticamente todo o país é coberto por pelo menos uma das seis grandes redes de TV. As redes Globo, SBT, Bandeirantes, Rede TV, Record e CNT disputam a audiência dos 85% dos lares brasileiros que possuem pelo menos um aparelho de TV. As empresas de TV por assinatura ou TV a cabo atingem cerca de 2,5 milhões de residências. Existem milhares de estações que transmitem em AM ou FM, atingindo praticamente todos os lares brasileiros. Dados de 2001 dão conta de que o país tem 14 milhões de usuários de Internet, sendo o Brasil líder na América Latina.

A Telefonia brasileira está em franca expansão. Números de 2001 da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informam que o país tem quase 70 milhões de linhas telefônicas, entre telefonia fixa e celulares.




Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro, retratado em obra de Oscar P. da Silva.


HISTÓRIA

Portugueses na Costa Africana. Durante o séc. XV, Portugal era um Estado centralizado, forte e voltado para o comércio. O empreendimento que marcou o começo da expansão marítima portuguesa foi a tomada da cidade de Ceuta, em 1415, primeiro passo para a ocupação do norte da África. Em 1488, Bartolomeu Dias contornou a extremidade sul do continente africano, o cabo das Tormentas, que passou a se chamar Cabo da Boa Esperança.

Tratado de Tordesilhas. As Bulas Papais, documentos solenes emitidos pelos papas, haviam concedido ao rei de Portugal todas as regiões descobertas ou ainda por descobrir até as Índias. No entanto, quando Cristóvão Colombo, a serviço dos reis espanhóis, chegou em 1492 às terras que seriam chamadas de América, pensando ter alcançado as Índias, o Papa Alexandre VI, por meio das Bulas Inter Coetera (Entre Outras Coisas), concedeu à Espanha a posse das terras situadas além de um meridiano que passava a oeste das ilhas de Cabo Verde. A coroa portuguesa, recorrendo à ameaça de guerra, impôs aos soberanos espanhóis o Tratado de Tordesilhas (1494), que deslocava mais para oeste o meridiano estabelecido pelo papa, ampliando os domínios de Portugal.






Pintura mostra Cabral (centro) e sua esquadra ao avistarem a terra que viria a se chamar Brasil.
O Descobrimento do Brasil. Em 9 de março de 1500, saiu de Lisboa a maior frota até então formada por Portugal. Era comandada por Pedro Álvares Cabral e contava com a participação dos mais experientes pilotos do reino. Sua meta era oficializar as conquistas de terras pertencentes a Portugal pelo Tratado de Tordesilhas, a oeste do Atlântico, e depois alcançar Calicute (Kozhicode, na Índia atual) e obter, mesmo pela força, o direito de ali estabelecer um entreposto comercial e difundir a religião cristã.

Em 22 de abril, a esquadra de Pedro Álvares Cabral avistou o litoral da terra que viria a ser chamada de Brasil. No dia seguinte, efetuou-se o desembarque. No domingo, 26 de abril, frei Henrique Soares realizou a primeira missa em solo da terra nova. Na segunda missa, rezada em 1º de maio, Cabral tomou posse da terra em nome do rei de Portugal, batizando-a de Ilha de Vera Cruz. Antes de prosseguir viagem para Calicute, Cabral enviou notícias ao rei por intermédio de Gaspar de Lemos, que retornou a Lisboa. As cartas de mestre João e de Pero Vaz de Caminha davam conta do descobrimento e faziam uma descrição pormenorizada da terra, que logo se chamaria Terra de Santa Cruz.

Período Pré-Colonizador (1500-1530).

A expansão marítima portuguesa visava principalmente à troca e não à produção de mercadorias. No Brasil (nome pelo qual passou a ser chamada, por volta de 1503, a terra recém-descoberta), os portugueses não encontraram de imediato produtos de alto valor e prontos para o comércio, como as especiarias. Nem viram indícios de metais preciosos. A colônia ficou praticamente abandonada de 1500 a 1530. Nesse período, o comércio com a Índia, o ouro da Guiné e as guerras no Marrocos concentraram as atenções da coroa portuguesa.

Primeiras Expedições. Em 1501, Dom Manuel I enviou uma expedição comandada por Gaspar de Lemos a fim de explorar a costa da nova terra, verificar sua extensão e avaliar suas riquezas. No ano seguinte, Gaspar de Lemos retornou a Lisboa com duas informações importantes: a terra em que Cabral aportou não era uma ilha e a única riqueza aproveitável comercialmente era o pau-brasil, ou ibirapitanga, como o chamavam os indígenas. Do tronco dessa árvore, extraía-se um corante vermelho usado para tingir tecidos e também para fabricar tinta de escrever. A coroa portuguesa arrendou, a um grupo de comerciantes encabeçado por Fernão de Noronha, a exploração do pau-brasil. Em 1503, uma expedição foi comandada por Fernão de Noronha, a quem o rei concedeu, no ano seguinte, a primeira capitania instaurada no Brasil: a ilha de São João da Quaresma, atual Fernando de Noronha.

O Pau-Brasil foi a base do aproveitamento econômico da colônia entre 1500 e 1530. Sua exploração era feita pelo mesmo sistema de feitorias que os portugueses empregavam na costa da África e no Oriente. Localizadas sempre no litoral, as feitorias brasileiras consistiam em barracões cercados por muralhas de pau-a-pique e um pequeno aldeamento de casas de taipa. Nelas se alojavam os portugueses que, durante meses a fio, esperavam pelos navios que vinham de Portugal para buscar pau-brasil. As árvores eram cortadas, desgalhadas e transportadas até as feitorias pelos índios. Efetuava-se, então, a troca da madeira por facas, pentes, guizos e contas de vidro.

Ataques de Piratas. O litoral brasileiro era freqüentado por piratas franceses, holandeses e ingleses, que também vinham buscar pau-brasil. Eles assaltavam as embarcações e as feitorias portuguesas ou instalavam feitorias próprias com a ajuda de tribos com as quais mantinham aliança. Depois de protestos diplomáticos dirigidos às cortes européias, a coroa portuguesa decidiu recorrer à força. Duas expedições guarda-costas (1516-1519 e 1526-1528), comandadas por Cristóvão Jacques, foram enviadas ao Brasil com a missão de policiar o litoral, reprimir o contrabando do pau-brasil e punir os indígenas que colaboravam com os piratas. Contudo, o litoral brasileiro era extenso demais para ser defendido dessa forma. Ao tomar conhecimento das descobertas de metais preciosos nas colônias espanholas, o rei Dom João III decidiu seguir os conselhos de Cristóvão Jacques e iniciar a colonização de suas terras.






Martim Afonso de Sousa deu início à colonização portuguesa no Brasil.
Primeira Fase da Colonização

A expedição (1530-1532) comandada por Martim Afonso de Sousa assinalou o começo da colonização portuguesa do Brasil. Além de explorar o litoral e combater os piratas, Martim Afonso fundou núcleos de povoamento e distribuiu terras, sementes e ferramentas para estabelecer colonos. Martim Afonso também ergueu as duas primeiras vilas do Brasil, a de São Vicente e a de Santo André da Borda do Campo, no Sudeste. Instalou o primeiro engenho de açúcar do Brasil em São Vicente, com cana-de-açúcar vinda da ilha da Madeira.

Capitanias Hereditárias. O sistema administrativo adotado para promover o povoamento e a colonização do Brasil foi o das capitanias hereditárias, já aplicado com sucesso nas ilhas colonizadas por Portugal no séc. XV. Entre 1534 e 1536, o rei Dom João III, o Colonizador, dividiu o território brasileiro em 14 capitanias hereditárias e doou-as a 12 capitães, também chamados governadores ou donatários. Essa tentativa, apoiada exclusivamente na iniciativa particular, não apresentou bons resultados no Brasil. O principal problema que os donatários enfrentaram foi a falta de recursos econômicos. Havia ainda as dificuldades de comunicação, os ataques indígenas e as freqüentes investidas dos piratas. Das 14 capitanias doadas pelo rei, apenas as de São Vicente e de Pernambuco prosperaram.

Governo Geral. O desejo de centralizar a administração de toda a colônia levou a coroa portuguesa a criar o governo geral do Brasil. Quando o donatário da capitania da Bahia de Todos os Santos morreu, o rei Dom João III adquiriu-a de seus herdeiros, transformando-a na primeira capitania real do Brasil. O primeiro governador-geral nomeado pelo rei foi Tomé de Sousa, que fundou a cidade de Salvador e nela instalou a sede do governo geral. Cabia ao governador-geral promover expedições ao interior em busca de metais preciosos, fazer alianças e iniciar a catequese das tribos amigas, organizar a defesa contra piratas, visitar e fiscalizar periodicamente as capitanias. O governador-geral era auxiliado por três funcionários: o capitão-mor (defesa), o ouvidor-mor (justiça) e o provedor-mor da fazenda (assuntos econômicos).

Primeira Invasão Francesa. Apesar da criação do governo geral, outros europeus continuaram a freqüentar o litoral brasileiro. Em 1555, fugindo dos conflitos religiosos que ocorriam na França, chegou à Baía de Guanabara a expedição do fidalgo francês Nicolau Durand de Villegaignon, com cerca de 600 pessoas, a fim de fundar uma colônia, a França Antártica. Na ilha de Serijipe, os franceses construíram um forte, com o auxílio dos tamoios, tribo indígena que resistiu ao domínio de Portugal. A reação portuguesa só começou em 1560, sob o comando de Mem de Sá, terceiro governador-geral do Brasil. Em 1º de maio de 1565, Estácio de Sá, sobrinho de Mem de Sá, fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro e passou a utilizá-la como base do combate aos franceses, expulsos das terras brasileiras dois anos depois. O Rio de Janeiro transformou-se na sede da segunda capitania real no Brasil.




Pequena Moenda Portátil, obra de Debret que mostra o processo de produção artesanal do açúcar.


A Cana-de-Açúcar foi o primeiro produto básico da economia do Brasil nos séculos XVI e XVII. Introduzida inicialmente na capitania de São Vicente, no Sudeste, a sua cultura encontrou condições ideais para se expandir no litoral nordestino, sobretudo em Pernambuco e no Recôncavo Baiano. A capitania de Pernambuco tornou-se, em pouco tempo, o principal centro açucareiro da colônia: possuía cinco engenhos em 1550, 30 em 1570 e 66 em 1584. Dos 230 engenhos distribuídos pelo litoral brasileiro na primeira metade do século XVII, 190 localizavam-se no Nordeste, dos quais 144 em Pernambuco.

A Criação de Gado Bovino no Nordeste começou como atividade acessória dos engenhos. Além de fornecer carne e couro, os animais eram usados para transportar a cana e acionar as moendas. A expansão dos canaviais impossibilitou sua coexistência com os rebanhos, que invadiam as plantações e ocupavam as terras usadas para o cultivo. Os rebanhos, então, desprenderam-se dos engenhos e partiram sertão adentro, seguindo o curso dos rios, principalmente do São Francisco, conhecido como Rio dos Currais. Assim se efetivou a ocupação e o povoamento de vastas extensões do Nordeste e do Norte.

Escravidão Indígena. As relações entre portugueses e indígenas foram amistosas enquanto tiveram por base o pau-brasil. O produto era extraído pelos índios para os portugueses, que em troca lhes davam presentes. Contudo, depois de 1530, os índios que habitavam o litoral brasileiro foram desalojados de suas terras com a expansão dos canaviais e usados como mão-de-obra escrava. Por essa razão, a colonização do Brasil nos sécs. XVI e XVII caracterizou-se por guerras sangrentas entre as tribos indígenas e os colonizadores. Os portugueses incentivavam as lutas entre as tribos com dois objetivos: enfraquecer a resistência indígena e abastecer-se de escravos, pois adquiriam das tribos aliadas os índios capturados nos combates com outras tribos.

Os indígenas que conseguiam sobreviver aos confrontos armados ou ao contágio das doenças trazidas pelos europeus (como a varíola) refugiavam-se no interior. Eram perseguidos pelas expedições que partiam de diversos pontos do litoral, sobretudo de São Vicente, à caça de escravos. Quando levados à força para os engenhos, os índios resistiam ou morriam. As grandes áreas açucareiras do Nordeste passaram, então, a importar negros africanos como escravos, a fim de satisfazer a necessidade crescente dos europeus de mão-de-obra e lucro.

Escravidão Negra. A importação de negros para o Brasil só se tornou constante depois de 1559. Nesse ano, a rainha Dona Catarina autorizou o governador da ilha de São Tomé, na África, a permitir a saída de 120 negros do Congo para cada senhor de engenho do Brasil. Os navios negreiros desembarcavam na colônia, em média, entre 10 e 15 mil escravos por ano. Quantidade aproximadamente igual a essa morria durante as viagens, em conseqüência das péssimas condições em que o transporte era feito. Os negros trazidos para o Brasil provinham, na maioria, de São Paulo de Luanda, em Angola, e também da costa da Guiné e do Congo. As comunidades africanas que forneciam negros cativos às feitorias portuguesas recebiam, em troca, aguardente e tabaco produzidos no Brasil. O tabaco era cultivado principalmente no litoral de Alagoas e da Bahia.

Conquista do Norte e do Nordeste

União das Coroas Ibéricas (1580-1640). Em 1578, o rei Dom Sebastião I, de Portugal, morreu na batalha de Alcácer-Quibir, sem deixar herdeiros diretos, o que resultou em séria crise sucessória. Em 1580, o rei Filipe II da Espanha tornou-se também rei de Portugal, com o título de Filipe I. A conseqüência imediata para o Brasil foi a intensificação dos ataques dos piratas das nações que estavam em luta com a Espanha. A região mais visada foi o litoral nordeste da colônia, cuja conquista e povoamento ainda não haviam sido empreendidos.

A Conquista do Litoral Nordeste pelos portugueses caracterizou-se pelas lutas com piratas franceses, holandeses e ingleses, e por choques violentos entre as tribos locais (especialmente potiguaras, tabajaras e caetés) e as frentes de expansão da economia. Na retaguarda das expedições militares, avançavam as fazendas de gado e os engenhos de açúcar. Em cerca de 20 anos, os portugueses conquistaram Paraíba (1584), Sergipe (1590), Alagoas (1591), Rio Grande do Norte (1598) e Ceará (1603).

Franceses no Maranhão. Os franceses estabeleceram no Maranhão uma colônia que viria a ser chamada França Equinocial, com o objetivo de ter acesso à região das drogas do sertão (produtos florestais como cravo, canela, castanha, cacau, além de plantas medicinais e aromáticas). Associado a outros nobres e comerciantes, o francês Daniel de La Touche, senhor de La Ravardière, desembarcou em 1612 na ilha do Maranhão com cerca de 500 voluntários. Com a ajuda dos tupinambás, fundou em 1612 o forte e a cidade de São Luís. Em 1615, os franceses foram expulsos pelas forças conjuntas de Jerônimo de Albuquerque e de Alexandre Moura, capitão-mor de Pernambuco.

Ocupação do Amazonas. Um ano depois da tomada de São Luís, em 1616, os portugueses ocuparam a foz do rio Amazonas e ali fundaram o forte do Presépio, que daria origem à cidade de Nossa Senhora do Belém, sede da capitania real do Grão-Pará.

Para tornar mais eficaz a defesa do norte da colônia, ela foi dividida em dois estados: o do Brasil e o do Maranhão. Este compunha-se das capitanias reais do Maranhão, do Ceará e do Grão-Pará e tinha como sede a cidade de São Luís.

A base econômica da ocupação da região amazônica foi a coleta das drogas do sertão. A mão-de-obra usada era exclusivamente indígena. Na exploração da região amazônica, destacou-se Pedro Teixeira, realizador de importante expedição (1637-1639) que o levou até o Peru. As ordens religiosas, entre as quais a dos jesuítas e a dos carmelitas, tiveram papel muito importante no desbravamento da Amazônia, especialmente a partir da segunda metade do século XVII.






Maurício de Nassau, holandês que governou grande parte do Nordeste brasileiro.
Holandeses no Brasil. A Holanda e seis outras províncias dos chamados Países Baixos Espanhóis formaram a República das Províncias Unidas em 1581 e continuaram a guerra de independência contra a Espanha, iniciada em 1572. As Províncias Unidas constituíam, então, a maior potência marítima e comercial do mundo. Sua frota mercante superava a de todos os outros países europeus juntos. A Holanda era a província mais importante, e seu nome passou a designar toda a república.

Os mercadores holandeses haviam participado ativamente da organização da economia açucareira no Nordeste do Brasil, emprestando dinheiro aos senhores de engenho, transportando o açúcar em suas embarcações e distribuindo na Europa o produto por eles refinado. Depois de estabelecida a União das Coroas Ibéricas, em 1580, Portugal impediu o acesso dos navios das Províncias Unidas às suas colônias. Os holandeses, decididos então a conquistar as próprias regiões produtoras de açúcar e outros gêneros, fundaram a Companhia das Índias Orientais, em 1602, e a Companhia das Índias Ocidentais, em 1621. As invasões holandesas no Brasil fizeram parte da guerra de proporções mundiais movida pelas Províncias Unidas contra o império colonial de Portugal e Espanha. Ao mesmo tempo que ocupavam a região açucareira no Brasil, os holandeses tomaram de Portugal as zonas produtoras de especiarias no Pacífico, os entrepostos comerciais no oceano Índico e feitorias na África, depois de violentas batalhas navais.

A Primeira Invasão Holandesa, dirigida contra a Bahia (1624-1625), fracassou. Os holandeses ficaram ilhados em Salvador, sendo expulsos em menos de um ano. No entanto, em 1627, o pirata holandês Piet Heyn saqueou no litoral do Recôncavo Baiano vários navios carregados de açúcar, tabaco, algodão e pau-brasil. Dois anos depois, atacou nas Antilhas a esquadra espanhola que transportava toda a produção anual de ouro e prata das minas americanas. Os lucros fabulosos obtidos nessas expedições permitiram à Companhia das Índias Ocidentais financiar a segunda invasão holandesa, realizada com êxito em Pernambuco.






Olinda, na obra de Frans Post (1647), uma das vilas ocupadas pelos holandeses no Nordeste do país.
A Ocupação do Nordeste pelos holandeses compreendeu três fases. A fase da conquista começou com o desembarque nos arredores de Olinda, em 1630, e terminou, em 1635, com a capitulação do Arraial do Bom Jesus, onde estavam concentradas as forças de resistência comandadas por Matias de Albuquerque.

A segunda fase (1637-1645) correspondeu à administração do holandês Johann Mauritius Van Nassau-Siegen (João Maurício de Nassau), nomeado governador das terras conquistadas pela Companhia. Essa fase caracterizou-se pela acomodação entre os senhores de engenho e os holandeses. Além de financiar a reconstrução dos engenhos no Brasil, os holandeses ocuparam São Paulo de Luanda, em Angola, e a ilha de São Tomé, passando a controlar o fornecimento de escravos africanos ao Nordeste brasileiro.

As hostilidades entre luso-brasileiros e holandeses recomeçaram quando a Companhia decidiu confiscar as propriedades dos senhores de engenho que não haviam pago os empréstimos contraídos no início da ocupação. Começou, então, a chamada Insurreição Pernambucana. Depois de sucessivas derrotas (batalha do Monte das Tabocas, em 1645, e as duas batalhas dos Guararapes, em 1648 e 1649), os holandeses capitularam, assinando, em 1654, a rendição da Campina da Taborda. Embora expulsos do Brasil, só em 1661 reconheceram a perda do litoral nordestino, quando assinaram o Tratado de Paz de Haia com Portugal. A Holanda recebeu em troca grande indenização e a posse definitiva de suas conquistas no Oriente.

Crise na Economia Açucareira. Em 1640, após 60 anos de submissão à monarquia espanhola, ocorreu a restauração da independência portuguesa, feita após a guerra civil vencida pela Dinastia de Bragança, com apoio da Inglaterra, que buscava o monopólio marítimo. Portugal saiu da União das Coroas Ibéricas com a economia enfraquecida. A única colônia de importância que lhe restara depois do tratado de Haia era o Brasil e, mesmo assim, em precária situação econômica: os holandeses, expulsos do Brasil, começaram a produzir cana-de-açúcar nas Antilhas e provocaram a crise da economia açucareira nordestina.

A dominação portuguesa tornou-se mais rigorosa. O rei Dom João IV proibiu tanto a produção na colônia de gêneros que fizessem concorrência aos portugueses quanto o comércio com navios estrangeiros, e instituiu as Companhias de Comércio. Uma delas foi a Companhia do Comércio do Estado do Maranhão, criada em 1682, com direito, por 20 anos, ao monopólio do comércio no Norte do Brasil. Chefiados pelo senhor de engenho Manuel Beckman, os colonos maranhenses se rebelaram em 1684 contra os abusos cometidos por essa companhia. A coroa interveio também nas Câmaras Municipais, redutos do poder dos grandes proprietários rurais, nomeando juízes de fora para presidir suas reuniões e favorecendo a entrada de comerciantes portugueses nelas. Em Pernambuco, essa medida deu origem, no início do séc. XVIII, à Guerra dos Mascates, na qual se defrontaram os senhores de engenho, em crise e endividados, e os seus credores, comerciantes de Recife.






Vista da capitania de São Vicente, em ilustração de Reys-Boeck, de 1624.
Desenvolvimento do Centro e do Leste

Capitania de São Vicente. A lavoura açucareira, introduzida por Martim Afonso de Sousa em São Vicente, entrou em declínio após 1550. Aos poucos, as povoações fundadas no litoral da capitania foram abandonadas. Os colonos transpuseram a serra do Mar e estabeleceram-se no planalto, em torno da vila de São Paulo de Piratininga, cujo núcleo original fora o Colégio de São Paulo, fundado pelos jesuítas em 1554.

No séc. XVII, São Vicente tornou-se o núcleo principal de irradiação das entradas e bandeiras, expedições armadas que percorriam vastas extensões do território brasileiro em busca de índios e de metais preciosos.






Soldados Índios de Curitiba Escoltando Selvagens, obra de Jean-Baptiste Debret.
A Caça ao Índio transformou-se em atividade especialmente lucrativa no séc. XVII, quando os holandeses ocuparam o Nordeste do Brasil e os centros fornecedores de escravos africanos, monopolizando o tráfico para o Brasil. Os senhores de engenho das regiões não ocupadas pelos holandeses, sobretudo os da Bahia e do Rio de Janeiro, passaram a depender dos índios capturados e vendidos pelos bandeirantes paulistas para suprir suas necessidades de mão-de-obra. O principal alvo das bandeiras paulistas nesse período foram as reduções (povoações) jesuíticas espanholas, existentes na Província de Guaíra, no oeste do atual estado do Paraná. Essas reduções agrupavam grande quantidade de índios habituados aos trabalhos agrícolas. Calcula-se que entre, 1628 e 1631, os paulistas tenham capturado cerca de 60 mil índios nessa região.

A destruição das povoações do Guaíra levou os jesuítas a se estabelecerem em Itatim, no atual estado de Mato Grosso do Sul, e em Tape, hoje estado do Rio Grande do Sul. Em 1638, os jesuítas obtiveram do rei de Portugal e Espanha autorização para armar os índios aldeados, o que lhes permitiu algumas vitórias importantes contra os bandeirantes paulistas. A caça ao índio entrou em declínio após a retomada pelos portugueses, em 1648, de São Paulo de Luanda, na África, e a normalização do tráfico de escravos negros para o Brasil.

A Descoberta das Minas. Na segunda metade do séc. XVII, a busca de ouro, prata e pedras preciosas tornou-se o principal objetivo das bandeiras paulistas. As expedições dessa fase contaram com o apoio dos reis portugueses. Dentre essas bandeiras, sobressaiu a de Fernão Dias Pais. Durante sete anos (1674-1681), ele percorreu Minas Gerais, abrindo caminhos que seriam utilizados por outros bandeirantes. Em 1694, descobriram-se jazidas de ouro no sertão de Cataguases e, em 1700, em Sabará.






Escravos trabalham no garimpo durante o Ciclo do Ouro, em Minas Gerais.
A Corrida do Ouro. A notícia das descobertas espalhou-se, atraindo para a região de Minas Gerais milhares de pessoas à caça de fortuna. Em pouco tempo, brotaram dezenas de vilas e povoações, entre as quais Nossa Senhora da Conceição do Sabará, São João del Rei, Mariana e Vila Rica de Albuquerque (atual Ouro Preto). Logo surgiram conflitos entre paulistas, que se julgavam com maiores direitos sobre as minas, e a multidão de forasteiros que acorrera para a região, chamados pelos paulistas de emboabas. As hostilidades culminaram na Guerra dos Emboabas. Depois de aplacar o conflito, as autoridades reais criaram, em 1709, a Capitania Real de São Paulo e Minas do Ouro, separada da Capitania do Rio de Janeiro. Os paulistas então desviaram suas buscas para Mato Grosso e Goiás, onde se descobriu ouro em 1719 e 1725, respectivamente.

Os Primeiros Diamantes foram encontrados, em 1729, na região do Arraial do Tijuco (atual Diamantina), em Minas Gerais. Entre 1740 e 1771, o território que circundava Diamantina foi isolado, passando a chamar-se Distrito Diamantino. A coroa concedia a algumas pessoas – os contratadores – os direitos de exploração dos diamantes, em troca do pagamento de uma quantia fixa. A partir de 1771, a exploração dos diamantes passou a ser feita por uma junta diretamente subordinada a Lisboa.

A Mineração ocupou o primeiro plano na vida econômica da colônia durante a maior parte do séc. XVIII. A produção brasileira de ouro superou o volume total do metal que a Espanha extraíra de suas colônias nos séculos anteriores. Por ser uma atividade acessível a todo homem livre que dispusesse de certo capital e alguns escravos, a mineração favoreceu a vinda de imigrantes europeus e de escravos africanos para o Brasil: entre 1700 e 1800, a população da colônia passou de 300 mil para 3 milhões de habitantes.

Ouro para a Inglaterra. Portugal assinou com a Inglaterra, em 1703, o Tratado de Methuen. Em troca de algumas vantagens comerciais para os seus vinhos, a coroa portuguesa abriu as portas do reino e de suas colônias para as manufaturas inglesas. A maior parte do ouro extraído do Brasil foi parar nos cofres da Inglaterra e contribuiu decisivamente para financiar a Revolução Industrial inglesa, iniciada em meados do séc. XVIII.

Mudança da Capital. As minas de ouro deslocaram o eixo econômico e político do litoral nordestino para o centro-sul da colônia. A abertura do Caminho Novo das Gerais, ligando Minas Gerais ao Rio de Janeiro, transformou o porto dessa cidade no principal centro abastecedor da zona de mineração. A maior parte dos metais e pedras preciosas era enviada para o Rio de Janeiro. Em 1763, o Marquês de Pombal, ministro dos Negócios Estrangeiros do rei Dom José I, de Portugal, mudou a capital brasileira de Salvador para o Rio de Janeiro.

Havia outras vias de acesso para a região mineira. Os caminhos do gado do rio São Francisco ligavam o Nordeste a Minas Gerais e às jazidas de Goiás. O caminho das expedições, predominantemente fluvial, unia São Paulo às minas de Cuiabá. O abastecimento da população das minas dinamizou a produção de diversas regiões e fez surgir novas áreas produtoras. As minas funcionaram, assim, como pólos de aglutinação unificando, ainda que precariamente, capitanias que até então viviam isoladas umas das outras, comunicando-se quase exclusivamente com Portugal.

O Declínio do Ouro teve início em 1760. Logo no final do séc. XVIII, estavam em decadência as principais cidades mineradoras, principalmente por causa da rígida legislação fiscal sobre a produção aurífera. Boa parte da sua população decidiu tentar a sorte em outras capitanias. Muitos dos que ficaram se dedicaram à agricultura de subsistência e à pecuária.

Restaram do impulso do ouro no Brasil os templos e as obras de arte da época, como as do Aleijadinho, grande escultor barroco brasileiro.






Gravura representa escravos colhendo algodão e tecendo panos para vestimenta, no Maranhão.
Algodão. Apesar da existência de espécies nativas de algodão no Brasil, não há indícios de que os indígenas utilizassem as fibras dessa planta antes da chegada dos europeus. O algodão foi utilizado pelos colonizadores na fabricação de panos grosseiros com que se vestiam os escravos e os pobres. Em fins do séc. XVIII, essa fibra tornou-se a principal matéria-prima da indústria têxtil inglesa. O Maranhão, uma das capitanias mais pobres da colônia, foi bruscamente despertado pela euforia do algodão. A cultura do produto espalhou-se por grande parte do território brasileiro, oferecendo perspectivas agrícolas para zonas que, até então, só haviam conhecido a pecuária e a mineração. Porém, durou pouco a importância desse novo produto agrícola de exportação. Após a independência norte-americana, em 1776, o algodão produzido nas plantações do sul dos EUA invadiu o mercado internacional, desalojando o artigo brasileiro, de qualidade inferior.




Vila de Santa Catarina, Sul do Brasil, em gravura do Atlas de Viagem, de La Pérose.


Ocupação do Sul

Paraná e Santa Catarina. Até cerca de 1650, as terras entre a capitania de São Vicente e o rio da Prata permaneceram praticamente intocadas pela colonização portuguesa e espanhola. Na segunda metade do séc. XVII, colonos de São Vicente fundaram várias povoações no litoral dos atuais estados do Paraná e Santa Catarina. Dedicaram-se à agricultura de subsistência e à mineração de pequenas quantidades de ouro nos leitos dos rios, o chamado ouro de lavagem. Pouco a pouco, deslocaram-se para o interior e passaram a criar gado.

Extremo Sul. Paralelamente ao movimento povoador espontâneo, desenvolveu-se uma corrente oficial de povoamento, de caráter militar. A posse da região platina (próxima do rio da Prata) foi disputada palmo a palmo por portugueses e espanhóis. Em 1680, Manuel Lobo, governador do Rio de Janeiro, fundou na foz do rio da Prata a Colônia do Sacramento (atual cidade de Colônia), no Uruguai. Sete anos depois, jesuítas espanhóis estabeleceram-se no noroeste do atual Rio Grande do Sul, nos chamados Sete Povos das Missões Orientais do Uruguai. Em 1740, 4 mil famílias açorianas, enviadas pelo rei Dom João V, povoaram as margens ao norte da Lagoa dos Patos. Um dos núcleos fundados por elas foi a vila de Porto dos Casais (atual Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul).






Ruínas de São Miguel das Missões (RS), redução jesuítica habitada por guaranis nos séc. XVII e XVIII.
Definição dos Limites. Em 1750, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Madri, anulando a linha divisória de Tordesilhas e estabelecendo que cada parte ficaria com os territórios que ocupavam naquele momento. Na região platina, o rei de Portugal cedeu aos espanhóis a Colônia do Sacramento, obtendo, em troca, os Sete Povos das Missões. Os indígenas que viviam nas missões jesuíticas deveriam ser transferidos para a margem ocidental do rio Uruguai. A resistência dos índios, conhecida como Guerra Guaranítica, impossibilitou a concretização imediata do tratado. Chefiados por Sepé Tiaraju e Nicolau Languiru, os guaranis dos Sete Povos (cerca de 30 mil pessoas) opuseram-se às investidas para forçá-los a retirarem-se, mas foram dizimados. Os remanescentes refugiaram-se nas florestas.

Em 1761, a execução do tratado foi suspensa e a Colônia do Sacramento voltou ao domínio português. Um ano depois, porém, Sacramento foi ocupada militarmente pelos espanhóis, que estenderam seu domínio até São Pedro do Rio Grande. Os portugueses recuperaram São Pedro do Rio Grande em 1776 e, pelo Tratado de Santo Ildefonso (1777), a Espanha ficou com Sacramento.

Administração Colonial

no Século XVIII

Agravaram-se, no século XVIII, as restrições econômicas e administrativas ao Brasil como colônia de Portugal. A legislação imposta às minas e executada pela Intendência das Minas, órgão diretamente subordinado à coroa, tinha como preocupação central a cobrança de tributos, sobretudo o quinto (a quinta parte de todo o ouro extraído na colônia), e a repressão do contrabando. A coroa portuguesa utilizou sistemas de cobrança, um dos quais foi o das Casas de Fundição, onde as pepitas e o ouro em pó eram transformados em barras, depois de descontada a quinta parte de seu valor. Os mineradores de Vila Rica, chefiados por Filipe dos Santos, revoltaram-se em 1720 contra a criação das Casas de Fundição.

A Administração do Marquês de Pombal (1750-1777) representou um esforço supremo de centralização. Dentre as medidas que tomou em relação ao Brasil, destacaram-se a transferência da capital brasileira, de Salvador para o Rio de Janeiro (1763), e a extinção do Estado do Maranhão (1774) e das 11 capitanias hereditárias remanescentes. Mais de 600 jesuítas foram obrigados a abandonar o Brasil. Seus colégios passaram à tutela do Estado e as missões indígenas foram transformadas em vilas e submetidas à administração civil. Pombal organizou no Brasil duas Companhias de Comércio, a Geral do Maranhão e Grão-Pará (1755) e a Geral de Pernambuco e Paraíba (1759). A partir de 1760, quando a produção de ouro começou a declinar, tornaram-se freqüentes as derramas. Recorria-se à derrama sempre que a arrecadação do quinto não atingisse a quota mínima de 100 arrobas (1.500 kg) anuais. Os dragões (soldados de cavalaria) do Regimento das Minas cercavam as vilas, enquanto os cobradores invadiam as casas, confiscando os bens de seus moradores.

A Viradeira. Em 1777, subiu ao trono de Portugal Dona Maria I. Sua política, conhecida como viradeira, aumentou ainda mais a dominação da metrópole sobre o Brasil. Em 1785, a rainha proibiu a existência no Brasil de quaisquer fábricas e manufaturas, exceto as de algodão grosseiro. Em 1789, Dona Maria I tentou aplicar outra derrama. À última hora, as autoridades tiveram de suspendê-la, ao tomarem conhecimento de que um levante fora marcado para o dia da cobrança. Era a Conjuração (ou Inconfidência) Mineira, que marcou o início do processo de independência do Brasil. O governo de Dona Maria I ficou conhecido como A Viradeira, porque muitas das medidas adotadas por ela objetivavam apenas beneficiar a Inglaterra.

Processo da Independência. Portugal, com suas manufaturas arruinadas pelo Tratado de Methuen, havia-se transformado em simples intermediário nas transações comerciais do Brasil com o exterior, sobretudo com a Inglaterra. Para manter o monopólio do comércio, Portugal impôs à colônia medidas restritivas e fiscais cada vez mais rigorosas. Os grandes proprietários rurais (quase todos endividados com os comerciantes portugueses) e as camadas médias urbanas tinham consciência de que o Brasil necessitava de liberdade de comércio. O país queria importar manufaturados ingleses e exportar açúcar, algodão, tabaco e outros gêneros agrícolas sem ter de pagar impostos a Portugal nem depender da Marinha Mercante portuguesa.

As Conjurações. As lutas de independência no Brasil assumiram, na primeira fase, a forma de conjurações. As principais foram a Conjuração Mineira (1789), a Conjuração do Rio de Janeiro (1794) e a Conjuração Baiana (1798). Embora os pequenos proprietários de terra e os negros alforriados (livres) tomassem parte nesses movimentos, sua base social era formada principalmente por indivíduos pertencentes às camadas médias urbanas: comerciantes, militares, padres, artesãos, profissionais liberais, influenciados pelas idéias iluministas. A Revolução Francesa (1789) e a Guerra da Independência das colônias norte-americanas (1776) eram os dois grandes exemplos que empolgavam o espírito dos conjurados. Nas sociedades literárias e nas sociedades secretas maçônicas, circulavam de mão em mão livros proibidos contendo idéias liberais, como O Contrato Social, de Jean-Jacques Rousseau, e a Declaração de Independência dos Estados Unidos, redigida por Thomas Jefferson.






Obra de Armando M. Viana retrata recepção, no Rio de Janeiro, ao príncipe Dom João.
Corte Portuguesa no Brasil. Em 1799, Napoleão Bonaparte subiu ao poder na França. Em sua disputa pela hegemonia mundial, a França tinha como sua mais poderosa concorrente a Inglaterra. Sem condições de desafiar a supremacia naval da Inglaterra, Napoleão decretou, em 1806, o Bloqueio Continental dos portos. Com essa medida, procurava isolar a Inglaterra do continente europeu e estrangular a economia inglesa. Enquanto Portugal manteve neutralidade, seus portos representaram uma brecha pela qual as manufaturas inglesas entravam no mercado europeu. Em 1807, o Exército napoleônico invadiu Portugal a fim de forçar sua adesão ao bloqueio. Protegidos por uma esquadra inglesa, a rainha de Portugal e o príncipe-regente Dom João, acompanhados por cerca de 10 mil pessoas, transferiram-se para o Brasil.






Vista da Entrada da Baía do Rio de Janeiro, obra de Pieter Godfred Bertichen (1796).
Abertura dos Portos. A primeira medida tomada por Dom João, seis dias após o desembarque da corte em Salvador (janeiro de 1808), foi a abertura dos portos brasileiros às nações amigas. Essa medida significava a revogação do monopólio comercial português no Brasil. Atendia à principal reivindicação dos grandes proprietários da colônia, bem como aos interesses da Inglaterra, que passava a ter acesso direto ao mercado brasileiro e indireto ao das colônias hispano-americanas. Produziu-se um clima de euforia na colônia. A intensa movimentação de navios e mercadorias deu nova vida às cidades portuárias brasileiras, como Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Belém. Muitos senhores de terras foram morar no Rio de Janeiro, onde a corte se instalou em março de 1808. Dois anos depois, Dom João assinou com a Inglaterra os tratados de Aliança e Amizade e de Comércio e Navegação. Comprometia-se a eliminar gradualmente o trabalho escravo e a limitar o tráfico negreiro. Os produtos ingleses só pagariam 15% do seu valor nas alfândegas brasileiras. Já os portugueses pagariam 16% e os de outras nacionalidades, 24%. Essa cláusula representou um golpe fatal para as manufaturas e o comércio de Portugal.

Elevação a Reino Unido. Após a derrota da França, em 1814, as nações européias reuniram-se no Congresso de Viena (1814-1815). Queriam reorganizar o continente europeu, tumultuado pelas guerras napoleônicas, e estruturar a reação contra os movimentos liberais. Desde a Revolução Francesa, esses movimentos ameaçavam a estabilidade das monarquias absolutistas. Talleyrand, representante da França, procurou tirar proveito dos ressentimentos dos países pequenos contra os grandes. Por sua influência, o Brasil foi elevado a Reino Unido de Portugal e Algarve (1815) pois, desse modo, Portugal contaria com três votos no Congresso.






Bênção das bandeiras do movimento separatista conhecido como Revolução Pernambucana.
Pernambuco em Armas. As guerras de independência alastravam-se pela América. De 1817 a 1825, depois de lutas sangrentas, as colônias espanholas transformaram-se, uma após outra, em repúblicas independentes, com o apoio dos EUA e da Inglaterra.

Nas lojas maçônicas de Recife, conspirava-se ativamente contra o rei. Em 1817, eclodiu a Revolução Pernambucana, mas o governo republicano constituído em Recife não conseguiu a adesão esperada das outras províncias do Nordeste, com as quais pretendia formar uma república independente. A repressão, ordenada por Dom João, foi violenta.

Revolução do Porto. Portugal foi sacudido em 1820 pela Revolução Constitucionalista do Porto. Dom João VI retornou à Europa, deixando seu filho Pedro como príncipe-regente do Brasil.

Os ideais liberais que inspiraram a Revolução do Porto diziam respeito apenas a questões internas de Portugal. O movimento tinha também o objetivo de recolonizar o Brasil a fim de revitalizar a economia portuguesa. O Brasil voltou a sofrer restrições de todo o tipo.






O príncipe regente Dom Pedro desobedeceu às ordens de Portugal e ficou no Brasil.
Dia do Fico. A situação agravou-se quando Dom Pedro recebeu ordem de regressar a Portugal. A crise culminou no Dia do Fico (9 de janeiro de 1822). Nesse dia, foi entregue ao príncipe-regente um manifesto contendo 9 mil assinaturas colhidas nas Câmaras das Províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, pedindo-lhe que ficasse no Brasil. O príncipe concordou. Para chefiar o Ministério da Independência, formado pouco depois, foi escolhido um paulista, José Bonifácio de Andrada e Silva, favorável à instalação de uma monarquia forte no Brasil, capaz de manter a unidade territorial.

As cortes portuguesas enviaram novas ordens ao Brasil. Dom Pedro deveria permanecer no país somente até a promulgação da Constituição em Portugal, e todas as medidas tomadas a partir do Dia do Fico deveriam ser anuladas. Os políticos envolvidos nos acontecimentos relacionados com o Fico teriam de ser processados. Caso Dom Pedro se recusasse a cumprir essas determinações, seria deserdado e considerado traidor.




O Grito do Ipiranga, de Pedro Américo (1888), retrata a proclamação da independência do Brasil.


Proclamação da Independência. No dia 7 de setembro de 1822, às margens do rio Ipiranga, em São Paulo, Dom Pedro tomou conhecimento dessas ordens. Com o brado de “Independência ou Morte!”, desligou o Brasil de Portugal definitivamente. Em 12 de outubro de 1822, foi aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil. Foi coroado em 1º de dezembro do mesmo ano, recebendo o título de Dom Pedro I.

Primeiro Reinado (1822-1831). Para que se consumasse o processo de independência, era preciso vencer a oposição das tropas portuguesas aquarteladas no país e impor o domínio do governo central no restante das Províncias. No Nordeste, sobretudo, havia fortes tendências federalistas (maior autonomia local) e separatistas. Após prolongados combates que só terminaram em novembro de 1823, o primeiro ministério nacional, chefiado por José Bonifácio de Andrada e Silva, consolidou a independência em todo o território nacional.

Ao mesmo tempo, José Bonifácio e seus irmãos, Martim Francisco e Antônio Carlos, concentraram-se na eliminação de seus opositores dentro do Partido Brasileiro. Os chamados exaltados ou democráticos opunham-se à monarquia forte e centralizada e defendiam o direito de cada província de tomar suas decisões. No final de 1822, foram proibidos de circular os jornais dos exaltados, e presos ou deportados muitos membros do grupo, como Joaquim Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira e Januário da Cunha Barbosa.






Projeto de uma Constituição Monárquica, de 1823 (Museu Imperial, Petrópolis, RJ).
A Assembléia Constituinte, convocada desde 1822, começou a preparar a Constituição do país em maio de 1823. A maioria de seus deputados pertencia ao Partido Brasileiro. Havia, por outro lado, o Partido Português, integrado principalmente por altos funcionários da Corte, militares e comerciantes portugueses favoráveis à reaproximação de Dom Pedro I com Portugal. O projeto de Constituição, apresentado por Antônio Carlos de Andrada e Silva, restringia a autoridade do imperador e dificultava o acesso dos portugueses aos cargos de representação nacional. Estabelecia também que, se Dom Pedro I aceitasse uma coroa estrangeira (alusão à coroa portuguesa, da qual era herdeiro direto), deveria renunciar automaticamente à brasileira. Em julho de 1823, o gabinete dos Andradas foi substituído por um ministério de políticos do Partido Português. Em 12 de novembro de 1823, no episódio conhecido como A Noite da Agonia, tropas cercaram a Assembléia Constituinte, dissolvida pelo imperador. Vários deputados foram presos. Entre os que se exilaram, estavam os irmãos Andrada.

A Primeira Constituição do Brasil, outorgada por Dom Pedro I em 25 de março de 1824, mantinha algumas linhas mestras do projeto de Antônio Carlos. Votavam apenas os cidadãos que tivessem rendimentos líquidos anuais no valor de, no mínimo, 150 alqueires de farinha de mandioca. Para candidatar-se a deputado ou senador, era preciso ter rendimentos de 500 ou 1.000 alqueires, respectivamente. Assim, de uma população de mais de 5 milhões, votavam somente 5 mil eleitores. Além do Legislativo, do Executivo e do Judiciário, a Constituição de 1824 instituía o Poder Moderador, privativo do imperador. Graças a esse poder, o imperador podia nomear os presidentes das províncias, chefiar as Forças Armadas, dissolver a Câmara dos Deputados, demitir ministros. A Constituição autorizava Dom Pedro I a ocupar, simultaneamente, o trono brasileiro e um trono estrangeiro.

A dissolução da Assembléia e o excessivo centralismo da Constituição fizeram entrar novamente em ebulição as forças federalistas e republicanas do Nordeste. Em 2 de junho de 1824, os pernambucanos proclamaram a Confederação do Equador. Com a adesão do Ceará, da Paraíba e do Rio Grande do Norte, criaram uma república federalista independente, logo dominada pelas forças legalistas.

O Reconhecimento da Independência era uma questão crucial para o Império brasileiro. As monarquias absolutistas européias eram hostis à independência do Brasil. Os EUA foram o primeiro país a reconhecer o governo brasileiro, em maio de 1824. Alguns meses antes, fora divulgada a Doutrina Monroe, pela qual o presidente James Monroe declarava que os EUA não aceitariam nenhuma intervenção recolonizadora da Europa no continente americano. Graças à mediação da Inglaterra, em agosto de 1825, a Coroa portuguesa reconheceu a independência do Brasil. Em troca, obtinha a condição de “nação mais favorecida” nas transações comerciais e uma indenização no valor de 2 milhões de libras. A Inglaterra reconheceu a independência do Brasil em 1825. Somente a partir do ano seguinte, a soberania brasileira foi reconhecida pelo Vaticano, pela França e pelas demais nações européias, concluindo-se a formalização da independência.

As repúblicas latino-americanas, por sua vez, encaravam o Império brasileiro como instrumento dos interesses recolonizadores europeus e condenavam a anexação da Cisplatina (em 1821, o Reino Unido luso-brasileiro anexara a Banda Oriental, atual Uruguai, a qual passou a chamar-se Província Cisplatina).






Manoel de Carvalho Paes de Andrade, presidente da Confederação do Equador.
Guerra da Cisplatina. Em 1825, uruguaios apoiados pelo governo de Buenos Aires reiniciaram a luta pela independência da Cisplatina. Ocuparam todo o território, com exceção de Montevidéu e Colônia, onde poderosos comerciantes, rivais dos de Buenos Aires, apoiavam a dominação brasileira. Um governo provisório uruguaio decidiu incorporar a Cisplatina à República das Províncias Unidas do Rio da Prata (Argentina). Imediatamente, o Brasil declarou guerra à Argentina e bloqueou o porto de Buenos Aires. Em 1828, uma esquadra francesa ocupou a Baía de Guanabara. Exigia a suspensão do bloqueio a Buenos Aires e uma indenização pelos prejuízos sofridos pela França com a interrupção do comércio na Bacia do Prata. Por intervenção da Inglaterra, a Argentina e o Brasil assinaram, em agosto de 1828, um acordo de paz, pelo qual reconheciam a independência da República da Banda Oriental do Uruguai.

Crise Política e Econômica. Em 1826, Dom Pedro I instalou a primeira Assembléia Geral Brasileira: o Senado, vitalício, e a Câmara dos Deputados, eletiva e temporária. Os deputados, eleitos em 1824, eram em maioria abertamente hostis ao autoritarismo do imperador. Queriam um governo parlamentar que ouvisse a Câmara dos Deputados e a ela prestasse conta de seus atos.

Por outro lado, o país atravessava uma crise econômica e financeira. As lavouras tradicionais de exportação estavam em decadência. O açúcar brasileiro, de cana, fora desalojado de seus principais mercados (Europa e EUA) pelo açúcar de beterraba. O algodão nordestino não resistira à concorrência do algodão norte-americano e oriental. O tabaco perdia seus mercados africanos em conseqüência das restrições impostas pela Inglaterra ao tráfico de escravos. Enquanto isso, cresciam as importações de manufaturados, principalmente ingleses, que levavam o país a gastar mais do que recebia com a exportação de seus produtos agrícolas.

Para agravar a situação, o governo imperial precisou contrair grandes empréstimos com bancos estrangeiros, sobretudo ingleses, a fim de financiar a guerra da Cisplatina e pagar as indenizações que devia a Portugal e à França. Em 1828, o Banco do Brasil foi à falência.

Sucessão em Portugal. Com a morte de Dom João VI em 1826, Dom Pedro I foi aclamado rei de Portugal com o título de Dom Pedro IV. Pressionado pelos políticos brasileiros, que viam ressurgir a ameaça de recolonização, Dom Pedro abdicou do trono de Portugal em favor de sua filha de sete anos, a princesa Maria da Glória, permitindo que se casasse com o seu irmão Dom Miguel, representante das forças absolutistas portuguesas.






Abdicação de Dom Pedro I, o primeiro imperador do Brasil, em obra de Aurélio de Figueiredo.
Abdicação de Dom Pedro I. O imperador procurou atenuar a hostilidade da Câmara organizando um novo ministério chefiado pelo marquês de Barbacena, que contava com a simpatia dos políticos do Partido Brasileiro. A queda desse gabinete, a repercussão das revoluções liberais européias de 1830 e o assassinato do jornalista Líbero Badaró, em São Paulo, fizeram ferver os ânimos dos liberais.

No Rio de Janeiro, violentas lutas de rua entre brasileiros e portugueses – as Noites das Garrafadas, em 12, 13 e 14 de março de 1831 – colocaram em evidência a impopularidade do imperador. O novo ministério de tendências liberais foi substituído em seguida pelo Ministério dos Marqueses, de tendências absolutistas. A crise culminou em 6 de abril de 1831 com grande manifestação popular no Rio de Janeiro, à qual aderiu a guarnição da cidade, comandada pelo brigadeiro Francisco de Lima e Silva. Na madrugada do dia seguinte, 7 de abril, Dom Pedro I abdicou do trono brasileiro em nome de seu filho de 5 anos, Pedro de Alcântara.

Período Regencial (1831-1840)

Pedro de Alcântara foi imediatamente aclamado imperador do Brasil, a fim de assegurar a continuidade do regime monárquico. Os deputados e os senadores que se encontravam no Rio de Janeiro escolheram três regentes provisórios para governar em nome do soberano, até que a Assembléia apontasse nomes definitivos.

O Período Regencial foi um dos mais conturbados da história do Brasil. A economia continuou em crise e o poder central, controlado pelos grandes proprietários rurais do Sudeste, esteve em conflito permanente com as províncias. As lutas por maior autonomia política das províncias ameaçaram dividir o Império em vários países independentes.

Correntes Políticas. O Partido Brasileiro dividiu-se em três correntes. Os liberais moderados (conhecidos popularmente como chimangos ou chapéus-redondos) representavam os fazendeiros do Sudeste e estiveram no poder durante a maior parte do Período Regencial. Defendiam uma monarquia forte e centralizada. Os liberais exaltados (farroupilhas, jurujubas ou chapéus-de-palha), representantes da classe média urbana e dos proprietários rurais das outras províncias, queriam uma monarquia federativa com ampla autonomia provincial. Os mais radicais defendiam uma forma de governo republicana. Os restauradores (caramarus) reivindicavam a volta de Dom Pedro I ao trono brasileiro. Desse grupo participavam comerciantes portugueses, militares, mercenários estrangeiros e importantes políticos do Primeiro Reinado, entre os quais os irmãos Andrada.






Brigadeiro Francisco de Lima e Silva, membro da Regência Trina Permanente.
A Regência Trina Permanente, eleita pela Assembléia Geral em junho de 1831, era formada pelos deputados moderados José da Costa Carvalho e João Bráulio Muniz e pelo brigadeiro Francisco de Lima e Silva. Em 1831 e 1837, os liberais exaltados e os restauradores promoveram vários motins populares e levantes de tropas no Rio de Janeiro. Para neutralizar a influência do Exército regular, onde exaltados e restauradores tinham grande influência, o ministro da Justiça, padre Diogo Antônio Feijó, criou a Guarda Nacional. Tratava-se de uma força de elite fiel ao governo e composta de 6 mil cidadãos recrutados entre os mais ricos do país.

Entre 1831 e 1834, os restauradores lideraram várias rebeliões provinciais e, no Grão-Pará, chegaram a tomar o poder por algum tempo. A Abrilada, em Pernambuco, deu origem à Cabanada, movimento que se espalhou pela Zona da Mata e pelo agreste pernambucano e alagoano entre 1832 e 1835.

Mais numerosas e importantes foram as revoltas provinciais lideradas pelos exaltados: a Setembrada e a Novembrada, em Recife, em 1831; as três Carneiradas na cidade pernambucana de Goiana (1834-1835); e os levantes militares ocorridos em Salvador. Em São Félix, na Bahia, houve um governo de curta duração, a chamada Federação dos Guanais (1832).






Guerra dos Farrapos, luta civil de cunho federalista que ocorreu no Sul do Brasil.
Em 1835, tiveram início as duas mais importantes revoluções federalistas: a Guerra dos Farrapos (1835-1845), no Rio Grande do Sul, e a Cabanagem (1835-1840), no Pará. Também em 1835 ocorreu um dos mais importantes levantes urbanos de escravos na história do Brasil, a chamada Revolta dos Malês, promovida por escravos nagôs e hauçás, na cidade de Salvador.

Ato Adicional de 1834. Incapaz de conter militarmente a agitação que se espalhava em todo o país, o governo central procurou atender a algumas reivindicações autonomistas das oligarquias provinciais. A lei aprovada em agosto de 1834 e conhecida como Ato Adicional introduziu modificações fundamentais na Constituição de 1824. Criou Assembléias Legislativas provinciais, extinguiu o Conselho de Estado (reduto de políticos de tendências restauradoras do Primeiro Reinado), transformou a cidade do Rio de Janeiro em município neutro da Corte e instituiu a Regência Una, eleita por votação nacional e fortalecedora dos setores aristocráticos regionalistas e federativos. Concorreram ao cargo, entre outros, o político paulista padre Diogo Antônio Feijó e um membro de importante família pernambucana de senhores de engenho, Antônio Francisco de Paula e Holanda Cavalcanti. A vitória de Feijó confirmou, uma vez mais, a supremacia política do Sudeste.






Diogo Antônio Feijó: regente do Brasil, com o apoio dos progressistas, de 1835 a 1840.
Regência Una. Feijó, que assumiu em 12 de outubro de 1835, enfrentou forte oposição na Câmara. Com a morte de Dom Pedro I, em setembro de 1834, antigos restauradores haviam se unido a liberais descontentes e formado o bloco dos regressistas. Com maioria na Câmara, os regressistas condenavam as concessões feitas no Ato Adicional e exigiam um governo mais forte e centralizado, que esmagasse as revoluções provinciais. Os partidários de Feijó compunham o bloco dos progressistas. Essas facções dariam origem, posteriormente, aos dois partidos do Segundo Reinado, o Conservador e o Liberal.

Em setembro de 1837, Feijó demitiu-se e foi substituído pelo regressista Pedro de Araújo Lima. O novo regente teve de enfrentar duas revoltas: a Sabinada (1837-1838), na Bahia, e a Balaiada (1838-1841), no Maranhão. Além de intensificar a repressão contra os farrapos, no Sul, e os cabanos, no Norte, Araújo Lima promulgou em maio de 1840 a Lei Interpretativa do Ato Adicional de 1834, a qual reduzia os poderes das Assembléias Legislativas provinciais e a autonomia das províncias.

Em junho de 1840, o regente foi afastado do poder por um golpe parlamentar promovido pelos liberais progressistas, o que acelerou a proclamação da maioridade de Dom Pedro. Com 15 anos incompletos, o imperador Pedro II iniciou o seu reinado em 23 de julho de 1840.

Segundo Reinado (1840-1889)

O gabinete liberal foi substituído em 1841 por um conservador, que restaurou o Conselho de Estado e reformou o Código de Processo, dando, assim, continuidade à ação centralizadora iniciada com a Lei Interpretativa. Antes que fossem empossados os deputados eleitos durante o gabinete liberal (nas chamadas Eleições do Cacete), o gabinete conservador dissolveu a Câmara e convocou novas eleições. Nas províncias de Minas Gerais e São Paulo, os liberais partiram para a luta armada (maio e junho de 1842). Foram vencidos pelo coronel Luís Alves de Lima e Silva, que recebera o título de barão de Caxias ao esmagar a Revolta da Balaiada, em 1840-1841. Os farrapos, depois de dez anos de luta, aceitaram em 1845 as condições de paz e a anistia propostas por Caxias, nomeado por Dom Pedro II para o cargo de presidente e comandante das armas da província do Rio Grande do Sul.

Parlamentarismo. De volta ao poder em 1844, os liberais mantiveram as leis centralizadoras contra as quais se haviam sublevado. O gabinete liberal criou o cargo de presidente do Conselho de Ministros: em vez de nomear diretamente os ministros, o imperador agora escolhia um político de sua confiança, que formava o ministério. Esse sistema, denominado parlamentarismo, favoreceu a alternância dos dois partidos no poder e aumentou o peso do Poder Legislativo nas decisões políticas nacionais.

A formação de um ministério conservador em 1848 foi o estopim da Revolução Praieira, em Pernambuco, a última insurreição provincial importante do Império. A derrota dos praieiros em 1849 marcou o início de um longo período de estabilidade política e prosperidade econômica, que permitiu a formação de governos de coalizão, primeiro a Conciliação (1853-1862) e depois a Liga Progressista (1862-1868).






Trabalhadores plantam café, produto importante no séc. XIX. Obra de Georgiana de Albuquerque.
A Lavoura do Café

. Por volta de 1875, começou a se formar uma nítida separação, no Sudeste, entre duas zonas cafeeiras distintas. De um lado, o Vale do Paraíba e adjacências, onde dominavam as relações de trabalho escravistas e um sistema de exploração descuidado que foi responsável pelo esgotamento dos solos, pela queda da produtividade e pela decadência dos cafezais após algumas décadas de prosperidade. De outro lado, o chamado Oeste Paulista, a zona de terra roxa em torno de Campinas e Ribeirão Preto, cujos fazendeiros, além de introduzirem máquinas agrícolas e melhorias no processo de cultivo e beneficiamento do café, foram os primeiros a substituir a mão-de-obra escrava, que se tornava escassa e caríssima, pelo trabalho assalariado livre, de brasileiros e imigrantes. Em 1860, 80% da produção cafeeira provinha ainda da província do Rio de Janeiro. Por volta de 1885, a produção paulista ultrapassou a fluminense e, nos últimos anos do séc. XIX, correspondia a quase metade da produção global do país.






Carregadores de Café a Caminho da Cidade do Rio de Janeiro, pintura de Jean-Baptiste Debret.
Tráfico Negreiro. Tentando atrair o capital do tráfico para a industrialização, a Inglaterra extinguiu o comércio de escravos (1807) e passou a mover intensa campanha internacional contra o tráfico negreiro. Nas negociações do reconhecimento da independência do Brasil, a Inglaterra condicionara o seu apoio à extinção do tráfico e forçara Dom Pedro I a assinar, em 1826, um convênio no qual se comprometia a extingui-lo em três anos. Cinco anos depois, a regência proibiu a importação de escravos (1831), mas a oposição dos grandes proprietários rurais impediu que a medida funcionasse na prática. Estimulado pela crescente procura de mão-de-obra para a lavoura cafeeira, o tráfico de escravos aumentou: 19.453 escravos desembarcaram no Brasil em 1845, 60 mil em 1848 e 54 mil em 1849.

Extinção do Tráfico. Os navios ingleses perseguiam os navios negreiros até dentro das águas e dos portos brasileiros, o que deu origem a vários atritos diplomáticos entre o governo imperial e o britânico. Finalmente, em 4 de setembro de 1850, foi promulgada a Lei da Extinção do Tráfico Negreiro, mais conhecida como Lei Eusébio de Queirós. Em 1851, entraram 3.827 escravos no Brasil, e apenas 700 no ano seguinte.

O fim da importação de escravos estimulou o tráfico entre as províncias brasileiras. É que, para saldar suas dívidas com especuladores e traficantes, os senhores dos decadentes engenhos do Nordeste e do Recôncavo Baiano passaram a vender, a preços elevados, suas peças (escravos) para as prósperas lavouras do vale do Paraíba e outras zonas cafeeiras. Forçados pela escassez e pelo encarecimento do trabalhador escravo, vários cafeicultores paulistas começaram a trazer colonos europeus para suas fazendas, como fizera o senador Nicolau de Campos Vergueiro, em 1847, numa primeira experiência sem êxito. A mão-de-obra assalariada, porém, só se tornaria importante na economia brasileira depois de 1870, quando o governo imperial passou a subvencionar e a regularizar a imigração, e os proprietários rurais se adaptaram ao sistema de contrato de colonos livres. Mais de um milhão de europeus (dos quais cerca de 600 mil italianos) emigraram para o Brasil em fins do séc. XIX.

Atividades Urbanas. A extinção do tráfico negreiro liberou subitamente grande soma de dinheiro, que afluiu para outras atividades econômicas. Entre 1850 e 1860, foram fundadas 62 empresas industriais, 14 bancos, três Caixas Econômicas, 20 companhias de navegação a vapor, 23 companhias de seguros e oito estradas de ferro. A cidade do Rio de Janeiro, o grande empório do comércio de café, modernizou-se rapidamente: suas ruas foram calçadas, criaram-se serviços de limpeza pública e de transportes urbanos e redes de esgoto e água. A figura mais representativa dos empresários capitalistas desse período foi Irineu Evangelista de Sousa, barão e depois visconde de Mauá.

Em 1844, o ministro da Fazenda, Manuel Alves Branco, contrariando os interesses dos comerciantes e industriais ingleses, colocou em vigor novas tarifas alfandegárias que variavam em torno de 30% – o dobro, portanto, das anteriores. Embora pretendesse solucionar a carência de recursos financeiros do governo imperial, essa medida teve efeitos protecionistas: ao tornar mais caros os produtos importados, favorecia a fabricação de similares nacionais.

Intervenções no Prata. A bacia do rio da Prata foi palco dos principais conflitos externos em que o Império brasileiro se envolveu. Com o objetivo de assegurar a livre navegação nos rios Uruguai, Paraguai e Paraná e no estuário do Prata, o governo imperial procurou explorar os conflitos entre Buenos Aires e as outras províncias argentinas, assim como as lutas entre os partidos que disputavam o poder no Uruguai, os blancos (brancos), de Manuel Oribe, e os colorados (vermelhos), de José Fructuoso Rivera.

Invasão do Uruguai e da Argentina. A política externa do Brasil no Prata esteve, na maioria das vezes, alinhada com os objetivos da Inglaterra. A fim de preservar o controle sobre os mercados platinos, a Inglaterra procurava impedir que os rios caíssem sob o domínio exclusivo de um país ou porto. A principal ameaça à livre navegação nos rios platinos eram as intenções do governo argentino, presidido por Juan Manuel Rosas, de formar uma grande confederação englobando as repúblicas do Paraguai e do Uruguai sob a hegemonia política e econômica do porto de Buenos Aires. Em 1851, o Império brasileiro efetuou uma intervenção militar no Uruguai e depôs Oribe. Pouco depois, invadiu a Argentina e depôs Rosas.

O Império assinou com os novos governos do Uruguai e da Argentina vantajosos tratados de amizade, navegação, comércio e limites.

Prelúdio da Guerra. Em abril de 1864, o presidente uruguaio Atanásio Aguirre, do Partido Blanco, recebeu um ultimato do governo brasileiro. O país exigia compensação por supostos prejuízos sofridos por criadores brasileiros de gado em disputas de fronteira. Depois de assegurar o apoio político e diplomático do presidente paraguaio Francisco Solano López, Aguirre recusou o ultimato e queimou em praça pública todos os tratados assinados pelos governos anteriores com o Brasil. Após o rompimento das relações diplomáticas, o Império ocupou o Uruguai.






A Batalha de Tuiuti, entre Brasil e Paraguai, é retratada na tela de José Wasth Rodrigues.
Guerra do Paraguai. Os protestos diplomáticos de López condenando a invasão do Uruguai não surtiram efeito. A derrota de Aguirre deixaria o Paraguai imprensado entre dois poderosos blocos nacionais – Argentina e Brasil –, que poderiam estrangular a passagem pelos rios, sua única via de acesso ao exterior. Em novembro de 1864, tropas paraguaias aprisionaram o navio brasileiro Marquês de Olinda e invadiram a província de Mato Grosso. Não conseguiram, porém, impedir ou adiar a derrota dos blancos no Uruguai. Em 1º de maio de 1865, Brasil, Argentina e Uruguai firmaram o tratado da Tríplice Aliança e iniciaram a campanha militar contra o Paraguai. O cenário principal da guerra foi o médio curso dos rios Paraguai, Paraná e Uruguai. Depois que a esquadra brasileira conseguiu abrir caminho pelo Passo de Humaitá (1868), caíram, uma após outra, as fortalezas que guarneciam o acesso a Assunção, capital paraguaia. Após a queda de Assunção, López refugiou-se nas cordilheiras com o que restava do seu exército. Sua morte, em março de 1870, selou a vitória definitiva da Tríplice Aliança.

Abolicionismo e Republicanismo. Finda a Guerra do Paraguai, reavivou-se a polêmica em torno do escravismo, ao mesmo tempo que ressurgiam os ideais republicanos no Brasil. Tanto o republicanismo como o abolicionismo encontraram ampla acolhida na classe média urbana, que se expandira com as transformações econômicas ocorridas a partir de 1850.

A ascensão do Ministério Itaboraí, conservador e escravocrata, em 1868, assinalou o fim da política de compromisso entre os partidos Conservador e Liberal. Nesse mesmo ano, formou-se o Partido Liberal-Radical, cujo programa incluía a reivindicação do voto direto e generalizado, a extinção do Poder Moderador do imperador, a eleição dos presidentes das províncias por elas próprias e a substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre. Em 1870, a ala mais radical desse partido fundou, no Rio de Janeiro, o Partido Republicano.

Campanha Abolicionista. A divulgação do Manifesto Republicano coincidiu com a intensificação da campanha abolicionista. Em 28 de setembro de 1871, foi aprovada a Lei do Ventre Livre, que libertava os filhos de mulher escrava nascidos daquela data em diante.

Além de não conseguir deter a campanha abolicionista, o governo imperial envolveu-se em conflito com a Igreja Católica, na defesa da maçonaria, conhecida como Questão Religiosa (1870-1875), a qual contribuiu para desgastar mais ainda as bases de sustentação do regime monárquico. Os maçons tinham influência no Império, o que contrariava os interesses da Igreja. Entre 1874 e 1875, a Igreja e a maçonaria entraram em acordo para pôr fim à crise.

Depois de 1880, o abolicionismo ganhou novo fôlego. A Sociedade Brasileira contra a Escravidão e a Associação Central Emancipacionista, fundadas nesse ano no Rio de Janeiro, passaram a coordenar a propaganda contra a escravidão por meio da imprensa e de reuniões e conferências. Destacaram-se nessa campanha os jornalistas negros Luís Gama e José do Patrocínio, o poeta Antônio de Castro Alves, o engenheiro André Rebouças e o parlamentar Joaquim Nabuco. Os abolicionistas conquistaram adeptos também nos círculos militares, onde já se havia difundido a filosofia positivista, por iniciativa de Benjamin Constant. Além disso, o Exército se recusava a perseguir os escravos que fugiam em massa das fazendas, muitas vezes com a ajuda da ala mais radical dos abolicionistas.






Juramento da Princesa Isabel, que assumiu provisoriamente o trono em 1871. Tela de Vítor Meireles.
Lei Áurea. Pressionado, o governo central fazia pequenas concessões que não contentavam nem os escravocratas nem os abolicionistas. Em 1885 foi promulgada a Lei Saraiva-Cotegipe, mais conhecida como Lei dos Sexagenários. Era, em verdade, uma medida contraproducente, pois, ao libertar os escravos maiores de 60 anos, desobrigava os proprietários de sustentá-los quando já estavam cansados e doentes, condenando-os à mendicância. Finalmente, em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel, regente do trono (por motivo de viagem do imperador, seu pai), assinou a Lei Áurea, que libertou os últimos 720 mil escravos existentes no país (5% da população). Grande número desses escravos, aliás, já se havia rebelado, recusando-se a trabalhar sem remuneração ou fugindo de seus proprietários.

Os fazendeiros do Vale do Paraíba, únicos a votar contra a aprovação da lei no Parlamento, pois eram os mais prejudicados, passaram para o Partido Republicano. Eles tinham a esperança de que o novo regime lhes indenizaria pelas perdas sofridas.

República (1889-1930)

O ministério formado pelo político liberal visconde de Ouro Preto assumiu em junho de 1889 com o propósito de realizar amplas reformas (entre as quais, autonomia para os municípios e províncias, intensificação da imigração e mudança do Conselho de Estado), a fim de assegurar a sobrevivência da Monarquia. Era tarde demais.

Com o apoio do marechal Floriano Peixoto, que ocupava o mais alto posto na hierarquia militar, o marechal Deodoro da Fonseca, à frente da guarnição do Rio de Janeiro, depôs o gabinete de Ouro Preto na madrugada de 15 de novembro de 1889.

O imperador Dom Pedro II tentou ainda organizar um novo ministério, mas a República já havia sido proclamada. A família imperial partia para o exílio na Europa 24 horas depois.

O Período Republicano brasileiro pode ser dividido em duas etapas: a Primeira República, ou República Velha, que foi até 1930 e se caracterizou pelo predomínio do setor agropecuário; e a República Nova, que começou com a Revolução de 1930 e se distinguiu pela mais acentuada industrialização do país.






Comemoração da Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889.
Duas Correntes. O movimento militar de 15 de novembro de 1889 derrubou facilmente o regime monárquico. O marechal Deodoro da Fonseca assumiu o poder com o título de chefe do governo provisório. Teve início o período conhecido como Primeira República.

O primeiro ministério republicano foi formado por antigos adeptos do republicanismo e por liberais de adesão recente ao novo regime. Duas correntes republicanas chocaram-se, porém, dentro do novo governo: a que aspirava a uma República democrática representativa, e a que sonhava com uma ditadura sociocrática inspirada nas idéias do filósofo francês Auguste Comte. Venceu a primeira corrente, defendida por Rui Barbosa, então ministro da Fazenda e vice-chefe do governo. Por sua influência, foi redigido um projeto de Constituição Provisória.

Primeira Constituição Republicana. Em 15 de novembro de 1890, instalou-se o Congresso Constituinte Republicano. A primeira constituição republicana, que estabeleceu o presidencialismo e o federalismo, foi aprovada e promulgada em 24 de fevereiro de 1891.

A obra do governo provisório foi notável, apesar das enormes dificuldades enfrentadas. Em apenas 15 meses, o sistema republicano estabeleceu-se em todo o país, adotando o federalismo e reformulando o Poder Judiciário. Ao mesmo tempo, realizava-se a reforma do Código Penal, estabelecia-se a separação entre Igreja e Estado e decretava-se a grande naturalização de todos os então residentes no país que não manifestassem expressamente o desejo de permanecer estrangeiros.

No plano econômico, Rui Barbosa, ministro da Fazenda, enfrentou séria oposição ao procurar deslocar o eixo da economia brasileira da agricultura para a indústria. Devido à política de Encilhamento, o sistema de bancos emissores de papel-moeda e as facilidades concedidas pelo governo para a instalação de indústrias agravaram a crise da Bolsa de Valores. O projeto foi atacado pelos cafeicultores, pois temiam as represálias de países compradores de café, que também eram vendedores de produtos industrializados para o Brasil.

Marechal Deodoro. O Congresso elegeu em 26 de fevereiro de 1891, para presidente e vice-presidente da República, os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. O primeiro representava a chapa da maioria, e o segundo, a da oposição.

Logo nos primeiros meses de governo, o marechal Deodoro desentendeu-se com o Congresso. Em 3 de novembro de 1891, Deodoro dissolveu a Câmara e o Senado e convocou novas eleições. Mas a reação não demorou, efetivando-se na rebelião da Marinha, sob comando do almirante Custódio de Melo. Diante do perigo de guerra civil, Deodoro renunciou em 23 de novembro de 1891.

Marechal Floriano. Deodoro foi substituído pelo vice-presidente, marechal Floriano Peixoto, cujo primeiro ato foi reabrir o Congresso e restaurar a normalidade legislativa.

Floriano Peixoto enfrentou duas sublevações: a Revolução Federalista, no Rio Grande do Sul, liderada por Gaspar Silveira Martins, e a Revolução da Armada, no Rio de Janeiro, chefiada pelos almirantes Custódio de Melo e Luís Filipe Saldanha da Gama. A derrota dos dois movimentos consolidou o regime.






Campos Sales, presidente do Brasil eleito pelo voto popular, retratado por Servi.
Governos Civis. Em 1894, Prudente de Morais foi eleito primeiro presidente brasileiro escolhido por voto popular. Iniciou-se então um período de governos civis. São Paulo manteria por mais de dez anos a liderança da política brasileira, que depois compartilharia com Minas Gerais.

Nos anos seguintes, sob a presidência de Manuel Ferraz de Campos Sales, Francisco de Paula Rodrigues Alves e Afonso Pena, a Primeira República atingiu o apogeu, conquistando a adesão de antigos monarquistas. Essa fase caracterizou-se pelo progresso econômico, pela consolidação do prestígio do Brasil no exterior e pelo desaparecimento dos partidos políticos.

Em 1897, contudo, tropas do governo aniquilaram no norte baiano o Arraial de Canudos, do beato Antônio Conselheiro. Ele havia fundado o Arraial em 1893, organizando a cidade com base em um sistema de produção coletiva. Crítico feroz da Igreja Católica e da República, recusava-se a pagar impostos. O governo via Canudos como um celeiro de monarquistas. No ataque do governo, milhares de combatentes de Conselheiro perderam a vida. O livro Os Sertões, de Euclides da Cunha, é o mais fiel registro desse episódio.

O governo de Campos Sales, que teve início em 1898, impôs maior estabilidade financeira e política ao país. O presidente, em troca do apoio à sua posição no Congresso, garantiu aos governadores estaduais o reconhecimento dos deputados e dos senadores por eles indicados. A isso se chamou Política dos Governadores, que provocou o enfraquecimento da política partidária e deu à representação nacional aparente estabilidade, ao proporcionar ao governo central uma compacta maioria. O fortalecimento dos estados decorrente dessa política resultou na formação de oligarquias políticas que controlavam as eleições.

Em 1902 foi eleito Rodrigues Alves, cujo governo se caracterizou por importantes medidas administrativas e uma série de obras públicas em todo o Brasil. No Departamento de Saúde Pública, Oswaldo Cruz efetivou medidas sanitárias necessárias ao combate de doenças endêmicas que assolavam o país. Porém, as campanhas de saúde pública não foram discutidas com a população, que, em alguns momentos, chegou a ser expulsa das áreas urbanas centrais, as mais valorizadas. Esse fato constituiu um dos fatores que levaram à Revolta da Vacina.

O governo do mineiro Afonso Pena, que sucedeu a Rodrigues Alves em 1906, foi cheio de realizações. O presidente lutou pelo desenvolvimento da indústria, incentivou a imigração e iniciou a construção de uma ferrovia do Sudeste até Mato Grosso. Afonso Pena morreu em junho de 1909, antes de completar seu mandato, e o vice-presidente Nilo Peçanha o substituiu.

Primeira Campanha Eleitoral. A partir de 1910, a sucessão presidencial começou a constituir um problema de maiores proporções. Até então os grandes grupos políticos, sob a liderança dos governadores estaduais, principalmente de São Paulo e Minas Gerais, impunham os presidentes por eles escolhidos. A sucessão de Nilo Peçanha marcou a primeira campanha presidencial do Brasil. Havia dois candidatos – um oficial, o marechal Hermes da Fonseca, e o outro, Rui Barbosa, apoiado por São Paulo. Venceu o primeiro.

O governo de Hermes da Fonseca teve início em 1910. Apesar de ter tido o apoio de Minas Gerais, Hermes da Fonseca procurou estabelecer novo esquema de governo que abalasse os alicerces do poder civil e dos grandes estados mediante o que se chamou Política das Salvações Nacionais. Entretanto, seu objetivo de derrubar as poderosas oligarquias regionais não foi alcançado. Seu governo foi muito agitado e impopular, tendo enfrentado a Revolta dos Marinheiros, chefiada por João Cândido, e uma rebelião dos fuzileiros navais, ambos no Rio de Janeiro, além de uma revolta no Ceará, dirigida pelo padre Cícero Romão Batista.

Em 1914, assumiu o governo o presidente Venceslau Brás, que em 1917 determinou a participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), ao lado dos Aliados.






Integrantes da Coluna Prestes no Paraná. Movimento percorreu o Brasil lutando contra o governo.
Crises Político-Sociais. A guerra provocou no Brasil um surto de desenvolvimento industrial e econômico, assim como de expansão urbana. Consolidaram-se as camadas média e operária da população e acentuaram-se os movimentos de reivindicações sociais.

Rodrigues Alves, reeleito em 1918, morreu antes de assumir. Passou a governar o país o vice-presidente, Delfim Moreira, até que novas eleições tornassem vitorioso Epitácio Pessoa, que governou de 1919 a 1922.

A situação financeira e política não era favorável, e o descontentamento tornava-se cada vez mais forte no país. Além de várias outras hostilidades, Epitácio Pessoa enfrentou a Revolta dos Dezoito do Forte, em 5 de julho de 1922.

Em meio às agitações, ganhou a eleição de 1922 o candidato oficial, Artur Bernardes. Dois anos depois, estourou a Revolução Paulista, cujos integrantes uniram-se a rebeldes no Rio Grande do Sul, comandados por Luís Carlos Prestes. Formando a Coluna Prestes, percorreram quase todos os estados brasileiros, lutando contra o governo e pregando a revolução, entre 1924 e 1927.

No governo de Artur Bernardes, o domínio das oligarquias estaduais, já bem contestado em períodos anteriores, entrou em decadência. A crise agravou-se, no plano econômico, com a queda do valor das exportações e com a inflação e, no plano político, com o movimento da classe operária e dos jovens oficiais em contestação ao governo. Durante todo o governo de Artur Bernardes, o país viveu em estado de sítio, com ostensiva repressão policial e censura à imprensa.

Quando Washington Luís Pereira de Sousa assumiu o governo em 1926, a situação do país era bastante difícil. O presidente iniciou seu mandato com medidas conciliatórias, decretando o fim do estado de sítio e a libertação dos presos políticos.

República: Depois de 1930

Revolução de 1930. Vários estados indicaram o nome do paulista Júlio Prestes à sucessão de Washington Luís. Contra isso rebelou-se o grupo dominante de Minas Gerais. Os dois estados, Minas e São Paulo, durante muito tempo haviam decidido em comum a política brasileira do Café com Leite, isto é, da alternância de paulistas e mineiros no poder. Mas dessa vez entraram em desacordo. Minas Gerais foi acompanhado pelo estado da Paraíba e pelo Rio Grande do Sul, que apoiava a candidatura do governador gaúcho, Getúlio Vargas, ex-ministro da Fazenda de Washington Luís. No dia 3 de outubro de 1930, sob a chefia de Getúlio Vargas e o comando militar do coronel Pedro Aurélio de Góis Monteiro, começou uma revolução no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais. No dia seguinte, o tenente Juarez Távora iniciou-a em Pernambuco. Logo em seguida, o Norte e Nordeste ficaram sob o controle dos revoltosos. Em três semanas, o movimento era vitorioso. Uma Junta Pacificadora, formada pelos generais Augusto Tasso Fragoso e João de Deus Mena Barreto e pelo almirante José Isaías de Noronha, depôs Washington Luís e entregou o poder a Getúlio Vargas em 3 de novembro de 1930.

A Revolução de 1930 foi o marco divisório entre a Primeira República, ou República Velha, e a República Nova. Essa revolução e os anos que se seguiram trouxeram a supremacia do poder central sobre o poder dos estados.

Getúlio Vargas, ao assumir o poder, iniciou grandes mudanças políticas e sociais na estrutura do país. No plano político, foram dissolvidos o Congresso Nacional, as assembléias legislativas (estaduais) e as câmaras municipais.

Por essa época, em decorrência da quebra da Bolsa de Nova York, a economia cafeeira sofria grave crise. Parte dos capitais nela empregados transferiram-se para a produção de algodão e para o setor industrial. Para atender ao crescimento da indústria, foram criados o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e escolas técnicas e instituíram-se a Justiça do Trabalho e a legislação trabalhista. A nova realidade socioeconômica impôs também a criação do Ministério da Educação e Saúde e a reforma do ensino.






Cartaz com iniciais dos estudantes mortos em comício constitucionalista (São Paulo, 1932).
Revolução Constitucionalista de 1932. Com a Revolução de 1930, jovens oficiais (os tenentes) assumiram altos cargos nos estados, o que desagradou às oligarquias regionais. Esses oficiais pretendiam várias reformas, como o combate ao latifúndio e a nacionalização de bancos.

Os proprietários rurais partidários da revolução mas contrários a grandes mudanças eram chamados de aliancistas. O choque entre tenentes e aliancistas ocorreu em 1932, principalmente em São Paulo, onde representantes das oligarquias se insurgiram contra o governo de Vargas. No entanto, sem a esperada adesão de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, o movimento ficou isolado e foi contido. A Revolução Constitucionalista de 1932 pretendia restabelecer a hegemonia do setor agrário de São Paulo.

A Constituição de 1934. Em 15 de novembro de 1933, reuniram-se 250 deputados eleitos pelo povo e 50 eleitos por representações de classe para redigir a nova Constituição republicana. Promulgada em 16 de julho de 1934, essa constituição, que teve como modelo a da República de Weimar (Alemanha), mantinha o federalismo e o presidencialismo, concedia o direito de voto para os maiores de 18 anos alfabetizados, inclusive mulheres, tornava gratuito e obrigatório o ensino primário e atendia a antigas aspirações dos trabalhadores, como aposentadoria, férias remuneradas e salário mínimo.

Em 1934, a Assembléia Constituinte elegeu Getúlio Vargas presidente por quatro anos.

Direitistas e Comunistas. Influenciados pelo exemplo europeu e estimulados por problemas sociais e econômicos não solucionados pelo governo, surgiram no Brasil movimentos de tendências extremistas de direita e de esquerda. Os direitistas (integralistas) eram liderados por Plínio Salgado, e os esquerdistas (comunistas), por Luís Carlos Prestes. Este propôs um programa de reformas radicais e lançou o lema “Pão, terra e liberdade”.

Em novembro de 1935, eclodiu a Intentona Comunista, movimento armado organizado pelo Partido Comunista em Natal, Recife e Rio de Janeiro e rapidamente derrotado. Também foi reprimido com rapidez um golpe organizado pelos integralistas em 1938.






Getúlio Vargas, que implantou o Estado Novo, em 1937, inspirado no fascismo italiano.
Estado Novo. A campanha pela sucessão presidencial, que deveria ocorrer em 1938, agravou a situação política já bastante tensa. Em 1937, alegando a existência de um plano do Partido Comunista (Plano Cohen) para tomar o poder no país, Vargas fechou o Congresso e proclamou nova Constituição. Vargas iniciava um regime autoritário, o Estado Novo, inspirado no fascismo italiano. O Estado Novo durou de 10 de novembro de 1937 a 29 de outubro de 1945, quando Vargas foi deposto.

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a indústria brasileira desenvolveu-se de forma acelerada, destacando-se a ampliação da indústria siderúrgica nacional.

Marechal Dutra. Deposto Getúlio Vargas em 1945, as eleições gerais levaram ao poder o marechal Eurico Gaspar Dutra, em 1946. Nesse mesmo ano, Dutra promulgou nova Constituição. Em seu governo foram aumentadas as importações e, com o Plano Salte (saúde, alimentação, transporte, energia), procurou-se planejar o crescimento da economia e do bem-estar público. Nessa época, surgiram vários partidos políticos. Ao final do mandato do marechal Dutra, a divisão das correntes situacionistas (do governo) facilitou a vitória de Getúlio Vargas nas eleições de 1951.

O Retorno de Vargas. A situação financeira era péssima e a inflação aumentava vertiginosamente. No Congresso, crises de várias naturezas se sucediam. Vargas encontrou grande dificuldade em administrar. Em 1954, a oposição exigiu sua renúncia: em 24 de agosto, Getúlio Vargas suicidou-se. Foi substituído no governo pelo vice-presidente João Café Filho.

JK e Brasília. Com as eleições no ano seguinte, em 1955, assumiu o poder Juscelino Kubitschek de Oliveira, apelidado de JK, que deu atenção ao desenvolvimento econômico e empreendeu a mudança da capital do litoral para o interior. O país atingiu em seu governo o mais rápido crescimento industrial da América Latina. Em 21 de abril de 1960, inaugurou-se Brasília, a nova capital, e o antigo Distrito Federal transformou-se em estado da Guanabara.

A Renúncia de Jânio. Em 1961, Jânio Quadros, eleito com grande maioria de votos, assumiu a Presidência. Tentou conter a inflação congelando salários e abrindo novos mercados nas áreas afro-asiáticas e nos países socialistas. O malogro desse plano resultou no aumento da oposição, principalmente dos setores anticomunistas. Jânio Quadros renunciou inesperadamente sete meses depois da posse.






Castello Branco, primeiro presidente militar.
Castello Branco. O marechal cearense Humberto de Alencar Castello Branco tomou posse em 15 de abril de 1964 e deveria encerrar o mandato em 31 de janeiro de 1966. Em julho de 1964, o Congresso aprovou a emenda constitucional que determinava a prorrogação do mandato do presidente até 15 de março de 1967. Castello Branco passou a enfrentar críticas constantes do governador da Guanabara, Carlos Lacerda, endossadas mais tarde pelos governadores de Minas Gerais, Magalhães Pinto, e de São Paulo, Adhemar de Barros, que antes apoiavam o presidente. A política econômica do ministro do Planejamento e a atitude do Executivo favorável à instituição de eleições indiretas eram as críticas principais.

Em 27 de outubro de 1965, Castello Branco editou o Ato Institucional nº 2, que extinguiu os vários partidos políticos e criou, no lugar deles, a Aliança Renovadora Nacional (Arena, governista) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB, de oposição). O decreto estabeleceu também o sistema de eleições indiretas para a Presidência da República. Em fevereiro de 1966, outro ato institucional, o de nº 3, estendeu as eleições indiretas aos governadores e vice-governadores. Vários deputados foram cassados, e o governo fechou o Congresso em virtude das críticas. Depois, em outubro, reconvocou o Congresso para debater a nova Constituição, aprovada em janeiro de 1967.

Na data prevista pela emenda constitucional de julho de 1964, 15 de março de 1967, Castello Branco foi substituído pelo seu ministro da Guerra, o marechal gaúcho Arthur da Costa e Silva.

Costa e Silva. A um ano da posse de Costa e Silva, o descontentamento com o governo se manifestou em grandes passeatas e greves em vários pontos do país, especialmente no Rio de Janeiro, em São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e Goiás. A mais importante delas foi a Passeata dos Cem Mil, que reuniu cem mil pessoas nas ruas do Rio de Janeiro, no dia 26 de junho, em protesto contra a morte do estudante secundarista Edson Luís.

Costa e Silva também sofreu a contestação da Frente Ampla, movimento político criado pelo ex-governador Carlos Lacerda e pelos ex-presidentes Juscelino Kubitschek e João Goulart. A Frente visava unir todas as oposições, promover eleições diretas para a Presidência da República em 1970 e lutar pela anistia aos punidos pela Revolução de 1964. Em 5 de abril de 1968, o Ministério da Justiça declarou a Frente Ampla ilegal. Lacerda e Kubitschek foram cassados.

Em 17 de abril, o governo transformou 68 municípios, inclusive as capitais, em áreas de segurança nacional, e seus prefeitos passaram a ser nomeados pelo presidente da República. A crise culminou com o discurso do deputado Márcio Moreira Alves, que incitou o povo a não participar das festividades do Dia da Independência. O presidente solicitou à Câmara licença para processar o deputado. Depois de tumultuada sessão, a autorização foi negada.






Passeata dos Cem Mil em 23 de junho de 1968. O mais importante protesto contra a ditadura militar.
AI-5. O Conselho de Segurança Nacional foi convocado e, em 13 de dezembro de 1968, com a discordância do vice-presidente Pedro Aleixo, foi editado o Ato Institucional n° 5 (AI-5), que concedia poderes ao presidente da República para cassar mandatos de parlamentares e suspender direitos políticos por dez anos, intervir nos estados e nos municípios e decretar estado de sítio sem consultar o Congresso, entre outras medidas. O Ato Complementar n° 38, promulgado no mesmo dia, determinou o fechamento do Congresso por tempo indeterminado.

Procurando uma solução para a instabilidade política, Costa e Silva encomendou ao vice Pedro Aleixo a redação de uma emenda constitucional, cujo texto definitivo seria divulgado em 30 de agosto de 1969. Pela emenda, o AI-5 deixaria de vigorar em 7 de setembro e o Congresso seria reconvocado no dia 8. Costa e Silva não conseguiu assinar o projeto: sofreu trombose cerebral em 26 de agosto. Pedro Aleixo foi impedido de tomar posse. Assumiu o poder uma junta formada pelos três ministros militares – almirante Augusto Rademaker, Marinha; general Aurélio de Lyra Tavares, Exército, e marechal-do-ar Márcio de Souza e Mello, Aeronáutica.

Terrorismo. Ao mesmo tempo, aumentaram os assaltos a bancos e atentados de grupos de esquerda que adotaram a luta armada como meio de enfrentar o regime. Ocorreram vários seqüestros de personalidades, o primeiro deles do embaixador do Estados Unidos, Charles Burke Elbrick. Cresciam também a repressão política, com prisões arbitrárias, e o combate armado aos grupos terroristas. Um de seus líderes, o comunista Carlos Marighella, foi emboscado e morto em São Paulo.

Médici. O comando militar escolheu o general gaúcho Emílio Garrastazu Médici como novo presidente do Brasil, e o Congresso Nacional foi reconvocado para formalizar a escolha. Em 30 de outubro de 1969, Médici foi empossado.






Capitão Lamarca dá aulas de tiro a bancárias, antes de desertar do exército e lutar pela revolução.
A tônica de seu governo foi a política de integração nacional, com a construção de obras de grande porte, como a rodovia Transamazônica, a Cuiabá–Santarém e a ponte Rio–Niterói. Por outro lado, sua gestão constituiu o período mais repressivo dos governos militares, chamado Anos de Chumbo. Censura à imprensa, a composições musicais e a espetáculos de teatro e cinema, cerceamento de grupos estudantis, perseguição, prisão, tortura e assassinato de oposicionistas (como o do deputado Rubens Paiva, em 1971) e de líderes esquerdistas (como Carlos Lamarca, no mesmo ano) e exílio de centenas de pessoas marcaram o governo Medici. O general, no entanto, era bem-visto por boa parte da população por causa do chamado Milagre Econômico – um crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro sem precedentes, que chegou a 14% – e por sua imagem populista – era apaixonado por futebol.

Geisel. Em 15 de março de 1974, tomou posse o também gaúcho general Ernesto Geisel, que no governo Medici fora presidente da Petrobras. Pela primeira vez um presidente militar era confirmado no cargo pelo Colégio Eleitoral, formado pelo Congresso e por deputados estaduais. Geisel garantiu que faria uma abertura política “lenta, gradual e segura”. A ala das Forças Armadas contrária à liberalização do regime, chamada linha dura, ampliou a repressão a grupos e pessoas acusadas de subversivas. Dois assassinatos no órgão policial-militar de repressão DOI-Codi de São Paulo – o do jornalista Vladimir Herzog (1975) e o do operário Manuel Filho (1976) – obrigaram Geisel a destituir o comandante do II Exército.

Acordo Nuclear. No final de junho de 1975, Geisel anunciou que o Brasil e a República Federal da Alemanha haviam firmado um acordo nuclear que daria ao país a possibilidade de utilizar a energia nuclear em suas múltiplas aplicações de natureza pacífica. Por esse acordo, seriam instaladas em território brasileiro oito usinas nucleares, além de uma de reprocessamento de urânio, incluindo-se na transação a transferência de tecnologia alemã para o Brasil.

Pacote de Abril. Diante do crescimento da bancada de oposição no Congresso, em 1977 o governo baixou o Ato Complementar n° 102, proibindo o debate político e a propaganda eleitoral nos órgãos de imprensa, para dificultar a eleição de oposicionistas. A medida ficou popularmente conhecida como Pacote de Abril. As assembléias legislativas deveriam eleger indiretamente os senadores, logo chamados de biônicos. O mandato do presidente da República foi ampliado de cinco para seis anos.

Em 1978, Geisel deu prosseguimento à abertura política enviando ao Congresso emenda constitucional que extinguia o AI-5, automaticamente proibindo o governo de cassar mandatos e decretar o recesso parlamentar. Enquanto crescia o partido de oposição, Movimento Democrático Brasileiro (MDB), a economia do país decaía, com grande aumento da dívida externa.

No mesmo ano, desafiando o governo federal, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema (SP), liderado por Luís Inácio Lula da Silva, organizou a greve de 3 milhões de trabalhadores.

Figueiredo. Em março de 1979, Geisel foi substituído pelo ex-chefe do Serviço Nacional de Informação (SNI) do seu governo, o general carioca João Baptista Figueiredo. Em agosto, Figueiredo assinou a lei da anistia aos políticos e profissionais cassados e exilados, que logo em seguida começaram a retornar ao país. O pluripartidarismo voltou a ser adotado. O partido governista, Arena, trocou de nome para Partido Democrático Social (PDS) e o de oposição, MDB, acrescentou a palavra partido ao seu nome: PMDB. Surgiram também outros partidos, como o dos Trabalhadores (PT) e o Democrático Trabalhista (PDT) e se ressuscitou a sigla Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). A União Nacional dos Estudantes (UNE) voltou à legalidade e formou-se a maior central operária do país, a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Atentados de direita. A linha dura militar voltou a se manifestar em 1981 contra a crescente abertura política, com cartas-bomba enviadas a instituições progressistas, seqüestros de integrantes da Igreja Católica e a tentativa de atentado a bomba no centro de convenções do Rio de Janeiro, o Riocentro, durante um espetáculo de música popular: uma das bombas preparadas para serem colocadas em meio ao público de milhares de pessoas explodiu antes da hora, no colo de um sargento do Exército, matando-o e ferindo o motorista do carro em que ele estava.

Diretas Já. Em 1982, realizaram-se as primeiras eleições diretas para governador. A oposição venceu nos principais estados, como Rio de Janeiro (Leonel Brizola), São Paulo (Franco Montoro) e Minas Gerais (Tancredo Neves). No ano seguinte, formou-se em São Paulo uma frente suprapartidária favorável às eleições diretas para a Presidência da República, integrada por PT, PMDB, PDT e centrais sindicais.






Comício das Diretas Já, em São Paulo (janeiro de 1984). População exige o fim da ditadura.
O ano de 1984 foi marcado por manifestações de milhões de pessoas em várias cidades do país a favor das eleições diretas, movimento que ficou conhecido como Diretas Já. Apesar do apoio popular, a emenda por eleições diretas apresentada à Câmara dos Deputados por Dante de Oliveira foi derrotada.

Nova República. Para a sucessão de Figueiredo, formou-se a Aliança Democrática, constituída pelo PMDB e por dissidentes do partido oficial, Arena, que formaram a Frente Liberal, futuro Partido da Frente Liberal (PFL). A Aliança apoiou a candidatura do governador mineiro, Tancredo Neves, contra o candidato do governo, Paulo Maluf. O Colégio Eleitoral elegeu Tancredo Neves. Pouco antes da posse, Tancredo foi internado às pressas, por problemas no sistema digestório. O vice, José Sarney, até pouco antes pertencente ao partido governista, PDS, assumiu a Presidência interinamente. Com a morte de Tancredo, confirmou-se no cargo. Era o primeiro presidente civil desde o golpe de 1964 e o primeiro membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) a chegar à Presidência. Surgia a chamada Nova República.

A extinção da legislação autoritária dos governos militares ocorreu no governo Sarney, que reinstituiu a eleição direta de presidente da República e de prefeitos e legalizou os partidos de extrema esquerda, como o Partido Comunista (PCB) e o Partido Comunista do Brasil (PC do B).

Na tentativa de conter a inflação crescente, Sarney recorreu a vários planos econômicos: Cruzado (que instituiu a nova moeda brasileira, o cruzado, em lugar do cruzeiro), o Bresser e o Verão, que não tiveram o efeito desejado.

Em 1987, reuniu-se a Assembléia Nacional Constituinte. A nova Constituição brasileira foi redigida por ela e promulgada em 5 de outubro de 1988. O desgaste do governo com a inflação e a corrupção permitiu a ascensão do governador de Alagoas, Fernando Collor de Mello, que prometia combatê-las modernizando a economia e moralizando a política. Filiado ao Partido da Reconstrução Nacional (PRN), ficou conhecido na campanha à Presidência como Caçador de Marajás.

Maturidade Democrática. Em 1989, nas primeiras eleições diretas desde 1960, Fernando Collor derrotou Luís Inácio Lula da Silva (PT), no segundo turno. Collor tomou posse e logo lançou o plano econômico Brasil Novo ou Plano Collor: confiscou contas correntes e de poupança e congelou preços e salários, provocando a ruína financeira de muitas pessoas e empresas e o descontentamento da maioria das classes média e alta. Recriou o cruzeiro e iniciou a abertura do país ao capital estrangeiro, provocando uma crise sem precedentes na indústria brasileira. A grande marca do governo Collor foi a corrupção, denunciada pelo irmão do presidente, Pedro Collor, que revelou a existência do esquema PC, liderado por Paulo César Farias, o PC Farias. Foi descoberto o esquema de irregularidades financeiras e tráfico de influências que atingia quase todas as esferas do governo. Em 1992, criou-se a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou e detectou a corrupção. Collor foi afastado da Presidência e renunciou pouco antes de sofrer o impeachment e perder os direitos políticos.






Fernando Henrique Cardoso, presidente do real.
Plano Real. No final de 1992, o vice Itamar Franco assumiu a Presidência. Durante seu governo, ocorreu nova onda de denúncias de corrupção, dessa vez no Congresso Nacional, gerando a crise conhecida como Escândalo do Orçamento. Vários deputados e senadores foram afastados.

Em 1993, um plebiscito nacional decidiu que o Brasil continuaria republicano e presidencialista, afastando as pretensões dos partidários da Monarquia e do Parlamentarismo. Em julho do ano seguinte, o governo Itamar tomou sua medida econômica mais importante ao lançar o Plano Real, coordenado pelo então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, popularmente FHC. O plano, que gradualmente instituiu a nova moeda nacional, o real, abriu a economia ao capital estrangeiro, estimulou a modernização tecnológica e acelerou as privatizações das empresas estatais. Com isso, o Brasil integrava-se à globalização econômica e assumia a política neoliberal.

Neoliberalismo. Em 1994, Fernando Henrique (PSDB) foi eleito presidente da República, derrotando o petista Luís Inácio Lula da Silva. FHC deu continuidade à política neoliberal, que ampliou o mercado consumidor (estendendo-se para as classes D e E) e privatizou empresas públicas, mas permitiu o aumento brutal das taxas de juros – atraindo o capital financeiro não-produtivo, conhecido como capital especulativo. Contudo, em 1997, uma forte recessão e a crise das bolsas asiáticas afetaram toda a economia, tendo como uma das conseqüências o aumento do desemprego no país. No mesmo ano, o Congresso Nacional aprovou a emenda constitucional que passou a permitir a reeleição do presidente da República, dos governadores e dos prefeitos.

Reeleição e crise. Mesmo com a crise, tendo como trunfo o domínio da inflação, Fernando Henrique tornou-se em 1998 o primeiro presidente reeleito do Brasil em 109 anos de República. No mesmo ano, o Brasil teve queda real de seu Produto Interno Bruto (PIB), pela primeira vez desde 1992. O PIB caiu 0,12%, ao passo que o PIB per capita (divisão do PIB pela população total) caiu 1,45%. No entanto, o país se manteve como a oitava economia do mundo, atrás apenas de EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e China.

Em 1999, no início do mês de janeiro, agravou-se a crise do Plano Real, provocando a perda acentuada de divisas em dólar, a queda das Bolsas de Valores no Brasil e no exterior e a desvalorização do real. Logo depois, várias denúncias resultaram na abertura da CPI dos bancos (relacionada a uma suposta ajuda dada pelo Banco Central aos bancos Marka e FonteCindam, durante a virada do câmbio, em meados de janeiro), na CPI do Judiciário (relacionada a supostos abusos cometidos por juízes e advogados) e na CPI do narcotráfico (relacionada à ligação de políticos com o tráfico de drogas).

Em 2001, seu penúltimo ano de mandato, Fernando Henrique teve de recorrer ao impopular racionamento de energia elétrica. Ao mesmo tempo, o crescimento econômico brasileiro ficou aquém da previsão de 4,5% feita pelo governo: 2,5%.

Especialistas apontam como vitórias do governo a quebra de patentes de medicamentos contra a Aids, a estabilidade do real e o aumento do número de matrículas do Ensino Fundamental e Médio. Fernando Henrique, porém, não conseguiu implantar reformas estruturais, como a tributária e a da Previdência Social.






Luís Inácio Lula da Silva, eleito em 2002.
Vitória da oposição. Em 2002, ano de eleições gerais no Brasil, a maior preocupação dos setores conservadores nacionais e estrangeiros era a possibilidade de ser eleito o mais forte candidato da oposição ao governo FHC, o ex-metalúrgico Luís Inácio Lula da Silva (PT), que concorreria pela quarta vez à Presidência da República. Voltava à tona o medo de um governo socialista tomar posse no Brasil. Porém, franco favorito em todas as pesquisas nacionais de opinião pública, Lula acabou eleito no segundo turno das eleições com 52.793.364 votos – a maior votação da história mundial –, derrotando o candidato do governo, o ex-ministro da Saúde José Serra, que obteve 33.370.739 votos. Com a posse de Lula, o Brasil será pela primeira vez em sua história governado por um ex-operário.






São João, obra de Di Cavalcanti, artista que participou da Semana de Arte Moderna de 1922.
ARTES

Arquitetura. Já no séc. XVI, destacam-se como marco da arquitetura no Brasil as casas-grandes dos engenhos e fazendas do Nordeste, construídas segundo a tradição arquitetônica portuguesa. Outro marco são as construções religiosas do séc. XVIII, em Minas Gerais, onde o Barroco adquiriu características próprias. No séc. XX, dentro do espírito que animava os artistas participantes da Semana de Arte Moderna de 1922, os arquitetos Gregori Warchavchik e Rino Levi introduziram tendências modernas na arquitetura brasileira. A vinda ao Brasil do arquiteto francês Le Corbusier, em 1929, e a realização do IV Congresso Pan-Americano de Arquitetos, em 1930, tiveram papel fundamental na definição dos rumos da arquitetura brasileira contemporânea.

Lúcio Costa foi o líder, a partir do final dos anos de 1920, das novas tendências do setor. Em 1936, uma equipe de arquitetos formada por Afonso Reidy, Carlos Leão Ernâni de Vasconcelos, Jorge Moreira e Oscar Niemeyer, chefiada por Lúcio Costa e supervisionada por Le Corbusier, projetou o prédio do Ministério da Educação e Saúde, atual Palácio da Cultura, no Rio de Janeiro. O palácio, o prédio da sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) no Rio de Janeiro, um projeto de Marcelo Roberto e Milton Roberto, e o prédio da Obra do Berço, projeto de Niemeyer também no Rio de Janeiro, consagraram definitivamente o movimento modernista na arquitetura brasileira.

Na década de 1940, obras como o conjunto arquitetônico da Pampulha, de Niemeyer, em Belo Horizonte; o pavilhão brasileiro da Feira Internacional de Nova York, de Lúcio Costa e Niemeyer; e os trabalhos paisagísticos de Burle Marx projetaram a arquitetura nacional no exterior. A arquitetura brasileira projetou-se definitivamente entre 1957 e 1960, com a construção de Brasília, graças à perfeita integração entre o plano urbanístico de Lúcio Costa e os projetos de Oscar Niemeyer. Outros nomes importantes da arquitetura brasileira são Luís Nunes, Henrique Mindlin e Sérgio Bernardes.

Artes Plásticas. Nos três primeiros séculos da história brasileira, as artes plásticas tiveram caráter essencialmente religioso. No séc. XVIII, em Minas Gerais, a pintura e a escultura brasileiras tiveram seu primeiro grande momento. Integrada, assim como a escultura, à arquitetura religiosa barroca, a pintura desse período contou com Manuel da Costa Ataíde, seu nome de maior destaque. Ele fez, por exemplo, a decoração da igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, Minas Gerais. A escultura foi representada por um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Do conjunto de sua obra como escultor destacam-se os profetas em pedra-sabão no santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, Minas Gerais.

No início do século seguinte, em 1816, a vinda da Missão Artística Francesa constituiu momento significativo para a vida cultural brasileira. Os artistas da missão introduziram o Neoclassicismo no país, tendo sido fundada em 1826, sob sua orientação, a Academia Imperial das Belas-Artes. A influência dessa escola se fez sentir até inícios do séc. XX em pintores como Araújo Porto Alegre, Pedro Américo, Vítor Meireles, Rodolfo Amoedo, Belmiro de Almeida e Rodolfo Bernardelli. No começo do séc. XX, esboçou-se certa ruptura. João Batista Castagnetto, Antônio Parreiras e Almeida Júnior voltaram-se para temas regionais. Eliseu Visconti introduziu princípios da técnica pós-impressionista na sua obra.

Lasar Segall, artista lituano radicado no Brasil, fez, em 1913, a primeira mostra de pintura não acadêmica no país. No entanto, foi Anita Malfatti quem desencadeou reformulações radicais na pintura brasileira com a exposição, em 1917, de seus quadros de influência impressionista, fovista e cubista. O movimento de renovação então iniciado teve sua maior manifestação na Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo, da qual participaram pintores como a própria Anita Malfatti, Vicente do Rego Monteiro, Emiliano Di Cavalcanti e o escultor Vítor Brecheret. O movimento se consolidou com Tarsila do Amaral, Ismael Néri, Cícero Dias e Oswaldo Goeldi, entre outros. Logo a seguir, despontaram nomes como os de Clóvis Graciano, Alfredo Volpi, José Pancetti, Alberto da Veiga Guignard, Tomás Santa Rosa e Candido Portinari. Este surgiu como um dos mais importantes artistas brasileiros. Suas telas e seus murais revelam profunda preocupação social, tendo projetado o artista internacionalmente.

A partir de meados de 1940, as tendências cosmopolitas se sobrepuseram à temática regional, característica dos momentos iniciais do Modernismo. O Abstracionismo encontrou representantes em Volpi, Samso Flexor, Cícero Dias e Antônio Bandeira. O Concretismo foi introduzido por Kazmer Fejer, Valdemar Cordeiro e Willys de Castro. Em 1957, na primeira exposição neoconcretista, figuravam, entre outros, Ivan Serpa, Lygia Clark, Lygia Pape, Décio Vieira e Aluísio Carvão. A V Bienal de São Paulo, em 1959, revelou entre nós o Tachismo (forma de usar a cor, na pintura abstrata, por meio de manchas imprecisas e pequenas), destacando-se os pintores Manabu Mabe e Flávio Shiró.

Vários pintores significativos desenvolveram características próprias de certo modo independentemente dos diversos movimentos. Entre esses, devem ser citados Emeric Marcier, Djanira da Mota e Silva, Iberê Camargo, Carlos Scliar e Milton Dacosta.

Na escultura brasileira, Bruno Giorgi e Alfredo Ceschiatti destacam-se como autores de obras ligadas a projetos arquitetônicos. Outros importantes escultores são Mário Cravo, Maria Martins, José Pedrosa, Francisco Stockinger e Franz Giorgi Weissmann.

Embora praticada anteriormente por artistas estrangeiros que vieram ao Brasil, a gravura brasileira se iniciou no séc. XX, com o trabalho de Henrique Alvim Correia, Carlos Oswald e Raimundo Cela. Renovada por Oswaldo Goeldi, tem a partir do Modernismo representantes de relevo, como Lívio Abramo, Marcelo Grassmann, Fayga Ostrower, Edith Behring, Ana Letícia, Darel Valença, Poty Lazarotto, Roberto De Lamonica e Maria Bonomi.

A partir da década de 1960, desenvolveram-se novas técnicas e realizou-se intensa pesquisa de novos materiais, como aço inoxidável, poliéster, acrílico e alumínio. As esculturas ambientais de Hélio Oiticica, os objetos que envolvem o espectador, de Lygia Clark, ou as composições sobre vegetais, de Franz Krajcberg, são obras que ficam a meio caminho entre a escultura e a pintura. Como alternativa para a obra de arte única, vários artistas passaram a criar os chamados múltiplos. Entre eles estão Roberto Moriconi, Rubens Gerchman, Osmar Dillon e Nélson Leirner. Todas essas renovações atestam a vitalidade e a constante atualização das artes plásticas brasileiras.

Seguindo a Geração 1980, surgida no Rio de Janeiro em 1984, e o grupo paulistano Casa 7, mais de uma centena de jovens de todo o país tomou de assalto o cenário das artes plásticas na década de 1990. Ao lado dos integrantes desses grupos – Nuno Ramos, Marco Gianotti, Carlito Carvalhosa, Fábio Miguez, Paulo Monteiro e Rodrigo Andrade –, surgiram nomes como Daniel Senise, Beatriz Milhazes, Leda Catunda, Leonilson, Luiz Zerbini, Sérgio Romagnolo e Paulo Pasta, entre outros. Todos procuraram aliar a pesquisa de materiais diversos à reflexão teórica. Alguns se lançaram em carreiras internacionais, como o artista multimídia Vik Muniz, radicado em Nova York, que aplica a fotografias e desenhos técnicas inusitadas, como o uso do chocolate, e Rosângela Rennó.






Machado de Assis, marco na literatura nacional.
Literatura. Embora vinculada aos padrões literários portugueses por mais de três séculos, a literatura brasileira aos poucos definiu características próprias. Assim, já no séc. XVII surgiu a obra do poeta Gregório de Matos Guerra. No séc. XIX, destacam-se a poesia de Gonçalves Dias e Castro Alves, o teatro de Martins Pena e Qorpo-Santo e o romance de José de Alencar e Machado de Assis, o maior escritor brasileiro de todos os tempos. No séc. XX, com a Semana de Arte Moderna de 1922, revelaram-se escritores como Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira. A literatura brasileira assumiu, então, novas e decisivas dimensões.

Vieram a seguir poetas do porte de Murilo Mendes, Jorge de Lima, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto, e prosadores como José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Guimarães Rosa e Clarice Lispector. Vários desses autores foram traduzidos em diversos idiomas, atestando o interesse de outros países pela literatura nacional. Esses grandes nomes abriram caminho para tendências contemporâneas que vão desde o realismo de Rubem Fonseca até a ficção bem-humorada de João Ubaldo Ribeiro, passando pelas crônicas de Rubem Braga, Luís Fernando Veríssimo e Fernando Sabino, que mesmo sem terem igual reconhecimento internacional, conseguem retratar o cotidiano e os anseios do povo brasileiro, que os reconhece como expoentes de nossa cultura.

A década de 1990 revelou o talento literário do apresentador Jô Soares com O Xangô de Baker Street e o forte estilo narrativo de Paulo Lins, com Cidade de Deus, adaptado com enorme sucesso para o cinema. No gênero policial, Rubem Fonseca ganhou a companhia de Patricia Melo, autora de O Matador e Inferno, e de Luiz Alfredo Garcia-Roza, com Uma Janela em Copacabana. O filão das biografias teve no jornalista Ruy Castro seu maior expoente, com Estrela Solitária: um Brasileiro Chamado Garrincha. O romance histórico foi contemplado por Ana Miranda, com Boca do Inferno, e José Roberto Torero, com O Chalaça. Entre os representantes da literatura antropológica, Milton Hatoun atravessou a década gozando de enorme prestígio da crítica por suas obras Relato de um Certo Oriente e Dois Irmãos. Mas o grande nome da década é Paulo Coelho, autor de O Alquimista, entre outras obras, que se destacou como o escritor mais lido do país e um dos mais conhecidos do mundo, com 53 milhões de livros vendidos. Seu sucesso foi coroado com a posse na cadeira 21 da Academia Brasileira de Letras (ABL), em outubro de 2002.






Gilberto Gil (em primeiro plano), canta com os Mutantes em Festival da Música Popular.
Música. Considera-se que no séc. XVIII, durante o Ciclo do Ouro em Minas Gerais, tenha surgido a música brasileira de alta qualidade. A maioria das obras era de caráter religioso, mas havia também obras de câmara. Os nomes mais importantes desse período são os de Francisco Gomes da Rocha, Inácio Parreira Neves, Marcos Coelho Neto e José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita. No início do século XIX, o padre José Maurício Nunes Garcia criou uma obra musical que o destaca como grande compositor brasileiro. A seguir, distinguiram-se Francisco Manuel da Silva, Antônio Carlos Gomes, Leopoldo Miguez e Henrique Oswald. Todos apresentavam fortes influências européias. Antônio Carlos Gomes, nome de maior destaque, compôs óperas de temática nacional, mas sob nítida influência da ópera italiana. Somente no final do séc. XIX começaram a aparecer os primeiros representantes da corrente nacionalista na música brasileira: Alexandre Levy, Alberto Nepomuceno e Francisco Braga.

O nacionalismo se firmou no decorrer da primeira metade do séc. XX com a obra de Lorenzo Fernandez, Francisco Mignone, Camargo Guarnieri e Heitor Villa-Lobos. Este é considerado o maior compositor brasileiro, pela amplitude, originalidade e importância de sua obra, que alcançou repercussão internacional.

A partir de meados do séc. XX, a criação musical brasileira incorporou novas técnicas, sobretudo as da música dodecafônica. Os compositores Cláudio Santoro, César Guerra Peixe e Edino Krieger dedicam-se à composição dodecafônica. As correntes de vanguarda marcam as gerações mais novas de compositores brasileiros, entre os quais se destacam Marlos Nobre, Gilberto Mendes, José Antônio de Almeida Prado, Jorge Antunes, Ailton Escobar e Willy Correia de Oliveira, Tim Rescala, Artur Kampela, Rafael Rabelo, entre outros.

No terreno da música popular brasileira (MPB), as primeiras manifestações surgiram no final do séc. XVIII, com os lundus, originários de uma dança africana, e com as modinhas, cantadas por violeiros mestiços. Esses gêneros floresciam juntamente com os congos, taieiras, cateretês, batuques e o samba. No séc. XIX, devido à atividade teatral no Rio de Janeiro, a música carioca passou a predominar, havendo ampla divulgação do maxixe, do samba, da marcha, da canção e do choro. Em 1889, Chiquinha Gonzaga compôs Ô Abre Alas, primeira música para o carnaval, festa popular que no Brasil propiciou o surgimento de melodias que marcaram época.

A partir do início do séc. XX, músicos como Donga, Pixinguinha, João da Baiana, Noel Rosa, Ary Barroso e Lamartine Babo marcaram o cenário da música popular brasileira com seus choros, sambas e sambas-canção.

A música popular brasileira viveu momentos relevantes nos anos de 1960. A bossa nova alterou a forma de interpretação das composições e ressaltou-lhes o caráter urbano. João Gilberto, Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes são seus exemplos mais expressivos. O movimento da Jovem Guarda revelou Roberto Carlos. Os festivais da canção foram os responsáveis pelo surgimento de novos compositores como Edu Lobo, Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Na década de 1970, vários outros compositores desenvolveram trabalhos significativos, como Milton Nascimento e o pessoal do Clube da Esquina, Macalé, Paulinho da Viola e Egberto Gismonti.

A década de 1980 assistiu ao fortalecimento da MPB, com o reconhecimento nacional de artistas regionais como Fagner e Belchior no Ceará, Alceu Valença, Zé Ramalho e Elba Ramalho na Paraíba, Djavan em Alagoas, Almir Sater em Mato Grosso e outros. Já nos grandes centros urbanos, desponta o chamado Rock Brasil com grupos que atravessaram a década, como Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Titãs e Barão Vermelho, abrindo espaço para uma música tipicamente urbana, que alia elementos regionais às tendências internacionais.

Se os ritmos de um Brasil nordestino, com a cara de Djavan ou Elba Ramalho, e o rock do Centro e do Sul do país, com as características dos Titãs e do Legião Urbana, formam o painel marcante a partir de 1980, as tendências se estilhaçam dez anos depois. Os anos de 1990 são marcados pelas luzes de Daniela Mercury e Ivete Sangalo, representantes do axé baiano, da carioca Marisa Monte e de Carlinhos Brown. Do Recife vem a fusão do hip hop com os ritmos nordestinos realizada por Chico Science. O estilo romântico do interior consagra as duplas Zezé di Camargo & Luciano e Leandro & Leonardo, beneficiados pelo caminho aberto por Chitãozinho & Xororó. O espaço democrático da música popular brasileira também é ocupado pelo samba tradição de Zeca Pagodinho, pelo pop ligeiro do Skank, por Lenine, pelo neotropicalista Zeca Baleiro, por Chico César, pelo rap e hip hop engajadíssimo do Racionais MC’s e pelo pagode brincalhão do Fundo de Quintal e seus múltiplos seguidores, como o grupo Só Pra Contrariar.






Glória Menezes e Leonardo Vilar em cena do filme O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte.
Cinema. Os primeiros filmes significativos do cinema brasileiro foram realizados por Humberto Mauro, na década de 1920. Em 1929, o cineasta Mário Peixoto filmou Limite, um ícone e uma das obras mais controvertidas e famosas da filmografia brasileira e fonte de inspiração estética para inúmeros cineastas. Nos anos seguintes, as comédias carnavalescas e as chanchadas conquistaram enorme sucesso de público. Alex Viany, Nélson Pereira dos Santos e Roberto Santos, influenciados pelo Neo-Realismo italiano, realizaram na década de 1950 filmes em que a preocupação artística superava a orientação comercial das chanchadas. Esse novo tipo de cinema inspirou um grupo de cineastas mais jovens que viriam a criar o Cinema Novo, uma das mais importantes expressões culturais brasileiras dos últimos anos.

O Cinema Novo firmou-se nos anos de 1960 com Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman, Glauber Rocha, Paulo César Sarraceni e Cacá Diegues, entre outros. Em 1962, O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes; em 1969, Glauber Rocha, com O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, recebeu o prêmio de melhor direção no mesmo festival. Passada a necessidade inicial de se manterem coesos para impor a proposta inovadora, vários cineastas começaram a desenvolver sua obra de forma independente, como Nélson Pereira dos Santos, com Como Era Gostoso meu Francês; Joaquim Pedro de Andrade, com Os Inconfidentes; e Arnaldo Jabor, com Toda Nudez Será Castigada.

Após um período dominado pelas pornochanchadas e pela pornografia explícita dos anos de 1970 e 1980, surgiram verdadeiras obras-primas como Pixote, de Hector Babenco, e o premiado Eles Não Usam Black-Tie, de Leon Hirzsman, ganhador do Leão de Ouro de Veneza. No início dos anos de 1990, a extinção da Embrafilme e dos mecanismos de financiamento quase paralisou a produção cinematográfica brasileira. A recuperação inicia-se em 1994 com a nova lei de incentivo à produção audiovisual. Essa lei permite o surgimento de novos diretores, que aliam qualidade e sucesso comercial, como Carla Camuratti (Carlota Joaquina – Princeza do Brasil) e Sérgio Rezende (A Guerra de Canudos). O reconhecimento internacional é acompanhado de três indicações ao Oscar de melhor filme estrangeiro: O Quatrilho, de Bruno Barreto, O Que É Isso, Companheiro?, de Fábio Barreto, e Central do Brasil, de Walter Salles Júnior. Este último ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim de 1998. Em 2001 foi criada a Agência Nacional de Cinema (Ancine) para incentivar a indústria cinematográfica. Dentre os objetivos do novo organismo, está o de coordenar as ações do governo no setor.



















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